Jesse se aproximou da entrada de meu quarto e ouvi ela bater como uma louca na porta, do lado de dentro, gritei permitindo sua entrada.
— Amiga você tá viva — sem que eu pudesse dizer alguma coisa, ela me aconchegou em um abraço.
— Mas em nenhum momento eu falei que tinha morrido — Ironizei
— Lucy Peterson você é uma dramática sem noção — fez cara de tédio. — O que é tão importante que não podia esperar até amanhã?
— É melhor você sentar, pois é uma longa história.
Jesse e eu, nos aproximamos da cama e sentamos passamos um segundo olhando uma para outra até que sua expressão curiosa me fez começar a falar, mas primeiro comecei a rir e ela fez cara de tédio.
— Dá pra parar de me zuar e contar logo — Ela falou perdendo a paciência
— Tá bom, você lembra da escol… — parei de falar após ouvir um ruído, lancei um olhar açodado para a porta, era de lá que vinha o barulho, não era a maçaneta, como se alguém estivesse abrindo, pois a mesma não se mexia. Vi uma sombra por baixo da porta e decidi ir até lá.
Continuei falando com Jesse como se não tivesse escutado nada, mas me levantei devagar e caminhei ao mesmo tom que minha voz saía. "então Jesse, lembra que hoje na escola te fal…". Abri a porta instantaneamente e minha mãe quase caiu dali.
— Mãe!? O que você tava fazendo aí? — falei surpresa.
— Estava só limpando a porta — deu um sorriso nervoso.
— A por favor né? Eu não nasci ontem. Você tava espiando, não é?
— Claro que não, eu ia entrar a qualquer momento. Mas vocês estavam falando da escola né? Podem continuar como se eu não tivesse aqui.
— Mãe eu preciso falar com minha amiga, você pode sair por favor? — pedi
— Filha, eu já tive sua idade e entendo seus problemas, tô aqui pra resolver eles.
— É exatamente porque você já teve minha idade que entende que adolescentes precisam de espaço e gostam de contar coisas para suas amigas. — Rebati.
— Tudo bem, estou de saída. Espero que não tenha acontecido nada de tão grave que sua mãe não possa saber.
— Só não conto com você aqui, porque você sempre faz um escândalo, uma tempestade no copo d'água.
— Isso é verdade — disse Jesse entrando no assunto — Lembro de uma certa vez que você foi na escola porque sua filha voltou com uma caneta de glitter faltando no estojo, a senhora foi reclamar com a diretora por causa disso.
— Materiais escolares são caros, compro pra minha filha e não para os outros roubarem. — Defendeu-se
— Mas mãe, você lembra onde achou a caneta?
— Dentro da sua lancheira, eu lembro e me envergonho por isso.
— Tá mãe, linda história, mas agora você já pode ir né?
— Tudo bem, eu vou, mas é sobre aquele capitãozinho do time né? Sabia que ele não prestava.
— Eu disse isso a ela também — concordou Jesse.
— Jesse — fuzilei com os olhos — Tchau mãe, te vejo mais tarde.
Finalmente minha mãe saiu e eu tranquei a porta, para garantir que ninguém mais escutava a conversa além de Jesse, fechei a janela, liguei o ar e coloquei música alta perto da porta, não tão alta a ponto de Jesse não me ouvir.
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Destino Inesperado
Teen Fiction+15 "E se um dia tudo mudar entre nós, eu espero que nunca esqueça... o quanto eu te amei, o quanto eu corri atrás e lutei por nós. Você pode até tentar fugir, mas sabe que meu coração está interligado ao seu por um fio vermelho que nos entrelaça ap...