Chapter one: the beginning

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Heyoon Jeong Pov

A escuridão já não me assustava mais, as palavras não me machucavam mais. Eu não lutava mais. Eu era só mais um corpo vagando pela terra, estava morta por dentro. Os dias passavam sem sentido nenhum pra mim, pareciam não acontecerem mais. Espero até hoje o momento em que alguém vai me matar, ou quando a coragem chegar e eu mesma o farei

O despertador toca e me levanto, acordando de meus devaneios. Olho pra o relógio que marcava 6:00, e suspiro cansada. Vou até o banheiro, faço minhas higienes pessoais, me apoio na pia, olhando pra meu rosto inchado. Motivo? O tanto que eu chorei ontem, e se você perguntar o motivo pra isso também, a resposta será "eu não sei". Eu realmente não me lembro em que momento eu deixei de ser aquela antiga Heyoon, que sorria, brincava e era feliz de verdade. Eu não sei, talvez tenha sido quando meus pais insistiram que tínhamos que andar com gente "certa". Ou quando eu perdi um dos poucos amigos que eu tinha. Ele era diferente, não era como os outros... não, não foi quando ele foi embora. Eu já era essa Heyoon triste quando ele estava aqui, eu só não era tão triste como sou agora.

— Heyoon! Vai se atrasar pro primeiro dia de aula!-Hina grita da sala

— Já estou indo!-grito com a minha voz fraca. Pego uma maquiagem pra cobrir minhas olheiras e visto uma roupa simples. Calça longa, e blusas de manga comprida pra cobrir meus machucados recentes no pulso. Desço até a sala encontrando minha mãe no fogão fazendo o café, meu pai na mesa sentado, minha irmã Hina sentada comportada. Yoong-Soo estava sentada na mesa, vez ou outra revirava os olhos pela provocação de seu gêmeo

— Você finalmente desceu hein -Bailey fala com uma torrada na boca. Vejo Hina se levantar e passar batom na boca

— Não fale de boca cheia garoto!-mamã grita com Bailey. Me sento na cadeira, e passo a mão no rosto, enfadada—Hina! Pare com tanta baboseira daqui a pouco parece um palhaço!-minha mãe dizia enquanto servia meu pai e meus irmãos mais novos. Hina revira os olhos e volta a passar o batom

— O que quer com tanta maquiagem? Parecer uma vadia?-meu pai solta com falsa inocência enquanto lia seu jornal. Olho pra ele chocada por ter dito aquilo na frente das crianças. Não esperei minha mãe tomar a frente, ela sempre escuta isso calada. Olhei pra Hina que tinha os olhos fechados respirando fundo

— Não, senhor-sua voz sai num tom irônico e levemente magoado. Ela se vira pra falar com ele—Só quero ficar bonita, pra mim mesma, nada demais

— Não sei não-ele solta num tom malicioso e desconfiado. Sinto meu estômago revirar com o olhar dele pra Hina, encolhi minhas costas arrepiada—Depois não reclame se garotos derem em cima de você com essa roupa. Aliás, se mantenha longe deles, seja uma moça de família e não aquelas vadias líderes de torcida

— Pai!-Hina o repreende—As crianças-a voz da garota sai um pouco magoada, ela aponta a cabeça pra os gêmeos que estavam entretidos brincando

— Hina Jeong! Não responda seu pai!-minha mãe fala pela primeira vez. Aquilo me doeu, mesmo que não fosse comigo. Ela pouco se importou quando ele a ofendeu, e quase a comeu com os olhos, mas Hina só o reprendeu e minha mãe virou uma fera. Hina assentiu e se sentou de cabeça baixa

— Papa, quando eu vou poder namorar?-Yoong pergunta fazendo todo mundo na mesa se engasgar. Olho pra ela surpresa por sua pergunta e a menina inocente continuava com a mesma cara de antes

— Só quando estiver fora do meu teto-Simom responde olhando pra pequena criança. A mesa fica em silêncio por um bom tempo, Yoong-Soo parecia estar pensando até que ela finalmente fala

— Mas o Bai namora a lambisgoia da Ylona-Bailey olha pra menina com uma cara aérea. Devo supor que ele não entendeu nada, e só se ligou quando falou o nome dele. Escuto um rosnado do meu pai e me mantenho quieta, não queria me meter em nada. Hina continuava calada, assim como eu

Save me   Siyoon/HeynaOnde histórias criam vida. Descubra agora