Ruby Woods
- Ei, levante. - senti uma mão na minha cintura me ajudando a ficar de pé. - Vamos, os deuses nos deram outra chance de ficarmos vivos e juntos! - não faço a mínima ideia de quem pertence essa voz. Só me segurei em seus braços e deixei ser levada para dentro de uma fortaleza. - Hank! O que é? Podem as lendas serem verdadeiras?
- Lendas não queimam aldeias! - o homem ao seu lado respondeu. - Venha! Vamos para um lugar seguro! - ele me ajudou a subir as escadas. - CUIDADO! - Hank gritou.
A parede da fortaleza tinha sido quebrada pelo dragão que cuspia fogo dentro do local. A pessoa que me ajudava me colocou por trás dela e me abraçou como um ato de proteção, então eu pude reconhece-la, era Aspen.
- Ele foi embora. - avisou Hank. - Veja, dá para pular. Você acha que ela consegue, majestade? - Aspen olhou para mim e eu confirmei com a cabeça.
Hank foi o primeiro a pular, depois dele o rei e eu pulei em seguida, caindo nos braços de Hank e fazendo com que minha cabeça começasse a doer ainda mais.
- Sigam-me! - mandou.
Aspen não saiu do meu lado nem por um segundo. Ele sempre me ajudava a pular degraus ou passar por pessoas mortas e queimadas. Hank liberava o caminho e tinha uma espada em suas mãos. Deve ter pego de algum soldado morto.
A aldeia estava um caos. Muitas pessoas estavam machucadas e mortas. Casas tinha sido demolidas e eu só conseguia enxergar a fumaça. Minha cabeça latejava e meu coração estava disparado. O dragão voava de um lado para o outro e não parava de cuspir fogo, destruindo tudo a sua volta.
- Achei um lugar! - Hank apontou para uma porta e correu em direção a ela. Eu e Aspen o seguimos. - Vamos! Precisamos entrar!
Passamos pela grande porta de madeira e quando finalmente entramos me taquei no chão. Comecei a tossir enquanto o Rei acariciava as minhas costas.
- Parece que fomos os únicos que conseguiram. Aquilo foi realmente um dragão? Os arautos do fim dos tempos? - perguntou Aspen.
- Deveríamos continuar. - Hank falou e foi em direção a um baú.
A sala era bem grande. Tinha diversas camas e armários. Aspen se levantou e foi em direção a uma mesa, rindo em seguida.
- Pelos deuses! - gargalhou. - Quantas moedas! - ele pegou duas sacolas cheias e me mostrou. - Venha, acredito que quando sairmos daqui irá querer ficar com elas.
Quando sairmos daqui? O que eu vou fazer quando sairmos daqui? Eu não tenho para onde ir. Vou andar sozinha por aí? Sem rumo? Me levantei com um pouco de dificuldade e andei até ele.
- Eu... Eu não sei o que vou fazer quando sair daqui. - cocei a nuca e desviei o olhar.
- Você não tem ninguém? - balancei a cabeça. - Você pode vir morar comigo. - ele sorriu radiante. - Não seria sacrifício nenhum receber uma mulher tão bela como você em meu castelo. - Aspen sorriu de canto e eu o empurrei, porque estava próximo demais.
- Eu tenho que descobrir algumas coisas. Então não, obrigada pelo convite. - cruzei os meus braços sobre meu peito e virei a cabeça.
- Que coisas? - Hank perguntou e foi para o lado do Rei.
- Eu não sei... Eu não sei de nada. - olhei para eles e tomei coragem para continuar. - Não sei meu nome. Não sei de onde eu vim. Não sei que lugar é esse. Não sei nem porque eu iria ser morta. Eu preciso de respostas. - os dois me encaravam. Aspen ainda tinha um brilho nos olhos e Hank estava sério. Os dois pareciam não saber o que dizer.

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REBURN
Fantasía• LIVRO UM DA DUOLOGIA ARGONIANA • "E quando a verdade finalmente amanhece, amanhece em fogo. Mas há um que eles temem. Na língua deles, ele é o Dragonato, nascido do sangue do dragão." Confundida com um Stoermer, uma guerreira é levada em direção à...