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Vinte e Nove

Ele

A tensão no ar se torna mais densa, ardente e arrebatadora à medida que o elevador sobe devagar, passando por cada um dos andares do requintado hotel.

Lado a lado e no fundo do cubículo, Dante e Vivian permanecem quietos, apenas com as mãos unidas, transmitindo avidez por entre suas palmas. Ambos respiram rápido, impacientes para estarem logo num lugar privado, onde podem fazer o que têm vontade há um bom tempo.

O elevador para no vigésimo e último andar. Dante guia Vivian até o final do corredor, onde está o quarto que ele reservara por ligação mais cedo. Eles entram, e ela pousa a bolsa de qualquer jeito na cômoda. Atraída pela gigantesca porta de correr em vidro, a mulher se encaminha sem pressa até lá, vendo a paisagem e se espantando com sua beleza.

Uma vastidão de estrelas douradas brilha lá em baixo, se estendendo de uma ponta à outra e se perdendo de vista. Acima, o céu conta com a presença de uma solitária lua encoberta de nuvens espessas.

O coração dela bate de forma mais veloz quando Dante se aproxima sem ruído e a abraça por trás, enchendo seu pescoço de beijos quentes e alucinantes. Ela fecha os olhos, sentindo com prazer a eletricidade do corpo dele reivindicando o seu totalmente, como se eles fossem um conjunto.

Ele se afasta de súbito e ela, desta vez atordoada, vira-se para olhá-lo. Dante continua sem dizer nada e, embevecido, observa a mulher na frente do vidro, com o brilho da noite envolvendo-a. Ele chega à conclusão de que o cenário já era lindo aos seus olhos antes, mas com ela ali, se torna esplêndido.

Vivian sorri assim que percebe que não há nada de errado. Dante somente a aprecia com os olhos abrasadores, tomado de tesão dos pés à cabeça. O que ela lhe disse mais cedo, sobre estar sem lingerie, martelara em sua mente durante todo o jantar, deixando-o tão ansioso quanto aflito sobre o desfecho da noite.

O agora.

Dando um passo para chegar mais perto, ele estende as mãos e puxa de jeito delicado os grampos que mantinham o cabelo de Vivian preso. Em transe absoluto, ele vê suas encorpadas mechas caírem no mesmo momento em uma abundante cascata, encobrindo os ombros e tendo seu fim na cintura. Ela se mostra bastante aliviada por se livrar do penteado.

Ele pisca, não pode evitar. Ela é tão, mas tão linda que nem parece ser de verdade.

Parece ser... Uma miragem.

Cada vez mais excitado, Dante toma seus lábios com destreza para se certificar que ela não é uma fantasia criada por sua ardilosa mente. Beija-a afoito e com ardência, entregando-lhe cada parte de si. Seu corpo, seu coração e também a sua alma.

Suas palmas examinam cada centímetro do exuberante vestido dela, procurando pelo zíper. Ele o acha rapidamente, e abre-o com habilidade, fazendo o vestido vermelho aterrissar no chão e revelar a nudez de Vivian.

Ela não mentira, afinal.

Recuando, ele para o beijo, tentando absorver o que está à sua frente. Dante a venera com intensidade, tendo a impressão de que todo o seu sangue se refugia com veemência na virilha. Daquela maneira, com a pesada cortina chocolate lhe recobrindo os ombros, Vivian se torna algo um tanto incoerente: lasciva, mas celestial. Ele está tão louco para estar logo dentro dela que não sabe como se conteve até agora. Seu olhar percorre todo o delicioso corpo dela, captando cada mínimo detalhe de suas curvas.

Tornando a explorar o corpo nu da mulher com as mãos, ele se abaixa, se encarregando de abrir as tiras de suas sandálias pretas de salto médio e as deslizando de seus pés. Vivian estremece ao ser tocada nas panturrilhas, completamente fora de si, com seus batimentos zunindo nos ouvidos de forma feroz. Assim que ele volta a se reerguer, ela logo se apressa em despi-lo, sentindo sua musculatura firme com as pontas dos dedos e com um sorriso se espreitando no canto da boca maculada de batom. Há tanta fome em seus dissímeis olhos que Dante se admira por um ínfimo instante. Tem certeza de que ele se mostra do mesmo jeito.