Progress

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Mas o que diabos foi isso? Eu perdi a maior chance da minha vida de conversar com Tristan. Eu poderia voltar, mas seria estúpido, ele me acharia mais idiota ainda. E agora estou me odiando por isso, comecei a bater com a palma da minha mão em minha testa com os olhos fechados. Merda, eu tinha de me controlar! Ainda de olhos fechados, respirei fundo. Tudo bem que eu teria outras chances de falar com ele, não é como se fosse a última, aliás, eu agora estudava aqui e ele era meu professor, haveria outras oportunidades, mas ainda assim, eu estava me sentindo um idiota, até Tristan nesse momento deve estar me achando um idiota. Custava eu apenas responder um "sim"? Não! Droga, Brad! Você é realmente um bosta, disse para mim mesmo. Mais uma vez me forcei a respirar fundo. Eu me encontrava do lado de fora do EAM e logo me dei conta de que deveria ligar para minha mãe, para que a mesma viesse me buscar. Procurei por meu celular no bolso da frente da calça: nada. Procurei no bolso de trás: nada também. Revirei pela minha jaqueta: e mais uma vez nada. Estranho. Eu tenho certeza de que tinha trazido o celular. Eu nunca esqueço, nenhuma vez sequer.

Fiquei martelando minha cabeça ao tentar lembrar onde tinha colocado a merda do celular, revirei até pelas minhas roupas uma segunda vez, e mais uma vez: nada. Comecei a roer a unha de nervosismo. Onde diabos meu celular tinha se enfiado? Decidi fazer todo o meu trajeto mentalmente desde que saí de casa. Entrei no carro, mamãe me trouxe até o EAM, entrei no prédio, fui até a recepção, a recepcionista me indicou o caminho até minha sala, entrei na sala e... Droga! Droga! Era isso, tinha de ser! Meu celular tinha ficado na sala. E agora eu tinha um motivo para voltar lá, mesmo não querendo, mas eu precisava voltar para casa, precisava ligar para minha mãe. Bufei.

Respirei fundo e entrei novamente no prédio. Fiz o mesmo percurso de antes até chegar à sala. Antes que eu pudesse tocar a maçaneta, ouvi uma voz de dentro da sala. Pelo visto, Tristan ainda se encontrava lá. Não entrei, fiquei do lado de fora, a porta estava entreaberta, espiei dentro da sala. Tristan falava ao celular e estava de costas. Parei de espiar e decidi que só entraria ali quando ele encerrasse a ligação. Passaram-se cinco minutos e ele ainda não havia desligado, parecia estar discutindo com alguém, estava nervoso.

- Foda-se! – Ouvi Tristan dizer. – Tchau!

Com isso deduzi que ele já tinha desligado o telefone, mas ainda assim, não queria entrar ali, mas eu precisava. Tomei coragem e abri a porta, Tristan ainda estava de costas, avistei meu celular em cima da cadeira onde eu estava sentado minutos antes. Tentei alcançar o telefone e sair dali sem que Tristan me visse. Porém o estrondo que a cadeira fez quando eu a deixei cair deixou a minha missão impossível. Doente e desastrado apresento-lhes: Bradley Simpson. Tristan virou de imediato parecendo assustado.

- Oh, desculpe. Eu não queria te assustar... Eu só... Eu... – Não consegui terminar a frase.

- Tudo bem, deixe pra lá. – Tristan disse parecendo chateado, deduzi que o motivo tenha sido a ligação de cinco minutos atrás.

- Eu só vim buscar uma coisa. – Disse, finalmente, apontando para o meu celular que estava em cima da cadeira.

- Oh, deixe que eu pego para você. – Tristan disse e andou até onde eu estava sentado, pegou meu celular, andou até a mim e me entregou. Agradeci. – Ei, você está bem? Parece meio tenso. Cara, você está pálido!

- Eu... Eu...

- Você quer um pouco de água? – Neguei com a cabeça. Ele tocou em meu ombro me ajudando a sentar. – Sente-se aqui.

Antes que eu pudesse sentar minha boca tornou a falar.

- Eu ouvi você discutindo no telefone.

- É por isso que você está nervoso?

Dangerous for meOnde histórias criam vida. Descubra agora