CAPÍTULO 13

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• E m m a •

Willian se juntou a nós no almoço minutos depois da minha tentativa patética de pegar o bilhete, ele estava sem o casaco e não tirava os olhos de mim, estava analisando cada gesto, cada palavra, cada olhar, cada sorriso...

Eu me sentia como seu experimento.

Minha avó, soltava indiretas direcionadas a mim sobre comportamento e postura, aquilo estava realmente me irritando, mas eu tinha que me controlar, eu já estava em sua mira e não podia estragar tudo, não depois de já ter resolvido as coisas com meu pai.

O momento mais tenso foi quando ela tocou no assunto "Internato"

_Ela não vai mais. -Robert disse indiferente e ela riu debochada.

_Você é muito mole com essa menina. O que ela fez para voltar atrás depois de tudo estar resolvido? Chorou?

E foi nessa hora que respirei fundo olhando nos olhos azuis de Alexandra e respondi em um tom controlado.

_Eu sei que minha conduta deixa a desejar muitas vezes, mas chegamos a conclusão que não posso aprender a governar um país longe dele. Eu não posso ser ausente, estaria falhando com meu povo. Não vai ser num colégio que aprenderei a ser princesa e uma boa rainha. Por isso permanecerei aqui, vovó, ao lado de meu pai, Rei de Genovia, observando e aprendendo com ele como devo agir e pensar daqui para frente. Assim como ele aprendeu com a senhora, e a senhora aprendeu com seu pai.

Eu não consegui decifrar a emoção em seu rosto, mas sua boca não abriu para falar nenhuma palavra sequer, olhei para meu pai e ele me encarava, no início achei que estava bravo, mas seus olhos evidenciavam o orgulho, abaixei a cabeça sentindo minhas bochechas queimarem e ao olhar para frente onde Willian estava sentado percebi um sorriso contido em seus lábios  grossos, me fazendo lembrar que eu tinha que achar uma forma de pegar o bilhete e aquela era a melhor hora, por isso pedi licença e sai indo em direção ao quarto do príncipe metido.

Quando entrei em seu dormitório o cheiro dele estava impregnado no local, tudo ali era a sua cara, desde as espadas no canto direito até os livros grossos na estante. Para quem estava aqui apenas um mês, o lugar parecia o pertencer desde sempre. A vontade de xeretar o cômodo  me atingiu, mas eu tinha que ser rápida para não ser pega. O meu alvo estava a poucos passos de mim, o casaco de tecido nobre cor de grafite estava em cima da cama, fui em sua direção em passos apressados, sentindo meu coração bater forte com toda a carga de ansiedade que corria pelo meu corpo.

Enfiei a mãos nos bolsos mas nada encontrei, me deixando desapontada.
Ele provavelmente sacou que eu o observava da janela e jogou fora o bilhete!

Aquele grande filho da puta!

_O que está fazendo aqui? -sua voz invade o quarto e faz até minha alma estremecer, me viro e vejo o corpo atlético de Willian parado do lado da porta. -Seu pai nunca te ensinou que é feio bisbilhotar as coisas dos outros?

_Eu não estava bisbilhotando. -digo me afastando da prova do crime.

_Ah não? Então o que está fazendo aqui?

_Vim procurar meu brinco. Acho que ficou preso no seu casaco quando, hm.. nos esbarramos mais cedo.

Ele ergue uma das suas sobrancelhas cheias.

TROCA QUASE PERFEITAOnde histórias criam vida. Descubra agora