CAPITULO 18

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• E m m a •

Como de costume meu pai entrou em meu quarto as 22hrs para me desejar boa noite, ele estava vestindo um roupão felpudo cor creme e em seu rosto ele tentava esconder o sorriso.

Confusa me sento na cama enquanto o observo se aproximar de mim, havia dito a Luzia para ficar a espreita, assim que o rei saísse ela entraria para começarmos a nos arrumar.

Hoje seria noite de vencer e por um fim nesse joguinho que Willian criou.

_O que foi? Por que esse sorrisinho? - pergunto curiosa quando vejo o homem de cabelo loiro e olhos azuis se sentar na beirada da cama.

_Estou orgulhoso de você, acho que nossa conversa deu resultado e bastante satisfatório. - seus olhos brilhavam mais que o de costume e é quase impossível não sorrir de volta. Óbvio que já ouvirá essa frase da minha mãe, mas pronunciado por ele tinha um peso diferente. E como a grande coração mole que eu sou, o abraço apertado sentindo o cheiro amadeirado do seu pós banho. Seus braços me envolvem de volta e ele suspira enquanto passa as mãos sobre meus cabelos, em seguida se afasta depositando um beijo em minha testa. - Eu te amo, querida.

_Eu também te amo, papai. - digo controlando a vontade de contar a ele toda a verdade. Meu coração gritava no meu peito que eu podia confiar a ele esse segredo, que ele não era o mentiroso da história, mas minha parte racional me lembrou que minhas emoções podem me trair e o coração se engana as vezes.

_Tenha bons sonhos. - ele diz ao se levantar e sair do meu quarto.

Conto até 10 e me levanto tirando o roupão que escondia minha vestimenta de fuga: uma calça moletom preta e uma blusa apertada para tentar esconder o volume dos seios. A porta de madeira se abre e Luzia adentra ao quarto com aquela cara de quem não queria estar ali. Em suas mãos ela carrega uma caixa de papelão.

_Alguém te viu? -pergunto me aproximando da garota que coloca a caixa sobre a cama, abro as abas e encontro peças de roupas masculinas de tom escuro como pedi.

_Não. Kiera, eu realmente acho que não é uma boa ideia.

_Vai dar tudo certo. - digo encerrando de vez o assunto. - Agora me ajude.

Demoramos uma hora para ficarmos pronta, ambas prendemos o cabelo e colocamos uma touca, cortei alguns fios de um aplique da minha irmã e com ajuda de cola para cílios colei alguns fios em meu buço, já no rosto de Luzia colei em seu queixo. Com a ajuda de maquiagem escureci regiões estratégicas, engrossei nossas sobrancelhas e marquei uma pinta na minha bochecha. Colocamos casacos grandes que disfarçavam bem nosso busto e passamos perfume masculino. De brinde achei um aparelho móvel nas gavetas de Kiera e após lavar bem coloquei na boca. Ao olhar no espelho diria que com uma má iluminação que eu torcia para o local ter, passaríamos despercebidos.

_Acho que devemos ir acompanhada de um guarda. Não é seguro, Kiera. - Luzia sussurrou enquanto caminhávamos nas pontas dos pés pelos corredores vazios até a garagem dos funcionários.

_Não seja tola. Vai dar tudo certo. Além do mais não temos outra palavra-passe. - digo indo em direção ao carro dela, era um modelo popular que passaria batido por qualquer lugar. Ela abre a porta, seu rosto sério evidenciava o descontamento, mas sei que ela não deixaria que eu me aventurar sozinha.

_ É uma péssima ideia. - ela diz colocando o cinto e dando partida, eu me abaixo quando passamos pelos portões evitando ser vista pelo guarda que vigiava de cima. Como pedi, Luzia avisou a ele que sairia a noite e deu como desculpa que iria ver um namorado. Ninguém sequer olhou para o carro.- Passamos. - ela anuncia quando saímos de território real e eu respiro aliviada. Pego o celular no bolso e coloco o endereço que Edgar me deu no Google maps, que indicava o tempo de 20minutos para chegarmos.

TROCA QUASE PERFEITAOnde histórias criam vida. Descubra agora