Capítulo 3

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Finalmente chegou o fim de semana, eu estava feliz por poder descansar, mas não tinha muito o que fazer em dias como esse, abri a janela do meu quarto e os raios solares adentraram iluminando o local, aquilo me trouxe inspiração

No café falei com minha mãe e pedi permissão pra ir ao parque tirar fotos por lá. Eu sempre gostei muito de fotos, não minhas, mas de qualquer coisa ao meu redor, eu enxergava o mundo com outros olhos, pelo menos era o que as pessoas diziam quando me viam com uma câmera na mão.

Eu até acreditava nelas, pois era na simplicidade das coisas que eu encontrava minha inspiração, não só pra fotos, mas pra qualquer coisa que eu fosse fazer.

Minha mãe permitiu minha ida então peguei a câmera e fui andando em direção ao parque central, caminhei lentamente observando a paisagem e pelo caminho mesmo comecei a tirar fotos.

Eu estava tão distraída com aquilo tudo que nem percebi quando havia chegado onde eu pretendia, comecei a explorar o local e avistei um vendedor de algodão doce, fui até lá, comprei um e sentei em um banco.

Observei a paisagem, as pessoas passando e o que elas faziam. Avistei um trio de amigos que lembrou muito os meus, fotografei aquilo e fixei meu olhar naquela cena, vários pensamentos, reflexões e lembranças vieram a tona.

Amigos uma palavrinha tão pequena e simples de falar, mas com um complexo significado na prática. Eles são como tesouros raríssimos de se encontrar e nem todo dinheiro do mundo seria capaz de comprar uma amizade verdadeira!

Eu devo ter muita sorte em ter conhecido, em especial, duas pessoas extraordinárias nesses poucos anos de vida: Jéssica(Jesse) Miller e Leonardo(Léo) Jordan. Lembrei então de como aquela amizade começou:

Jéssica prefere que chamemos ela de Jesse, conheci ela aos 6 anos, quando estávamos no primário, lembro que a professora nos deu tintas para fazer alguma pintura, eu estava tranquila pintando meu papel quando ela apareceu do meu lado e falou algo parecido com "gostei da cor do seu cabelo, mas se a gente deixasse ele mais vermelho?" e eu repondi " Gostei do seu também, se a gente deixasse ele mais amarelo?"

Ambas concordaram com a ideia e começamos a pintar os cabelos uma da outra, nesse momento percebi que seriamos boas amigas, a professora levou um susto ao ver aquilo e chamou nossas mães, foi quando descobri que, a mãe dela e a minha se conheciam a um tempão e estudaram juntas.

Passamos a visitar uma a outra e vivíamos muito bem em Malibu, eu era uma criança feliz, até uma tragédia acontecer com minha família, o cara que era casado com minha mãe e o que eu tinha mais próximo de um pai morreu. A mãe de Jesse propôs uma vida nova em May West, ela havia recebido uma proposta de emprego lá e perguntou se minha mãe gostaria de ir e recomeçar também.

Eu não entendia direito aquilo tudo, mas a gente veio pra cá e tinha minha melhor amiga comigo, aquilo me consolava um pouco. Éramos inseparáveis e como crescemos juntas, nos consideravamos irmãs.

Sim, a gente também briga, mas sentimos falta uma da outra e pouco tempo depois voltamos a se falar, nossos corações são como imãs, mesmo estando longe, eles insistem em continuar preso um ao outro.

Temos diferenças e defeitos também, por exemplo, ela quer ser popular já eu prefiro não aparecer(se bem que nos últimos dias tô aparecendo demais). Ela gosta de cachorro, eu prefiro gato, ela gosta de rosa e eu preto... enfim, são coisas pequenas que já fizeram a gente brigar.

Sua vida é perfeita e apesar de tudo, eu nunca cheguei a ter inveja disso, um pai e uma mãe juntos na mesma casa, uma conta bancária que poderá usar todo dinheiro a partir dos 18 anos e um carro lindo só dela, mas ainda não tirou carteira. Minha vida é totalmente diferente e nem isso atrapalhou uma amizade verdadeira como a nossa.

Agora falando um pouco de Leonardo que prefere ser chamado de Léo, conheci ele quando me mudei pra May West, com pouco tempo eu conhecia a cidade e queria ir até a casa de Jesse. Como minha trabalhava e não podia me levar de carro, eu ia sozinha de bicicleta.

Ela morava um pouco longe, quase em outro bairro, mas não era aquilo que ia impedir de eu ver minha melhor amiga. Em uma dessas idas eu avistei um garoto a beira da estrada que estava com problemas com a bike, parei próximo dele e perguntei o que havia acontecido, ele falou o problema e eu ajudei a concertar.

Eu perguntei onde ele morava e descobri que era próximo a minha casa, disse isso a ele e tomei meu caminho rumo ao meu destino. Quando estava voltando pra casa, vi o garoto no mesmo lugar, dessa vez sentado a beira da calçada e perguntei o que ele fazia ali, ele disse algo do tipo "tinha esperança que você voltasse, esqueci de me apresentar, a gente podia ser amigo"

Fomos embora juntos conversando, no dia seguinte o vi na escola ele era o único conhecido meu naquela cidade fui falar com ele enquanto Jesse chegava. Certo dia eu saí de casa e ele estava a minha espera numa bicicleta, perguntou se eu queria apostar corrida e concordei, desde então sempre íamos juntos, andávamos juntos e ganhei um novo melhor amigo.

É ótimo ter um amigo homem, a gente conhece o lado diferente da história, um lado que não vemos, impressionante como ele falava mal dos garotos pra mim. Chegava a ser engraçado, eu gostava muito de falar com ele, era realista e tinha as vezes um pouco de medo de me magoar com isso, mas eu admirava aquela sinceridade toda, pedia opinião a ele quando estava insegura pra entregar algum trabalho ou conselhos quando achava que o mundo ia acabar, conseguia me divertir bastante com aquilo tudo e sabia quando passava dos limites, pois ele tava ali pra falar dizer isso com todas as letras e palavras, sem rodeios.

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