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Jimin on

Depois que saí do hospital a única coisa que me vinha na cabeça era, encontrar Jeon Jungkook. Não sabia se tinha feito certo ao sair de lá, quero dizer, na minha cabeça naquele momento parecia ser o certo, eu estava melhor graças a Jungkook, tinha certeza absoluta sobre meus sentimentos a ele e vice versa e logo eu estaria bem para ir embora com ele.

Não sozinho.

Não fugindo.

Eu não sabia exatamente para onde ir, todas as ruas pareciam estranhamente iguais e desconhecidas, o que faziam as coisas ficarem ainda mais difíceis já que o tempo também estava se fechando. Eu estava literalmente no meio do nada com gente que eu nunca havia visto na vida.

Em outras palavras, perdido.

Abraçado ao meu próprio corpo sentindo os leves pingos de chuva já caindo sobre mim, acabei esbarrando em uma senhora que saía de uma mercearia e derrubando suas coisas, passando a ouvi-la resmungar enquanto nós dois tentávamos juntar tudo antes que a chuva aumentasse.

- Me desculpe.. - repeti colocando os mantimentos em uma das sacolas - A senhora precisa de ajuda?

- Ah.. eu não moro longe, mas obrigada, você pode carregar algumas por favor.. - sorriu doce enquanto eu, parei totalmente encarando a mulher.

Aquele sorriso, os olhos.. era como se já a tivesse visto.

- Você está bem? A chuva está aumentando eu preciso ir.. - assenti pegando algumas de suas sacolas e comecei a acompanha-la até sua casa.

- Entre, entre! - sorri pequeno vendo-a fechar a porta atrás de mim e seguindo para a cozinha - Pode deixar sobre o balcão.

- Acho que já vou indo.. - comentei vendo o quão forte a chuva já estava.

- Você mora aqui perto? - a olhei por um momento negando fraco - Então fique até a chuva passar, não quero que sua mãe acabe ficando brava por pegar um resfriado!

Mãe

Para falar a verdade, nem me lembrava direito da última vez que a vi. Era difícil falar sobre família. Minha mãe, Park Nari, vivia pelo trabalho assim como meu pai, logo, boa parte da minha infância e adolescência fui criado por uma de minhas avós, que foi simplesmente maravilhosa até seu falecimento logo depois que fiz meus 18 anos, mas o tempo o qual vivi com ela, não foi exatamente pela falta de tempo de meus pais, bem, foi quando era menor, mas depois, por estar sem opção, foi pelo simples fato de me descobrir gay.

Meu pai não aceitava, e minha mãe, nem se preocupou em tentar ir contra quando fui pego seminu e aos beijos com um menino em meu quarto por meu pai, que não foi nenhum pouco gentil e compreensivo ao me colocar para fora apenas com algumas roupas. Sem lugar para ficar, fui para a casa de sua mãe, minha tão querida avó que me recebeu de braços abertos sem me julgar pelo motivo o qual fui colocado para fora.

Depois que ela morreu, meus pais já não moravam onde moravam antes e eu, tive que me virar, fiquei com a casa de minha avó, que aquele ponto também já era viúva, e com sua herança. Já minha outra avó por parte de mãe, a última vez que a vi, era muito pequeno e também não sabia se ainda estava viva.

- Querido? Está tudo bem? - a olhei sorrindo e assenti - Bom, eu vou tomar um banho estou encharcada! Quer tomar um banho também? Acho que meu neto pode lhe emprestar algumas roupas. Vou falar com ele. - me deixando sozinho, a mais velha saiu em direção as escadas falando consigo mesma.

Tirando os óculos escuros que eu ainda usava, coloquei-os em meu bolso olhando em volta, em poucos minutos, vi um rapaz que aparentava ter minha idade descendo as escadas.

Abusive • jikook •Onde histórias criam vida. Descubra agora