15 | Dagger e Mighty

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Seguindo meu caminho até o Templo de Draco para falar com meus companheiros tudo que tinha acontecido, não pude evitar de desfrutar da ótima visão que Argônia me proporciona com suas terras primorosas. Eu não podia deixar Igni simplesmente destruí-las. Na verdade eu não podia deixar Igni acabar com o mundo. E pensar que o futuro do planeta está nas minhas mãos é aterrorizante.

Tudo estava muito calmo até eu perceber que estava sendo seguida. Mas como eu não tinha certeza, apenas peguei a minha espada e deixei ao meu lado caso fosse necessário utilizá-la. Olhei para trás e não tinha ninguém, talvez eu esteja ficando paranóica.

Minutos se passaram, porém eu ainda estava com a mesma sensação e então, o desespero tomou conta de mim. Olhei ao meu redor e não tinha ninguém. Apressei o passo, quase correndo, mas senti meu corpo travar quando vi alguma coisa em cima da árvore que eu tinha acabado de passar. Virei lentamente de costas e olhei para cima e lá estava o perseguidor nos galhos, com sua roupa totalmente preta e com metade do rosto coberto por um pano.

Ele rodava uma adaga entre seus dedos, eu fiquei sem reação, enquanto ele me encarava. Tentei dar uns passos para trás, mas antes disso o objeto cortante que o perseguidor segurava foi cravado no meu braço. Eu tentei tirar, mas antes mesmo disso o indivíduo desceu da árvore e se aproximou de mim, chutando o meu rosto, me derrubando no chão e causando um sangramento na minha boca.

Ele tinha mais duas adagas em suas mãos e, quando eu tentei me levantar, o perseguidor me jogou de volta no chão, ficando sob mim. Assim que ele ia enfiar a sua adaga no meu peito algo o parou. O indivíduo me olhava nos olhos e assim eu consegui identificar que era uma mulher. Nós ficamos nos encarando durante alguns segundos, até que eu decidi trocar nossas posições, me colocando em cima dela e pegando sua adaga para pôr na direção da sua garganta.

- Quem é você e por que tentou me matar? - perguntei, mas ela não respondeu. - Anda, porra, responde!

Tirei o pano que cobria seu rosto, que não tinha expressão alguma,e a encarei esperando por uma resposta, mas ela não falou nada. A mulher tinha os cabelos cor de grafite, assim como seus olhos, e uma beleza inconcebível. E foi aí que eu percebi que a conhecia de algum lugar.

- Ada? - perguntou a mulher com a voz fraca. - Puta merda, eu pensava que estava morta!

- Me... desculpa, mas... você é? - perguntei, ainda com a adaga em sua garganta, vai que era um truque.

- Você está zoando, não é? - perguntou ela com o cenho franzido. - Pelo o amor dos deuses, nós crescemos juntas, não é possível que meses fizeram você esquecer de mim. - eu saí de cima dela e me sentei no chão gramado. - Sou... Rebekah Knight. - ela se sentou ao meu lado. - Dagger, sua melhor amiga. - eu olhei para ela e balancei a cabeça. - Ok, então me conta que merda aconteceu com você durante todo esse tempo e por que diabos você não se lembra de mim?

A encarei sem saber se poderia confiar nela ou não. Mas sinceramente, eu não sabia mais de nada.

- Resumindo, eu perdi a memória. Só lembro de algumas coisas do meu passado porque conheci alguém que me conhecia na minha... outra vida. - a mulher me olhava pensativa e depois abaixou seu olhar para o meu braço, onde tinha uma adaga fincada.

- Seu braço, eu sinto muito.

- Relaxa. - eu puxei de uma vez o objeto cortante que estava na minha pele e Rebekah fez uma careta. - Algo bom de ser uma Dragonato é que eu cicatrizo rápido.

- Drago o quê? - questionou Dagger.

- Dragonato, é uma longa história.

- Certo. - ela se levantou e estendeu sua mão para mim. - Vamos para nossa casa, você tem muita coisa para nos contar. - me levantei com a sua ajuda e a olhei.

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