𝑴𝒆𝒖 𝒗𝒊𝒛𝒊𝒏𝒉𝒐 𝑲𝒊𝒎 𝑻𝒂𝒆𝒉𝒚𝒖𝒏𝒈 || 🄺🅃🄷

11. É feroz e avassalador.

— A música da mídia é referente a uma menção no final do cap. Boa leitura :) —

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A noite lá fora é fria e barulhenta, mas o que sinto é o calor da temperatura da água que percorre meu corpo. Me aquece; acalma e embaça o pequeno vidro em cima da pia. Os aromas dos cosméticos usados no cabelo invadem meu nariz, com meus sentidos aflorados, sinto um show pirotécnico de cheiros, todos agradáveis que também me acalmam.

Quando saio do banheiro já vestida com o pijama, sinto meus pelos se arrepiarem e minha pele enrijesser com o choque de temperaturas, aqui fora está mais frio do que antes ou dentro do banheiro que estava quente demais. Uso a toalha para secar meus fios molhados e me sento na cama olhando o celular pela vigésima vez essa noite.

Tenho conversado com ele mais do que 24 horas por dia e agora, em todos lugares, motivo pelo qual Rosé diz que estou distante e dispersa. Sorrio com o que ele escreve, mais uma piada, quase posso ouvir sua risada grave e seus dentes cerrados num sorriso quadrado, quase posso ver seu rosto sinuoso esperando que eu revire os olhos por me irritar ou desafiar.

Meu vizinho, Kim Taehyung

Estou com fome.
Aish.
21:36

To fazendo Ramyeon :).
21:36

Que desnecessário.
Agora tô com mais fome.
21:37

Pode vir.
21:37

Minha postura que já havia se acomodado com a cama se levanta em supetão, surpresa e aturdida, minha visão se escurece pelo movimento repentino e caio sentada na cama novamente, não compreendo direito o que ele quis dizer mas a primeira possibilidade talvez me assuste, ou me alegre. O que me assusta de verdade são meus reflexos, sempre nervosos, eu não sou assim normalmente e nunca fui em relação a ele, quando não estou negando isso e me repreendendo estou agindo exatamente da forma que não quero.

Como assim?
21:39

Falo finalmente depois de alguns minutos de surtos e negações, o que deve ser esquisito para ele, ter esperado esse tempo todo por um mero "como assim?", uma vez que eu já havia vizualizado e estava apagando e reescrevendo o que parecia mais adequado. A próxima mensagem me deixa nervosa, mas não é nada que eu já não tenha suposto.

Eu te chamei para comer o Ramyeon que estou preparando.
Disse que estava com fome.
21:40

Ele fala como se fosse óbvio e precisasse me lembrar do que eu disse há alguns poucos segundos atrás, mas eu lembro o que eu disse e agora que ele fala parece tão óbvio e bobo, é apenas um Ramyeon na casa de um amigo, já fiz isso milhares de vezes, não com ele, óbviamente, mas não é motivo para grande alarde.

Estou indo.
21:41

Espero sua resposta mas não vem, não é tão necessária, não sei o que esperava que fosse dito, desligo o aparelho e tento escolher uma roupa nem tão desleixada como a blusa branca e grande que visto para dormir e nem tão arrumada como uma calça jeans. Pego as primeiras coisas que vejo e quando percebo estou descendo as escadas com uma calça de moletom cinza e uma blusa qualquer, são apenas visões, quando percebo estou batendo em sua porta sorridente com a chave da minha em uma mão e o celular na outra.

Ele finalmente abre a porta, tem seus cabelos mais soltos do que como de costume, uma blusa branca, larga e fina que se esvai pelo seu corpo, parecida com a que ele usava no dia que falei sobre seu nome, uma calça de moletom preta e pulseiras no pulso, as quais nunca havia percebido antes. Ele também sorri, mas me olha nos olhos demais e ainda espero que me chame para entrar.