03 | Irmandade Nox

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- Quem é o próximo? - perguntei assim que cheguei na caverna. Hoje quatro pessoas tiveram uma flecha atravessando sua garganta. Ganhei muitas moedas e poderia ir à taberna beber a vontade.

- Sigrid Virorum. - Rebekah respondeu enquanto limpava sua adaga, o que era totalmente desnecessário, já que eu conseguia ver o meu reflexo no objeto.

- Quanto? - me sentei de frente a ela e peguei as moedas do meu bolso, colocando-as em cima da mesa que estava servindo como apoio para a mulher de cabelos negros descansar suas pernas.

- 9500 moedas de ouro. - ela parou com que estava fazendo e me olhou divertida. Encarei Rebekah sem acreditar nas palavras que a mesma dissera a segundos atrás. - Adivinha. Já que os Stoermers são inúteis e não conseguem fazer o seu trabalho sujo, então eles colocam na mão da Irmandade Nox para matarem o império inimigo. - Rebekah riu nasalado e largou a adaga na mesa, fechando a cara. - Esse trabalho vai ser muito difícil e vocês vão ter que ficar na cidade durante dias, por isso Ralof irá acompanhá-la. - ela me olhou e continuou. - Preciso que cuidem um do outro, vocês são tudo que tenho. Talvez essa seja a última vez que vamos nos ver.

- Vai ficar tudo bem. - peguei a sua mão que estava em cima da mesa. - Vamos voltar vivos para a sua felicidade. - sorri tentando acalmá-la e a mesma balançou a cabeça em concordância.

- Certo. - ela retirou a sua mão da minha e se levantou. Rebekah não era de mostrar afeto. - Agora vá, é muito dinheiro em jogo.

Me levantei, peguei meu arco e flecha e minha espada. Minha bolsa estava no canto e já tinha tudo lá: moedas, comida e água. Me despedi da minha amiga e fui para fora. Ralof já estava montado em seu cavalo e ao seu lado estava Bey. Minha fiel escudeira. Montei na égua com pelagem preta e olhos negros e fomos em direção a cidade onde alguém seria morto, Lionsking.

Despertei confusa, sentindo um calor no meu rosto. Então era um sonho? Parecia tão real. Quando finalmente abri os olhos, pude ver que eram as mãos de Aspen.

- Bom dia. - ele falou baixo e mostrou seu sorriso perfeito. - Acorde, hoje será um longo dia.

Me sentei na cama e me espreguicei, cocei os olhos e quando olhei para o lado, pude ver Hank sentado em uma das cadeiras de frente para a mesa. Quando viu que eu estava acordada, ele se levantou e veio até mim.

- Bom dia, Ruby. Hoje eu e o Rei Aspen vamos voltar para nossas terras. Não gostaria de vir conosco? - ele perguntou e Aspen me olhou esperançoso.

- Muito obrigada, Hank, mas dispenso. Como eu já disse, preciso saber a minha origem. - respondi e Aspen revirou os olhos.

- Para quê? Qual diferença isso faz? - o homem a minha frente se levantou abruptamente e perguntou irritado. - Venha conosco, Argônia é um lugar muito perigoso. - suplicou e pegou nas minhas mãos.

- Eu agradeço por tudo que fizeram por mim. Mas eu realmente preciso fazer isso, sinto que tem algo a mais. Talvez um dia eu irei visita-los. - sorri para Aspen e ele retribuiu o gesto.

- Tudo bem. - Hank respondeu. - Eu e o Rei precisamos ir agora. - ele chegou perto de mim e apertou meus ombros. - Foi um prazer te conhecer, Ruby. Sinto que a nossa história não acaba por aqui.

- Que absurdo, Hank. Dando em cima da mulher que mal conhece. - Aspen brincou e pude ver as bochechas de Hank ficarem vermelhas e ele se retirou da sala, não pude evitar de rir com aquilo. - Se precisar de qualquer coisa, lembre-se que todo o meu reino está no Sul. Se você vir qualquer soldado com vestimentas azuis é só pedir para que alguém reporte ao Rei. - ele apontou para si mesmo. - O seu pedido.

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