2° thirty-two: last therapy

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Heyoon Jeong Pov

Oh. E você sabe o que eu fiz essa semana?-falo com Michelle, que anotava as coisas no seu caderno—Eu ajudei Sabina com o baile. Eu vi um apartamento maravilhoso com minha...Sina. Minha Sina.-sorrio com o final da frase—E Joalin encontrou um internato, talvez minha irmã esteja lá. E eu vou alugar um apartamento pra mim e meus irmãos. Sara está cuidando em conseguir a guarda dos meus irmãos mais novos pra ela, porque ela tem mais de vinte um e tem idade pra adotar alguém, mas meus irmãos morariam comigo. É, seria assim.-falo e percebo que ela não estava mais anotando—Não tem mais nada pra me aconselhar? Nada a dizer? Nada?

— Não, senhorita Jeong. Digo, Heyoon.-sorri pra mim, soltando o caderno que ela segurava—Acabamos.-franzo o cenho

— Como assim?

— Nosso trajeto. Acabou aqui. Você está bem. Continue tomando os remédios nos horários certos, continue assim e pronto. Você está bem Heyoon.-respiro fundo, mordendo os lábios

— E...eu. Eu não posso. Não. Você tem que continuar com a terapia.-falo rápido—Eu não estou boa. Eu não posso...eu não posso fazer isso. Não. Por favor, eu não posso. Não entende? Se eu ficar vulnerável de novo, se eu me atingir de novo, e acabar como antes, muita gente aqui vai sentir minha falta, eu não posso.

— Por que acha que vai ficar como antes? Por quê acha que pode cometer suicídio ou tentar? Eu digo que você está bem, Heyoon. Olhe pra si mesma. Está apaixonada, está namorando com uma menina incrível. Vai bem na escola. Sua autoestima está normal. Você está bem.-nego com a cabeça, desacreditada.—Uma vez me disseram uma coisa.-ela murmurra

Subo meu olhar pra ela, com o cenho franzido, enquanto ela tenta se lembrar o que haviam dito exatamente.

Nem todos que se abalam com o meio da história, terminam com cicatrizes feias. Muitas vezes o lugar marcado se torna um ponto de força para eles lembrarem quem foram, o que passaram, e como sobreviveram. Muitas cicatrizes dão as pessoas a lembrança de que aquilo foi real, e não algo da cabeça. Heyoon, faça de seus cortes algo que vai se lembrar no fim de sua história.-se inclina, tocando meu pulso.—Porque você sobreviveu. Faça algo com isso. Uma tatuagem por cima, coloque algo importante. Desenhe uma borboleta. Ou se quiser apenas deixe aí para se lembrar da sua força. Porque você é forte.-suspiro, encarando meus pulsos.

Mordo os lábios, assentindo com a cabeça. Levanto meus olhos para ela, sorrindo fraco. Ela está certa, sim, eu sou forte, eu estou viva, e vou continuar assim.

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    Após nem tão longa seção de terapia, fui pra casa, entrei e não encontrei nada, tudo vazio na sala, andei até o quintal e encontrei minha família preparando o almoço. Sofya aparenta estar mais forte, sorrindo mais largo e com os cabelos presos, o que é novo.

— Oi?-murmurro entrando no local, confusa

— Olá querida.-minha sogra sorri pra mim, estendendo um pouco de salada pra mim—Quer?

— Amor. Oi.-Sina passa os braços ao redor do meu pescoço, deixando um beijo no local

— Sun! Sua mãe.-murmurrro com o rosto corado

— Eu já dei um beijo o beijo dela.-fala brincando e logo se aproximando da mãe dela, deixando um beijo na testa da mulher. A loira sai andando até a cadeira que tinha ao lado do pai.

— Faz tempo que eu não vejo ela desse jeito.-senhora Deinert ri—Acho que você fez minha filha me perdoar.-fala pra mim, sorrindo fraco—Obrigada.-sorrio de volta, assentindo com a cabeça.

Save me   Siyoon/HeynaOnde histórias criam vida. Descubra agora