capítulo 36

18.6K 1.4K 366
                                    

💸 Yasmim 💸

5 meses depois...

Bastante tempo tinha se passado e muita coisa tinha mudado.

Rute e Falcão tinham morrido e ninguém tinha se conformado com a ideia de não ter Rute por perto. Binho principalmente. A mãe dele faleceu algumas semanas depois de Rute e aquilo foi o gatilho pra ele desmoronar por completo. Tem quatro meses que ele saiu em missão e pelo oque Gean me disse, Breno não vai voltar tão cedo.

Thaynara tá traumatizada com tudo e vive se martirizando, dizendo que ela tinha que ter ido ajudar, mas sabemos que ela não tinha como ajudar, afinal, oque tinha que acontecer aconteceu e ninguém pode mudar isso.

Depois que acordei em um hospital fiquei desesperada pra saber da minha família. Fiquei dois dias internada e assim que saí fui procurar informações deles.

Gean tinha levado dois tiros; um nas costas e outro no braço. A cirurgia foi bem sucedida mas ele acabou ficando de cadeiras de rodas. Os médicos disseram que não tinham como saber se ele ia voltar a andar ou não mas eu tinha esperança e fé de que tudo ia voltar ao normal.

Ya: Você tem que se esforçar se quiser voltar a andar, amor.

Ret: Para com essa porra, Yasmim. O médico sabe, você sabe, eu sei que não vou voltar a andar - Gritou puto. - Para de ficar com essa porra de "pensamentos positivos"... Eu não vou voltar a andar, caralho!

Fiz bico segurando o choro e corri pro quarto dos meninos assim que escutei Samuel chorar.

José e Samuel estão morando com a gente a um bom tempo e confesso que cuidar de duas crianças mais o Gean sozinha não tá sendo fácil.

José: Tá tudo bem, mãe? - Sorri assentindo e abracei ele de lado. Eu ficava toda boba quando ele me chamava assim e adorava demais. - Por que a senhora tá chorando então?

Ya: Tá tudo bem meu amor, não é nada - Ele assentiu e ficou brincando com Samuel enquanto eu dava a mamadeira.

José: Eu já comprei o bolo - O olhei sem entender e ele sorriu. - Samuel faz cinco meses hoje, esqueceu? - Fiz careta olhando pro bebê nos meus braços e beijei ele.

Ya: Eu sou uma péssima mãe não é filho?

José: Não - Olhei pra ele. - Você é uma ótima mãe. Só tá com muita coisa nas costas e eu já conversei com o Samuel e ele disse que não tá com raiva de você... tá tudo bem mãe, a gente te entende.

Samuel gargalhou e eu sorri puxando José pro meu colo. Chorei baixinho, enchendo os dois de beijos e abraços até dormirem. Os ajeitei na cama e tomei um banho no banheiro deles, saindo com a mesma roupa.

Gean dormia no quarto e eu fui pra cozinha fazer comida. Não só a comida, fui arrumar a casa. Eu não podia ficar sem fazer nada, minha mente sempre me lembrava daquele maldito dia e era difícil esquecer.

Depois de terminar tudo, fui pra laje e encontrei JP sentado num canto fumando. Peguei uma cadeira e sentei do lado dele.

Ya: Como ela tá?

JP: Na mesma - Ele me ofereceu o baseado e eu peguei tragando e soltando a fumaça. - E ele?

Ya: Na mesma - Dei de ombros.

JP: Você tá bem? - Assenti mesmo não sendo verdade. Tentei segurar o choro mas em vão. Desabei. Chorei feito criança, me lamentando por não ter forças pra aguentar tudo aquilo. - Você é forte, garota... pode não parecer mas é.

Ya: Eu não aguento, João.

JP: Deus sabe da força que tu tem Yasmim - Olhei ele. - Ele só da problemas que sabe que você pode resolver... tudo vai se consertar, só da tempo ao tempo.

BANDIDAGEMOnde histórias criam vida. Descubra agora