As ruas de Seant estavam vazias, talvez por conta dos inúmeros ataques de dragões que estavam acontecendo em Argônia. Casas, lojas, ferrarias, comércios, estava tudo fechado. Entretanto, apenas um lugar se diferenciava, Bedrock, onde eu encontraria o Hrongar, para trocar as minhas coisas por algo mais... decente.
Entrei na taberna e ela estaria vazia, se não fosse por uma mulher no balcão e um homem que estava sentado sozinho no canto do estabelecimento. Aproximei-me para encontrá-lo.
- Um amigo em comum me enviou. - falei.
- Olá, me chamo Hrongar. - ele se levantou e sorriu, estendendo a sua mão. - Aqui está o acordo. Posso contrabandear algum equipamento para a embaixada para você. Não planeje levar nada consigo, os Encendedores levam a segurança muito a sério. Me dê suas coisas e eu me encarregarei de levá-las para a embaixada. Se troque no quarto ao lado, aqui está algo para você vestir. - peguei as roupas da sua mão e me retirei.
Virei o corredor a esquerda e entrei em um quarto, tirei a roupa e comecei a me despir. Tirei minha armadura e a roupa que eu usava há semanas, coloquei junto com as minhas armas em cima da cama, que ficava no canto do quarto. Pus o vestido e a bota que Hrongar tinha me dado e soltei meus longos cabelos castanhos, me olhando no espelho. O longo vestido tinha um tom bege e detalhes marrom no pedaço de cima, era apertado na parte dos seios e da cintura - o que ressaltava minhas curvas - e folgado em baixo. As mangas cobriam todo o meu braço. Calcei meus pés com botas de cano baixo marrom, combinando com a roupa. Meu cabelo estava livre de qualquer coisa.
Saí do quarto, levando as minhas coisas para Hrongar, que me esperava de pé em frente a porta da entrada da taberna.
- Estou pronta, tome aqui minhas coisas. - quando o homem ia pegar, eu puxei de volta para mim. - Se qualquer coisa acontecer com elas, meu caro, você é um homem morto. - ele concordou com a cabeça e colocou tudo dentro de um saco marrom.
- Dominique está te esperando. - Hrongar passou pela porta e me deu passagem. - A gente se encontra lá. - confirmei com a cabeça e andei até onde encontraria minha amiga.
Quando cheguei me surpreendi com o que vi. Dominique e Diana, bem, as duas estavam se beijando. Andei devagar até elas e pigarreei, separando e envergonhando-as rapidamente.
- Ruby, eu... - começou Diana, mas eu a cortei.
- Não é da minha conta. - sorri tentando confortá-las.
- Então... - começou Dominique olhando para baixo. - Você deu suas coisa para Hrongar? - balancei a cabeça. - Bom. Eu tenho o seu convite para a festa. A única maneira de passar pelos guardas é se eles realmente acreditarem que você é uma convidada. O que significa que você precisa agir como eles e não estar armada até os dentes. - ela chamou Diana e sussurrou alguma coisa no seu ouvido, a mulher com pele de oliva se retirou e andou até onde estavam as carruagens. - Pronta para embarcar? - respirei fundo e ela colocou a mão no meu ombro. - Não se preocupe, nós vamos estar esperando por você quando voltar.
Olhei para trás e uma carruagem estava vindo até nós, Diana se colocou ao lado de Dominique e pegou sua mão. Eu sabia que elas eram muito próximas, porém nunca imaginei as duas desse jeito, mas eu estava feliz. Me despedi das duas mulheres e subi na carruagem.
Percebi que já estava longe demais quando o clima mudou de um sol radiante para flocos de neve caindo do céu. Abracei meu corpo e quando olhei para frente, vi uma enorme casa. Ela tinha grades em volta e guardas por todo lugar, a neve cobria o teto e uma grande escadaria se destacava.
- Ah! Uma retardatária do pequeno sarau de Irileth. - um elfo com a pele brilhante disse assim que desci. - E chegando de carruagem, nada menos! Eu a saúdo, senhorita. Meu atraso foi devido a me perder no caminho dessa montanha abandonada pelos deuses. - ele estava... bêbado? - Eu prefiro chegar cedo. Muitas vezes, um dia antes da festa. Para não perder nenhuma bebida. - o homem começou a rir de si mesmo e eu revirei os olhos. Não dou a mínima pelo que saí da sua boca.

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REBURN
Fantastik• LIVRO UM DA DUOLOGIA ARGONIANA • "E quando a verdade finalmente amanhece, amanhece em fogo. Mas há um que eles temem. Na língua deles, ele é o Dragonato, nascido do sangue do dragão." Confundida com um Stoermer, uma guerreira é levada em direção à...