05 | Ruínas

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O sol ainda estava radiante. Lionsking era a mesma de quando entrei no palácio, nenhuma criatura preta com olhos vermelhos voava por aqui. Enquanto andava pela cidade pude perceber alguns olhares sobre mim, talvez seja porque eu sou a única mulher que esteja usando armadura. Qual o problema dessa gente?

Caminhei até Leyin e lá me informei sobre o Túmulo das Cataratas Fúnebres. Muita gente não sabia da existência do local, mas graças a um guarda consegui chegar. A tumba se localizava em uma montanha. Nevava, mas por incrível que pareça, eu não sentia frio. Ao seu redor tinha muitas estátuas de pessoas feitas de pedra, representando os deuses. O lugar parecia mais uma masmorra a uma tumba.

Tudo parecia muito calmo, até uma flecha passar raspando por mim. Peguei minha espada imediatamente. Pessoas armadas me rodeavam, elas formavam um grupo de quatro e não pareciam nada agradáveis.

Antes de mais nada uma mulher com a pele negra levantou a sua espada até mim, tentando me acertar, mas consegui me defender. Ela, com raiva, tentou atingir a minha barriga, mas, surpreendentemente, fiz algo - que até agora não entendi - com a minha arma e sua espada caiu ao chão, deixando o meu instrumento rasgar a sua garganta e todo o seu sangue ser expelido de seu corpo.

Os outros três me olhavam espantados. O do meio veio com o seu machado na minha direção, com as mãos armadas, prontas pra cortar minha cabeça fora. Por sorte, abaixei a tempo. Ele passou direto por mim, perdeu o equilíbrio e eu enfiei, enfim, minha espada nas costas desse homem que tentava me matar.

Um homem musculoso correu até mim com a sua espada, e o outro andou para trás tentando acertar as suas flechas no meu corpo. As nossas armas se cruzavam o tempo todo, eu não conseguia acertá-lo e nem ele conseguia me acertar. Mas o babaca conseguiu fazer com que o meu instrumento caísse. O homem estava sobre mim, com as suas mãos grandes rodeando o meu pescoço, me deixando sem ar. Tentei usar os meus braços, batendo em seu rosto, mas estava sem forças. Enfiei minhas mãos nos meus bolsos a procura de algo, e no bolso direito e esquerdo tinha uma faca. Peguei os objetos cortantes e cravei em cada lado da sua garganta. O seu sangue derramava em meu rosto, fazendo com que eu engolisse um pouco daquele líquido com gosto de metal. Seu corpo caiu para o lado e quando me levantei vi o bandido que me restava.

Andei até ele e o mesmo se ajoelhou pedindo misericórdia. Peguei a minha espada e finquei na sua testa. Olhei ao redor e graças aos deuses não tinha mais ninguém tentando tirar a minha vida. Me taquei no chão e acabei adormecendo, pensando em como eu tinha conseguido fazer tudo aquilo.

Acordei assustada, tentando me recordar do sonho que eu tive, mas quando olhei para o lado, percebi que não era um sonho. Fiquei durante mais alguns minutos deitada e sem coragem alguma de continuar, provavelmente teria muito mais por vir.

Essa tumba deixaria qualquer pessoa com medo, não é por nada não, mas se ela é assustadora por fora, imagina por dentro. Me levantei e olhei ao redor, não tinha muita coisa, só alguns pilares, paredes quebradas e estátuas que com certeza eram mais velha do que eu. Tudo parecia acabado.

Olhei para o cara morto ao meu lado, ele tinha um arco e flechas, talvez seja útil. Mesmo não tendo nenhuma ideia de como usar a arma, eu a peguei. Afinal, eu também não sabia como usar uma espada e... olhe ao meu redor. Andei em direção ao portão de pedra e o empurrei. O lugar era muito escuro, mas as tochas e velas o salvava, fazia muito frio e era meio macabro. Pude ouvir vozes e me escondi atrás de um pilar de pedra.

Ok, Ruby. Têm duas pessoas. Você pode atirar em uma e quanto a outra você ataca com a espada. Mas e se eu errar a pontaria? Merda. Não custa tentar. Pelos deuses, eu consegui matar quatro bandidos, claro que só mais dois não seria problema nenhum.

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