🌺 Thaynara 🌺
Yasmim já tinha ido embora e Rute já estava dormindo. Cheguei por volta das onze já que tinha ido do trabalho direto pro curso.
Eram quase duas da manhã quando terminei de tomar banho. Me enrolei na toalha e fui pro quarto. Vesti uma calcinha de renda e uma camisa vermelha da Lacoste que era do João.
Mexi um pouco no celular e o desliguei, me cobrindo e virando pra parede.
Senti mãos subindo pelo meu corpo, apertando meus peitos, lábios passando pelo meu pescoço, respiração quente batendo contra minha orelha e um hálito forte de whisky.
Paralisei ali e aprendi minha respiração. Eu tava assustada e com medo de que todo aquele pesadelo voltasse a acontecer novamente.
Com muito custo consegui me virar e vi que não tinha ninguém ali, era apenas uma ilusão feita pela minha cabeça.
Levantei e fui lavar meu rosto. Bebi um copo de água e voltei pro quarto. Fechei as cortinas e liguei o ar, voltando pra cama.
•••
Acordei com um barulho vindo da janela. Respirei fundo e esperei pra ver se o som parava e parou.
Aos poucos fui voltando a adormecer, mas acordei assim que senti uma mão na minha cintura e a cama afundar um pouco.
JP: iiiii - Soltei o ar. Ele acendeu a luz e me olhou preocupado. - Qual foi, Thaynara? Tá toda pálida aí.
Thay: Que susto, João. Achei que fosse alguém querendo me assaltar - Ele riu.
JP: Ninguém é louco de chegar perto de tu - Balancei a cabeça e me virei, deitando de costas e encarando seu rosto. - Achei que tinha jogado esse lixo fora - Falou se referindo a camisa.
Thay: Não deu - Dei de ombros sorrindo. - Era meu pijama mais confortável. Você sabe que não desapego fácil.
JP: Tu é uma palhaça - Riu. - Tá de boa no curso? - Assenti. - Vai formar quando?
Thay: Daqui dois meses... tá convidado pra festinha de formatura.
JP: Tá ligada que se eu pudesse eu brotava né? - Sorri assentindo e me sentei na cama. João tava com o semblante triste. - Pô, foi mal.
Thay: Foi mal por que? Você não fez nada.
JP: Eu gosto de tu pra caralho e as parada que eu fiz contigo foram muito...
Thay: Você foi um cachorro - Cortei. Ele riu assentindo.
JP: Eu fui um cachorro - Repetiu sorrindo. - Ficar longe e quase te perder foram as coisas que me fizeram perceber o quanto tu faz falta - Se aproximou. - O quanto tu é importante pra mim e o quanto é essencial na minha vida... eu não posso te perder de novo.
Meu coração batia mais rápido que o correto e eu realmente não sabia o que fazer.
João tinha me deixado sem palavras.
JP: Me olha com essa cara não... fala alguma coisa, namoralzinha!
Fui aproximando nossos rostos e o puxei pelo pescoço iniciando um beijo. Sua língua passeava e ia de encontro com a minha explorando cada canto da boca.
A mão dele pousou na minha coxa e aos poucos foi subindo. Uma trilha se beijos da minha boca até n eu pescoço foi sendo feita e assim que ele mordeu o lóbulo da minha orelha eu paralisei.
Toda a cena das três semanas que passei naquele inferno estavam passando pela minha cabeça naquele momento.
Cada toque, expressão, palavra, gesto, tudo.
Eu lembrei de tudo e não sabia como parar de chorar.
Thay: Para - Tentei dizer mas minha voz mal tinha saído. Sua mão agora subia em direção ao meu peito e sua cabeça ainda estava entre minha cabeça e ombro. - Para, para, para... por favor.
João se afastou e me olhou. Seu sorriso safado sumiu do rosto e eu abaixei a cabeça, minha respiração tinha voltado ao normal.
JP: Oque houve?
Thay: Desculpa - Neguei limpando o rosto. - Desculpa, é que eu... Eu não consigo - Olhei ele. - Eu sinto... quando você me toca eu imagino ele fazendo aquilo e eu não.
JP: Shhh - Ele me puxou e eu sentei no colo dele. João começou a me balançar enquanto eu chorava baixinho e descontroladamente. - Desculpa, pô.
Thay: Só por favor, não me deixa sozinha.
JP: E eu alguma vez saí do teu pé? - Sorri e abracei ele, que começou com um cafuné.
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BANDIDAGEM
Teen Fiction➝ Rio de Janeiro, Manguinhos 📍 || Quem nasce guerreiro não morre covarde, sou filho do amor, herdeiro da maldade. iniciada em: 24/05/2020 concluída em: 16/06/2020