Em meio a tanta tristeza e decepção, Lisa resolve amar alguém em segredo. Esse segredo que ninguém além dela, sua irmã, e a sua melhor amiga sabem. Alguém impossível de estar junto. Mas mesmo assim, Lisa resolve arrisacar e sofrer em segredo absolut...
- Como amiga, Jennie...- murmurei ainda perdida, sentindo aquela boca deixando beijos doces na minha. Céus, aquilo já era algo. Apenas selinhos. Mas era algo.- E você tem um namorado...
- Céus, esquece isso... vai ser um menino que vai te impedir de me beijar? Eu sei que você também quer isso, tanto quanto eu, Liz...
- É claro que eu quero...- acabei abrindo os meus olhos, tendo a visão dela ainda depositando beijos suaves sobre mim. Sabia que ela não pararia, e que eu também não estava nem um pouco afim de parar.
Ao perceber que eu comecei a correspondê-la, seus dedos puxaram o meu meu cabelo, me trazendo para mais perto afundando tudo aquilo.
Era oficial. Eu estava a beijando.
Sem pensar, coloquei as minhas mãos em sua cintura, me deixando levar por tudo aquilo e a puxando para mim, não sabia se estava fazendo certo, mas fui abrindo a minha boca para que ela fizesse o que quiser com a minha língua. Lembrando do que a minha melhor amiga havia falado, fui acompanhando o seu ritmo calmo e desejoso, me fazendo querer tornar as coisas muito mais violentas eu não sabia o motivo.
Sempre ouvi que o primeiro beijo nunca era bom, poucos casos as duas pessoas que praticaram o ato alegou que havia sido incrível. Mas porra, eu estava nos céus com aquela língua quente explorando cada canto da minha boca.
Nossas cabeças se moviam com habilidade para lados diferentes, apertando a sua cintura cada vez mais. Mesmo precisando de ar, eu não queria parar. Eu não queria soltá-la, pois se isso acontecesse, ela voltaria para o Kai, e eu voltaria para o meu mundo. O mundo que sempre vivi dês dos meus dez anos.
Ela mordeu o meu lábio inferior, se distanciando um pouco de mim. Continuei com as mãos na sua cintura, já que ela não havia parado com os carinhos em minha nuca. Ainda extasiada com tudo, abri os olhos lentamente, sentindo o meu rosto queimar ao ver que ela já me encarava com um sorriso encantador nos lábios.
Não sabia o que falar, ou o que fazer a partir daquilo. Ela riu ao ver que eu não conseguia mais sustentar o nosso olhar tão vivo.
- Isso foi incrível, Liz...
- Certeza que o seu namorado beija melhor que eu...
- Pode ter certeza que ninguém beija melhor que você. E que eu vou querer mais disso a partir de agora. Antes que você fale que eu namoro, se eu terminasse, ficaria comigo?
Se eu ficaria com ela?
Meu bem, eu casaria com você, não vê isso?
Na hora um medo de ser descoberta pelo o meu padrasto surgiu em mim, ele poderia fazer algo com ela. Poderia machucá-la, não me importava comigo, já estava acostumada a sentir dor, mas de fato não a sentia. Não queria que ninguém tocasse em um único fio de cabelo dela. Não permitiria.
Mas por outro lado. Finalmente ficaria com a menina que gostava a dois anos. Em segredo.
- É... podemos tentar...
- Só preciso de um tempo em relação ao Kai.
- Todo o tempo que quiser, Jen.
Sussurrei me inclinando pra frente querendo beijá-la mais uma vez. Porém ela me dava selinhos e quando sentia que aprofundaria, ela se afastava e beijava a minha bochecha, trilhando um caminho até o lóbulo da minha orelha. Aquilo estava me fazendo perder os sentidos.
Eu ri baixo quase desistindo, quando novamente sua língua entrou em minha boca sem aviso algum.
Eu estava nas nuvens com ela ali comigo. Com as mais mãos em sua cintura, que as vezes subiam até o meio das suas costas. Sua mão acariciando a minha bochecha de uma forma carinhosa. Bom demais para ser verdade. Em alguma porcentagem estávamos juntas.
Quando rumamos de volta para a minha casa, eu criava coragem para confidá-la para jantar conosco. Eu era tão lerda e insegura que não percebi quando Jennie abraçou o meu braço e entrelassou as nossas mãos. Olhei para aquilo surpresa, me sentindo... sem definições.
Caminhamos daquele modo, em silêncio até em casa. Quando paramos na porta, ela me abraçou de um modo acolhedor e eu apenas aproveitei a sensação colocando o rosto na curva do seu pescoço.
- Eu te vejo amanhã, Liz...?
- Huhum. Quer ficar para jantar?
- Eu adoraria, mas tenho um jantar com os meus pais em um restaurante. Sabe, coisas de famílias tradicionais.
- Certo. Então até amanhã.
Após ela me deixar um leve selinho, fiquei ali até a ver virar na esquina. Ao entrar, Jisoo e Chaeyoung me olhavam, os olhos arregalados, e com largos sorrisos nos rostos.
- Eu vi! Eu vi! Ela beijou na sua boca, unnie! Na sua boca!
- Eu falei! Sabia que ia rolar algo, eu sabia! Nos conta tudo, tudo!
A sensação maravilhosa de ser notada por alguém que goste, não tinha preço algum.
***
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