𝑴𝒆𝒖 𝒗𝒊𝒛𝒊𝒏𝒉𝒐 𝑲𝒊𝒎 𝑻𝒂𝒆𝒉𝒚𝒖𝒏𝒈 || 🄺🅃🄷

10. O nome dele.

Por algum motivo desconhecido um de meus professores, o senhor Myeong, que não é um dos meus preferidos diga-se de passagem, decidiu que seria interessante uma aula no laboratório de computadores, eu ficaria feliz se ao menos gostasse dele.

— Ele acha que me ganha. - murmuro e espero que ninguém escute, mas Rosé ao meu lado questiona e vejo-a movimentar sua cabeça lentamente sem perder a atenção no computador até me olhar de fato, eu apenas nego sorrindo e ela volta rapidamente sem esboçar nenhum sentimento.

Eu já acabei o que foi pedido pelo professor e já fiz todas as anotações necessárias, Rosé parece chapada olhando para a tela do computador com os olhos arregalados, esse é um comportamento normal quando ela está prestando muita atenção em algo, é fofo e aperto sua bochecha por isso, ela por outro lado odeia que eu a interrompa e dá um leve tapinha na minha mão, rio.

— Precisa de ajuda senhorita Kwon? - escuto o professor me chamar pelo sobrenome na frente da sala e reviro os olhos internamente, mas sorrio para ele negando assim como fiz há 7 segundos atrás. Rosé que não estava prestando atenção nem no que eu falava ri discretamente, para isso ela presta atenção.

Aproveito o tempo livre para mexer um pouco, clandestinamente, no computador já que o professor pediu que não fizessem isso, eu não gosto dele e ele nem colabora, é movida pelo meu instindo de rebeldia de uma jovem-adulta de 21 anos que o desobedesso.

Abro uma aba qualquer e coloco um joguinho qualquer mas que seja fácil de fechar se o professor aparecer. O joguinho me entrete pelos cinco primeiros minutos, mas algo no canto da tela chama mais atenção, uma caixinha quadrada decorada com vermelho e um espaço para colocar algo, leio o seu enunciado e ele diz: 'Significado de nomes',
despretensiosamente começo a escrever meu nome mas penso em algo melhor e apago letra por letra até preencher o espaço novamente.

'Kim Taehyung'

Enquanto um círculo insiste em girar e o resultado não aparecer penso que pareço uma adolescente de 13 anos que está apaixonadinha pelo garoto mais bonito do colégio, e que coloquei nossos nomes num site decorado com detalhes vermelhos para saber a probabilidade de ficarmos juntos.
Mas eu não tenho 13 anos, não estou no site de amor ou amizade e não estou apaixon-, o resultado apareceu.

'Kim Taehyung.

Kim - ouro, dourado.
Taehyung - muito cristal'

Puxo um post-it qualquer e começo a anotar sem ao menos olhar o papel, e sem pensar no motivo pelo qual faço isso, após anotar tudo numa velocidade questionável olho em volta, tudo parece bem e todos alunos parecem ocupados demais com seus deveres para me denunciarem ou me vigiarem, mas talvez o professor faça isso por ele mesmo porque quando o olho ele está mais perto do que antes e continua a andar na minha direção. Calma e discretamente fecho a aba sem olhar para a tela, abilidade que adquiri após muitos usos clandestinos em aulas, quando olho novamente para o senhor Myeong, que já se encontra atrás de mim, sua feição não parece muito amigável, disfarço e enrijeço minha postura novamente. Sobre eu não gostar dele, acho que é recíproco.

[...]

Caminhar ou me exercitar nunca foram hábitos comuns meus, pelo contrário, sempre evitei, talvez seja meu pensamento auto-destrutivo me alertando ou só preguiça, mas hoje é assim que vou para casa, o dia estava bonito e o sol não estava derretendo minha pele, só pode ser um sinal divino.

Já estou próxima da minha casa, após a caminhada descubro que talvez não tenha sido um sinal divino pois o sol esquentou de uma hora para outra, claramente tentando me sabotar, mas já era tarde e eu não iria pagar um taxi para andar um quarteirão. Quase arrasto minhas pernas ao chegar perto de casa mas escuto algo, como um assobio, mas é humano demais para ser um pássaro, olho para cima e não vejo nada a não ser a varanda do meu vizinho e a minha, volto a caminhar e no segundo passo escuto o barulho novamente, minha cabeça se levantou tão rapidamente que foi possível escutar um estralo, mas novamente não há nada, só o céu. Minha mente tem o primeiro pensamento inteligente do dia e decido esperar parada para pegar no flagra o que quer que seja, vejo algo se movimentar na varanda vizinha e posso ver a cabeça do meu vizinho se mover devagar até se encontrar com meu olhar e se esconder rapidamente, começo a rir.