Heyoon Jeong May Pov
Eu não sei o que me deu na cabeça pra ir naquele jogo de merda. Eu sou burra, burra por me deixar levar. Burra, idiota. Como eu pude pensar que iria entrar naquele estádio e não me lembrar dele? Daquele sorriso, do gol que ele fez pra mim no primeiro jogo. Como eu poderia esquecer? Como eu poderia pensar que estaria feliz ou próxima do normal? Foi tudo culpa dela. Tudo culpa daquela loira maldita. Sina Deinert. Eu a odeio, odeio com todas as forças do meu ser. Ela tinha tanta gente pra chamar,mas me chamou, eu não sei o que ela pensa. Será que ela suspeita de algo?
Me levanto da minha cama passo mão no meu rosto e jogo os cabelos pra trás agoniada
Não, não foi culpa de Sina, foi tudo minha culpa. Eu fui fraca de novo, só pra variar. Minha mente não pode ter um resquício de realidade, a realidade de quão fudida ela é, que eu me sinto a pior pessoa do mundo. Eu tentei me segurar, mas na hora que o terceiro gol foi feito tudo parou, como no primeiro dia de aula. Parecia que ele estava ali, parecia tão real. Eu vi os seus olhos verdes, que logo foram substituídos pelos de Sina. E então a realidade me sugou pro mundo real, eu fui obrigada a voltar para triste realidade. Quando eu vi meus olhos já estavam com água. Ela percebeu, eu vi que sim. É impossível não ter percebido, eu sou tão fraca que qualquer um conseguiria. Eu me odeio por isso, me odeio por não conseguir me conter, me odeio por ser tão fraca. Eu odeio meu pai por dizer coisas horríveis, por me deixar sem ar. Eu odeio Sina por estar se metendo demais, odeio ela por ser tão intrometida
Me olho no espelho e levanto o moletom passando a unha na pele da barriga
Eu me odeio por ser tão fraca! Eu odeio meu corpo por não ser bonito o suficiente, minha mente por ser tão vazia e meu coração por ser tão quebrado
Vejo minha pele ficando vermelha mas só aumento a pressão contra a mesma e continuo passando até sentir a dor me penetrar e eu me encolher um pouco pra trás. Me olho no espelho de novo e deixo duas lágrimas caírem
Ela segura meu ombro e me faz olhar para ela. Encontro seus olhos verdes e sinto minha visão ficar embaçada. Merda Jeong, aqui não, por favor. Tento me controlar
— Tá tudo bem?-ela me olha, preocupada — Aconteceu alguma coisa?
Ela sabe. Deus ela sabe. Não, isso é ruim, muito ruim, ela não pode saber ela não pode.
Ando de um lado pra o outro e passo a unha na pele da barriga mais uma vez, a dor se faz presente novamente e sinto uma vontade de gritar mas me contenho. Coloco a mão na boca e olho os dedos da outra mão, vendo o sangue nas unhas. Passo a outra mão no braço menos machucado fazendo com que eu soltasse um leve gemido de dor um tanto alto. Escuto alguém bater na porta e seco as lágrimas e ajeito minha roupa, abro a porta . Encontro Hina com uma cara abatida, roupas e cabelos bagunçados, ela parecia estar bêbada
— Hina? Tá tudo bem?-pergunto e olho ao redor do corredor, procurando qualquer sinal de nossos pais
— Sim-ela responde e põe a mão na testa com os olhos fechados—Josh disse que se eu bebesse eu ficaria melhor-ela ri e olho pra ela sem entender
— Hina, vá para seu quarto, se nosso pai descobre que está acordada ou até mesmo bêbada...você estará muito ferrada-ordeno. Hina ignora o que eu falei e passa em meio a fresta da porta e entra no quarto. Bufo, me virando pra ela e fecho a porta atrás de mim
— Sabe eu estou bem!-ela diz se deitando na minha cama. Olho pra ela com cara de tédio—Muito bem, na verdade-ela sorri
— Que bom-digo em um suspiro e jogo os ombros. Hina se ajeita na cama se cobrindo, ia reclamar, mas realmente era melhor ela ficar aqui comigo do que correr o risco de nossos pais avistarem ela. Me sento ao lado dela e fico analisando minha irmã mais nova
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Save me Siyoon/Heyna
RomanceOnde Heyoon Jeong May, tem diversos problemas psicológicos; ansiedade, depressão, baixo autoestima anorexia. E tem pais machistas e homofóbicos. Ou onde Sina termina um relacionamento que ela não sabia que era abusivo após ajudar uma desconhecida n...