Capítulo 25

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Léo me levou até a porta de casa, me despedi dele e entrei, sorrindo e segurando o pingente que acabara de ganhar. Ao adentrar o corredor até a sala, avistei no sofá assistindo televisão, minha mãe e Ben, logo minha expressão de felicidade mudou. Lembrei da cena de mais cedo e senti meu corpo esquentar dos pés a cabeça, a raiva subiu, cerrei o punho e caminhei em passos pesados até onde os dois estavam.

— Filha! Que bom que chegou — Disse o homem ruivo levantando-se do sofá.

— Do que me chamou? Me poupe… você não tem o menor direito de me chamar assim! Só ajudou a fazer e sumiu de nossas vidas, ainda não entendo o motivo de ter voltado — Bufei.

— Lucy Peterson! Esfria essa cabeça aí mocinha, você não tem o direito de tratar ninguém assim dessa maneira, se ponha no seu lugar agora mesmo! — Interferiu minha mãe com autoridade.

Ao ver minha mãe se alterar percebi a atitude infantil que estava tendo para com aquele homem. Assustei-me com o tom de voz de minha mãe, o que me trouxe de volta para o mundo real e comecei a corrigir minhas atitudes. Respirei fundo e sussurrando contei até três procurando a calma que habitava em algum lugar em meu corpo.

— Só quero uma coisa… que vocês me expliquem tudo isso que tá rolando por aqui… tipo? Como aconteceu tão rápido? 

Ben pediu vez para falar, minha mãe assentiu com a cabeça e ele começou.

— Não foi rápido, eu a amo desde o colegial, foi um reencontro e tanto. Agora tudo que eu quero é ficar perto de vocês pelo resto da vida.

Eu estava com um pé atrás sobre aquele homem, olhei para minha mãe e ela estava encantada com suas palavras, seus olhos brilhavam admirando aquele babaca, ela estava caidinha por ele. 

— Para felicidade de vocês eu estou de bom humor, então tudo bem por mim, darei mais uma chance, espero que faça bom uso dessa e não nos decepcione.

— De bom humor? O que aconteceu, senhorita Lucy? — Perguntou minha mãe levantando a sobrancelha.

Já ia começar a falar, mas hesitei ao olhar para o homem no sofá prestando atenção em mim.

— Não sei se quero compartilhar isso com ele — Falei séria, olhando com desprezo para o cara de jaqueta de couro.

Ben tinha um estilo meio bad boy mesmo não sendo mais um adolescente, ele me lembra Tyler, o jeito de vestir e o cabelo são iguais, eu não gosto disso.

— Tudo bem, eu já estava de saída, vou buscar minhas coisas, querida — Beijou a testa de minha mãe — Até mais filha.

— Espera aí… O que você quis dizer com "buscar minhas coisas"? — Perguntei desconfiada — E nunca mais ouse me chamar de filha.

— Era sobre isso que queria conversar com você mais cedo — Interveio minha mãe — mas agora só quero saber de você, por que está tão feliz?

Ouvi a porta branca da entrada se fechar, era Ben saindo, me senti melhor, respirei fundo e fechei os olhos, lembrei dos acontecimentos recentes e sorri. 

— Léo me deixou assim, mamãe… ele me alegra e surpreende sempre. Você não vai acreditar no que ele aprontou hoje…

Contei sobre a surpresa e o pedido de namoro de Léo, mostrei o presente que a deixou boquiaberta. Ela ficou feliz por mim e me desejou felicidades, era certo o tamanho do carinho que aquela mulher tinha para com minha pessoa.

— Agora chegou sua vez de me contar o que o Ben quis dizer.

— É complicado, mas… Você merece saber. Eu e o Ben… reatamos, ele quer recomeçar e me parece um verdadeiro homem agora. Então… chegamos à decisão de morarmos todos juntos.

— O que!? Você chamou um homem para morar conosco sem antes me falar nada, como pôde fazer isso com sua própria filha? Meus sentimentos parecem não importar.

— Você deveria ficar feliz por mim, assim como fiquei feliz por você e Léo!

Já estava preparada para rebater a fala de minha mãe, mas ao enxugar suas palavras, principalmente sobre Léo, eu me acalmei. Posso dizer que atualmente Leonardo Jordan é meu pontinho de paz em meio toda guerra, é minha calma no meio da tempestade e pode o mundo está desabando, em seu abraço me sinto segura.

— Tudo bem mãe, não vou discutir com você, o Natal está chegando e hoje estou feliz demais para bater boca.

Já estava dando as costas e partindo rumo a escadaria branca de madeira, que me levaria para meu refúgio chamado quarto, quando minha mãe me chamou atenção novamente.

— Sobre o Natal… — Disse ela hesitando.

— O que tem o Natal? — Perguntei desconfiada.

— Estava pensando em fazer uma viagem em família para Malibu, visitar sua avó e tias, o que acha? — Perguntou empolgada, mal sabia ela que eu conseguia perceber, mesmo tentando disfarçar, seu medo da resposta.

— Em família como? Nós duas? 

— Sim… e seu pai também, já que ele vai morar com a gente.

Pensei um pouco antes de responder, eu não precisava reclamar sobre isso, iria deixar esse trabalho para minha avó, ela com certeza ia achar ruim a ideia dos dois terem voltado. Um sorrisinho de canto surgiu em meu rosto sem perceber e voltei para realidade.

— Por mim tudo bem, mas o Léo tem que ir com a gente, tenho certeza que a vovó adoraria conhecer meu namorado.

Ela assentiu com a cabeça e sorriu aliviada. Achei que ela não concordaria de primeira, mas fiquei feliz em saber que sua reação não foi ruim.

Fui para meu quarto, coloquei uma música e comecei a falar com Jesse por telefone, contei as novidades do encontro e escutei a garota surtar do outro lado da linha. Também falei sobre meu pai e o Natal. Depois disso ela começou a contar sobre sua vida.

Jesse gostava de um garoto, Toddy Jones, ele era do time de futebol, mas um tanto diferente de Tyler(ainda bem), pelo menos parecia que Jesse sabia bem escolher homem. Toddy era um ano mais velho que a gente, ele fazia aniversário logo depois de mim, por isso eu lembro dele. Jesse contou que eles haviam trocado mensagens e que estavam ficando mais próximos.

Destino InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora