Boa leitura!Ontem, sábado, foi um dia produtivo, cuidei de mim mesma e fiz coisas que me deixaram feliz. Achei um antigo conjunto de costura e tentei fazer um dos bordados que minha avó ensinou quando era viva, ela sabia fazer diversos tipos de bordados e tinha muitos passatempos, ela costumava dizer que passatempos são o que te tornam interessante.
Sinto falta dela, ela era muito sábia e tinha o melhor abraço e o melhor cheiro de velhinho do mundo, quando eu era pequena e morava em busan ia para a casa dela todo dia, ela me ensinava a cozinhar e me ensinou a cuidar das flores e hortaliças. Ela me ensinou que momentos de paz e calma são sempre necessários, ela disse que você tem que encontrar sua paz, seja ela bordando, cozinhando ou fugindo para uma ponte e sentir a brisa de um rio.
Daqui a alguns meses fará um ano, esse foi o motivo de meus pais voltarem a busan, eles querem lembrar da vovó e cuidar da casa e das coisas antigas dela, ela morou por muito tempo sozinha depois que o vovô morreu, ele, diferente dela, morreu mais jovem. Vovó sempre costumava dizer, "nada é velho, velho é algo sem valor e sem função, eu por exemplo sou apenas antiga, tenho meus conhecimentos para te passar e ainda tenho muito o que viver."
- Você viveu muito não foi, vovó? - murmuro. - E você tem orgulho de si mesma, não? - ela falava também que sua vida valeria a pena se você se orgulhasse dela, mesmo se você não viveu muitas aventuras, ou não fez tudo o que desejava. - Eu tenho. - seco a lágrima que escorre pela minha bochecha, pois ainda é recente, mas choro de felicidade, prefiro que ela esteja segura num lugar bonito e mais perto de mim, se sentir sua falta basta olhar o céu e eu sentirei como se ela estivesse aqui.
Olho pela varanda do quarto e vejo a pintura gratuita e pública que nunca é a mesma, o céu, hoje é estrelado por tons quentes de laranja e rosa. Pego minha aquarela e um papel dentre todos os vinte, apoio sobre o cavalete e começo, primeiro faço um degrade simples com um amarelo e laranja claro, inicio os rastros de luz com o rosa e um pouco de azul, o papel grosso absorve a água colorida com facilidade mas espero secar mais para colocar uma sombra de prédios.
- Não sabia que pintava. - solto um riso sem som, a voz não me surpreende mais, conversamos até não existir um assunto plausível na noite de ontem.
- Minha faculdade é sobre isso. - rio, volto minha atenção ao homem ao lado e sua expressão forma um perfeito "a" enquanto ele sorri. - É sobre pintura em geral, não só aquarela. - completo e volto para o papel, faço o contorno dos prédio com a tinta escura, o rapaz parece apenas observar atentamente.
- Legal você fazer da vida o que te inspira. - ele diz sem muita emoção, me viro e ele ainda está atento ao papel mas logo me olha profundamente.
- Experiência própria? - ele toma minha atenção por completo, abaixa a cabeça envergonhado enquanto sorri.
- Talvez. - maneia a cabeça para o lado.
- E o que te inspira? - essa pegunta diz muito sobre uma pessoa e eu quero saber mais sobre ele, ele pensa olhando para o céu, como sempre, e eu aproveito para fita-lo melhor.
- Música, arte, o céu. - ele diz devagar enquanto fecha os olhos e parece entrar em um transe dentro de sua própria mente. Eu não falo muito, enquanto ele mantém os olhos fechados termino de preencher os prédios no papel, quando termino assino e deixo secar.
- Você se orgulha de você? - ele abre os olhos e sei que assim tenho sua atenção, ele tem seus olhos fixos nos meus e eu quebro o contato visual enquanto volto para fingir pintar algo no papel. - Tipo, se você morresse agora sentiria que valeu a pena? - quando o olho ele parece confuso mas sei que pensa na resposta. - Uma pessoa sábia me falava que você tem que se orgulhar de si mesmo, se a resposta for não eu sei que você pensa em algo que te faz não sentir orgulho, faça isso e depois.... - perco meu raciocínio na imensidão de seu olhar e sua beleza esplêndida, apenas fico em silêncio observando, eu quero falar algo e parar de olhar também, mas é tão bom, confortável apenas... olhar. - Bom, depois você parte para a próxima aventura, mas lembre, você não precisa se culpar por não se mover, se você está feliz assim, realmente feliz, o que mais importa? - completo e ele não pisca um momento, não sei se ele me escuta de verdade ou se está perdido em algum pensamento que não consegue fugir.
- Você é tão sábia, tô começando a achar que você é uma monge. - ele diz numa simplicidade tamanha que caímos na gargalhada, enquanto eu pensava em algo poético é isso que ele fala, mas, sem querer, o som de sua risada grave torna as coisas mais poéticas. É inevitável.
[...]
Hoje, na terça, parece que vivo a cena de um filme adolescente, durante todos os dias que permaneci "inacessível" para hoseok ele pensou muito em mim e tem muito para dizer, eu por outro lado não quero escutar nada, isso provavelmente é o motivo pelo qual ele sempre me olha com uma cara de cachorro abandonado. Já lisa parece se orgulhar do que fez, as batidas de cabelo pelos corredores entregam ela, como se eu já não tivesse a percebido. Me orgulho por ela ter tirado ele da minha vida, não quero um homem que não possa confiar. Isso é o mínimo.
- Vai almoçar no refeitório hoje? - rosé diz enquanto todos já arrumam os materiais para algo que parece uma fuga, mas é só a hora do almoço.
- Pode ser. - dou de ombros e me levanto assim como todos, vejo rosé que me olha como se quisesse ter certeza da minha decisão, aceno para ela em confirmação. Isso por que eu tentava evitar ele ao máximo ontem, mas acho que me esconder me torna mais covarde.
Durante o caminho para o refeitório passamos pelo corredor da área de dança e jimin passa ao lado, ele sorri, do jeito que faz quando flerta e é com rosé, e ela sorri de volta. Quanto tempo eu dormi?
Quando chegamos ao refeitório pegamos as bandejas e vamos para a fila, assim que tenho a oportunidade pergunto o que me atormenta agora.
- Ok, o que aconteceu naquele corredor? - falo incrédula enquanto andamos junto à fila e rosé põe sua salada de sempre gargalhando.
- Tava esperando por isso. - ela ri como se soubesse exatamente o que eu fosse dizer, não duvido. - Eu não falei antes por que ele é amigo de você sabe quem. - ela me olha e eu logo aceno para que ela continue. - Ele me chamou para sair e está sendo assim agora. - ela bafeja. - Ele no começo disse que não queria compromisso mas as atitudes dele contradizem isso. - paro incrédula, não ocorreu pela minha mente que tudo isso estaria acontecendo bem debaixo do meu nariz, percebo que atrapalho a fila quando alguém me empurra de leve. - Mas eu estou agindo sem compromisso como ele quis, acho que por isso ele ta gostando, sabe? - ela coloca o kimchi enquanto ri daquela forma apaixonada, o que me faz pensar que as coisas tenham mais compromisso do que o planejado.
- Sei. - digo sorrindo e concordando rapidamente, depois de tanto tempo esse menino acordou para a vida e deu uma bola para a rosé, que sempre teve uma queda por ele, se depender dela a relação vai ser sem defeitos e fico feliz por ela, posso até imaginar os pulinhos e gritinhos que ela deu.
Para quebrar o clima, quando saímos da mesa com os alimentos o vejo, com a mesma cara de sempre que, sinceramente, está me dando agonia, ele está na mesa de sempre com jimin, e os pombinhos sorriem enquanto eu apenas ignoro o outro homem na mesa. Se eu ignora-lo ele para com essa cara de coitadinho?
Quando sentamos em uma mesa mais atrás posso ver a figura de hoseok se voltar para mim e logo depois se voltar para jimin que tenta conversar com o mesmo, já eu me volto para rosé que come com uma graça e felicidade nunca vista antes, sorrio, tenho uma leve ideia do por que disso.
- Detalhes? - pego com os hashis um punhado de arroz enquanto a garota concorda freneticamente, claramente falamos sobre ela e jimin pois do meu caso já dei todos os detalhes em uma chamada quilométrica na manhã de sábado.
●
- Não esqueçam de favoritar se gostarem. ❤ -
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑴𝒆𝒖 𝒗𝒊𝒛𝒊𝒏𝒉𝒐 𝑲𝒊𝒎 𝑻𝒂𝒆𝒉𝒚𝒖𝒏𝒈 || 🄺🅃🄷
Fanfiction[Concluída] Quando ha-yun se mudou sempre escutou as diferentes fofocas sobre o morador da casa 140, alguns diziam que ele era louco, depressivo, psicopata. E agora que vai se mudar para a casa ao lado pode fazer o que sempre quis, tirar suas própri...