Stay For Me (Jenlisa)

17

- Terminou com o Kai?

- Huhum...

- Não sei o que falar...

- Podemos nos encontrar?

- Não... não estou em uma situação tão boa agora, creio que não vou sair por muito tempo.

- O que aconteceu?

- Eu... eu caí da escada... e fraturei a bacia... não se preocupe. Eu vou ficar bem.

- Está no hospital?

- Sim, mas-

- Estou a caminho.

Não tive tempo de protestar mais uma vez, tinha conversar com as pessoas que desligavam na minha cara, e avisar a elas que eu tinha uma opinião! Não adiantaria nada, eu sabia.

Como previa, Jisoo acabou dormindo ali no sofá de visita, e logo minha mãe estava ali para levá-la, e não para saber se eu estava bem. Não conseguia encará-la.

- Rafael já veio aqui, certo?

- Não vou contar a ninguém se essa é a sua vontade. Espero que abra o olho para o que está acontecendo.

- Venho aqui amanhã, ficará bem sozinha?

Eu dei de ombros, sempre fiquei bem sozinha não mudaria agora. Jisoo mesmo relutante foi. E então eu me encontrava sozinha mais uma vez, não por muito tempo.

- Me fala o que aconteceu? Como você está?

- Oi, Chae. Eu estou bem. Eu caí da escada, apenas isso.- ela se sentou ao meu lado, me encarando. Aquela história não rolaria com ela.

- Escada, Lalisa? A sua casa nem escada tem. O que aconteceu?- eu não tinha escapatória naquele momento. As lágrimas começaram a descer de um modo descontrolado. Era disso que eu precisava. Precisava chorar, queria gritar. A cada dia que se passava, mesmo eu achando que estava bem, que estava melhorando, eu não estava. Vivia em uma montanha russa de sentimentos, uma hora eu estava lá em cima, e outra eu apenas descia e descia, parecia que aquela descida nunca acabava, era infinita. Não aguentava mais.

Me encontrei em um refúgio quando Chaeyoung me abraçou, me escondendo em uma caverna, eu me escondia o tempo todo, não gostava daquilo. Não gostava de me esconder, queria que todos me conhecesse do jeito que eu era, fraca, triste, sozinha, mas que sabia ajudar as pessoas e que era apaixonada por uma garota que nem mesmo sabia o que queria da vida.

Porque pra mim, a única solução era acabar com tudo, dar um fim a tudo, dar um fim a mim mesma. Não tinha remédios que traria a minha felicidade de volta, não era remédios que levariam de volta para a minha real casa, não era remédios que traria a minha avó de volta. Ninguém a traria. Eu não poderia ir até ela.

- Lisa... o que aconteceu por favor me fala.

- Ele me bateu, Chae... bateu na minha mãe, eu tentei parar, ele acabou fazendo isso... por favor, por favor, não conte isso a ninguém. Não tente fazer nada em relação a isso, por favor...

- Meu Deu, Lisa... isso é muito sério... temos que falar isso para a poli-

- Não, Chaeyoung, você não entende! A vida da Jisoo está em risco se eu falar qualquer coisa!

- Não só a da Jisoo mas a sua também, Lisa, não vê isso?

- A Jisoo é mais importante. Ela só tem dez anos, tem muito a viver ainda. Só não fale pra ninguém, por favor.

- Precisamos seriamente conversar sobre isso, Lisa.

- Não agora...

Ela ficou ali comigo até a mãe dela ligar, pois era três da manhã e digamos que ela havia saído escondida e quando aquela porta se fechou me encontrei sozinha. Estava ficando com medo, pois era tudo silencioso. Até como se fosse uma espiã, Jennie entrou ali, com uma cautela enorme bem exagerada até.

- Entrei escondida. Acabou o horário de visita. Como você está?

- Você é louca por sair de casa a essa hora, Jennie. Estou bem, meio imóvel, mas bem.

- Como assim caiu da escada, Lisa? A sua casa que eu saiba não tem escada.

- Tem a escada que dá pro sótão, fui guardar uma caixa lá e escorreguei apenas isso.

- Machucou muito?

- Fraturei a bacia, mas o médico falou que em três semanas ficarei bem de novo.

- Um mês?! Meu Deus, é muito tempo!

Deitei a cabeça no travesseiro mais uma vez, já estava ali a quatro horas e parecia uma eternidade, imagina um mês? Nossa como eu queria morrer.

Jennie se sentou ali junto a mim, sem dar uma palavra ela deitou a cabeça em meu peito suspirando. Fiquei imóvel, sua mão se encontrou com a minha e sem dar satisfação elas se entrelaçam de um modo confortável.

- Me diz que não está chateada comigo, Liz... bom é um direito seu me odiar por agir que nem uma babaca com você... acho que cada coisa estava fora do lugar por ainda ficar com uma pessoa que eu não gosto, e menosprezar a pessoa que eu realmente gosto. Não sabia ao certo, isso tudo é novo pra mim, esse sentimento tão estranho não é tão novo, sinto isso dês que você olhou pra mim. Não foi fácil terminar com o Kai, querendo ou não, sentia um carinho por ele, mas sinto que foi o certo a se fazer. Acho que agora tudo está se encaixando do jeito que tem que ser...

- Não estou chateada com você. Estou confusa em relação a você. Apenas isso.

- Podemos nos entender em algum momento, não?

- Isso requere tempo.

- Temos tempo, eu estou livre agora, podemos nos conhecer. Podemos tentar algo, não?

- Não sei se quero participar dos seus jogos, Jennie, você me confunde. Brinca comigo, me traz paz quando nos encontramos mas me dá dor quando vai embora. Eu realmente não entendo o que você realmente quer de mim.

- Eu quero o seu amor, Lisa.