Uma semana se passou desde os últimos acontecimentos, na faculdade as coisas estão melhores do que estiveram há alguns dias atrás, me refiro a Hoseok já que ele não pega mais no meu pé, sinto que ele quer seguir em frente já que eu não o quero mais em minha vida, não direi que estou feliz por ele pois ainda sou muito egoísta para isso, mas estou feliz por mim, definitivamente estou.
Outra coisa que mudou, mas que eu talvez já esteja me acostumando, é a aproximação de Jimin e Rosé, eles formam um belo casal e, sinceramente, estou aguardando ansiosamente o dia que Jimin irá me ligar pedindo ajuda para pedir Rosé em namoro, imagino que o plano deles de "sem sentimentos" foi por água a baixo, os sorrisinhos entregam isso.
Sobre meu vizinho, depois do parque não nos falamos mais, o período de entrega de trabalhos havia começado e eu estava cansada demais para estabilizar qualquer conversa que fosse, e imagino que Yeontan tenha voltado para Daegu já que não escuto mais seus latidos, eles já tinham se tornado rotina para mim.
Agora, deitada na minha cama pronta para dormir mas claramente sem sono sinto um vento gelado adentrar pela minha varanda aberta, ele também balança o lençol na janela, me sacode como sempre e arrepia-me, a noite está linda pelo o que consigo ver deitada na minha cama, o céu limpo e as estrelas mais visíveis do que o normal, nem tão visíveis devido a poluição mas ainda está bonito, hoje é uma noite fria.
Decido que irei até la fora e para isso saio da cama em busca de algo que me esquente, confesso que por preguiça não irei até o guarda-roupa, por isso, me enrolo com a própria manta da cama.
Como havia visto, a noite está linda, muitos encaram a noite como fria, escura e sombria, o que ela é de fato, mas continua tão apreciável quanto um por-do-sol laranja à beira do Rio Han com os latidos de Yeontan e as falas perspicazes de seu dono.
— Fala a verdade, você me segue. - escuto a voz do meu vizinho na sacada ao lado, dessas situações eu já me acostumei e por isso deveria vir mais apresentável para a varanda já que esses encontros são tão rotineiros, mas minha situação agora é realmente deplorável, claramente não tenho dormido o normal e saudável para uma pessoa, meu cabelo está sujo e não o lavei hoje por preguiça, e também por preguiça estou enrolada numa manta de cama lilás. Teria pena de mim se me visse em terceira pessoa. Eu demoro para o responder, meus neurônios claramente comprometidos não funcionam tão tarde da noite, decido que ele terá a resposta se eu apenas rir irônica e olhar o céu novamente, mas ele não parece satisfeito.
— Eu não sigo você. - olho-o e ele se apoia no canto de sua varanda, onde é o máximo que ele consegue chegar. — E se te seguisse não falaria. - ele ri. — Para falar a verdade, você que me segue, você que me encontrou no Rio Han e sou eu quem sempre vai para lá. - ele continua a me olhar e se prepara para dizer algo, mas eu frazo o cenho em pensar em outra alternativa e agora ele parece curioso para saber o que me intriga. — A não ser que leia mentes. - semi-cerro os olhos e ele faz uma fingida expressão de surpresa com a mão na boca.
— Você me descobriu. - continua com a expressão de surpresa mas logo ri quando me ver revirar os olhos. — Não vou entrar nessa briga de quem segue quem com você porque meus argumentos irrefutáveis iriam te vencer rápido demais, vou te poupar dessa. - ele balança a cabeça concordando com seu próprio pensamento e seu cabelo preto macio se remexe, isso me lembra meu cabelo sujo e oleoso que não lavei por preguiça.
— Yeontan voltou para Daegu, né? - questiono o mesmo já que não tenho o escutado latir. Ele concorda com a cabeça e parece voltar a ser gente grande, abandonando sua expressão cômica de segundos atrás.
— É melhor para ele está em Daegu com meus pais, aqui eu fico ocupado e quando saio para o trabalho ele fica só. - ele olha para o céu estrelado e parece distante, ele aparenta estar distante muitas vezes e às vezes demora para terminar certas frases, ele deve pensar demais, ou de menos, isso não dá para saber já que quem ler mentes aqui é ele.
Quando Taehyung fala em trabalho percebo que ele realmente é gente grande e tem suas próprias responsabilidades, assim como eu, isso é óbvio mas eu que sempre o via na varanda não havia parado para perceber esse fato, sempre pareceu que ele estaria acessível para mim e a qualquer momento que viesse aqui ele também estaria e nós conversariamos como tem acontecido, mas ele também tem seus próprios problemas, afinal. Nós ficamos em silêncio como em muitas vezes de nossos bate-papos na varanda, não é mais tão constrangedor como no início e, de certa forma, já me acostumei com apenas sua presença, ela já se tornou grande coisa para mim, e ele também parece confortável quando estamos em silêncio, às vezes o pego de olhos fechados preso em um transe.
— Você toca piano, né? - em um solavanco lembro-me de algo que já queria o perguntar mas tenho sempre esquecido, ele continua em silêncio, como em muita das vezes. — Da para escutar do meu quarto. - aponto com o dedão e olho de relance para a cama bagunçada e lembro dos dias que a melodia do piano me colocou para dormir.
— Sim. - ele sorri e continua, parece orgulhoso. — Eu comecei a aprender desde muito pequeno, já quis até ser profissional, fazer faculdade de música e essas coisas. - ele ainda tem o sorriso nos lábios mas logo ele se desfaz me intrigando sobre seu motivo.
— Então essa é sua experiência própria? - lembro-me de uma das conversas que tivemos, em que ele me elogiou por fazer da vida o que me inspira.
— Talvez. - rimos e eu reviro os olhos por ser a mesma resposta daquele dia.
— Você sabia que não tem uma boa reputação no bairro? - dessa vez ele ri de verdade enquanto concorda, isso seria aceitável se fosse uma piada. — É sério, quando eu me mudei de Busan para cá a senhora Lee disse coisas horríveis sobre você. - concorda com a cabeça como se já soubesse.
— Isso porque eu vi a filha dela pelos becos de intimidades com um homem bem mais velho, por isso ela falava aquilo para os outros. - camuflo minha expressão de surpresa e uma vontade estranha de rir antes que ele possa terminar e completo meu raciocínio.
— Para que as pessoas não fossem seus amigos e você não falar isso para ninguém. - ele acena com a cabeça e tudo isso me intriga. — Que egoísta! - exclamo. — Quem errou foi a filha dela, você não teve culpa de ter a visto. - enquanto eu estou completamente indignada Taehyung parece pouco se importar e dá de ombros.
— Não me mudei para essa casa para fazer amigos. - ele desvia o seu olhar do meu, parece preso em outro lugar. — Não me fez falta. - balança a cabeça quando me olha novamente finjo estar perplexa.
— Aish. - reviro os olhos. — Me senti ofendida. - agora sou eu quem desvia o olhar, finjo estar realmente chateada mas ele ri disso tudo o que me deixa chateada de verdade por ele não acreditar no meu teatro.
— Eu disse que não me mudei para fazer amizades, não que não gostava da sua companhia. - ele apoia o queixo na mão e me olha, tem um sorriso nos lábios e balança a cabeça como se fosse óbvio. — Você se ofendeu à toa. - ele revira os olhos e sorri claramente gostando da situação.
Já eu me permito apenas observa-lo, como pode ser tão descarado?— Então, isso quer dizer que você gosta da minha presença, uh? - eu sorrio sugestiva e suspendo uma sobrancelha em sua direção, meu vizinho tenta segurar o riso mas obviamente não consegue e tenta desviar o rosto para que eu não o veja, mas é a toa, escuto sua risada grave envergonhada.
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𝑴𝒆𝒖 𝒗𝒊𝒛𝒊𝒏𝒉𝒐 𝑲𝒊𝒎 𝑻𝒂𝒆𝒉𝒚𝒖𝒏𝒈 || 🄺🅃🄷
Fanfiction[Concluída] Quando ha-yun se mudou sempre escutou as diferentes fofocas sobre o morador da casa 140, alguns diziam que ele era louco, depressivo, psicopata. E agora que vai se mudar para a casa ao lado pode fazer o que sempre quis, tirar suas própri...