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A minha recuperação de fato levou duas semanas. E eu acho que só aconteceu tão rápido pois os meus amigos vinham me visitar todos os dias, me incentivando a melhorar sempre, Jisoo também vinha sempre que Chaeyoung podia levá-la e Jennie ficou ao meu lado o tempo inteiro, indo apenas quando tinha que ir para a escola.

Jisoo me contou que Rafael voltou para casa, mais estranho do que já era, mas um estranho bom ela me disse. Que ele não estava mais daquele jeito tão assustador e até carinhoso, claro que eu não acreditei.

- Ansiosa pra voltar pra casa?

- Bom... não sei. Pode ser.

- Você fala algo, mas os seus olhos me dizem outra coisa.

- Você as vezes me assusta, Jen.

- Eu estava pensando, nunca vi a sua mãe ou o seu pai aqui. Porque?

- Minha mãe trabalha demais. E eu não conheço o meu pai. Longa história.

- Espero conhecer a sua família algum dia.

- Minja família é apenas a Jisoo, você já a conhece e ela gosta muito de você. E a sua família?

- Meus pais vivem viajando a trabalho, e quando estão em casa, é estranho. Não ligo muito.

Jennie me levou até em casa, eu estava aliviada em voltar, em poder andar e sair daquele hospital. Ainda tendo que organizar muitas coisas em relação a compra do meu apartamento, isso era a minha prioridade. Não vi Kai dês que Jennie declarou o término, mesmo sabendo, ele era sim meu amigo.

Acho que tudo estava estranho pra mim de algum jeito, meu padrasto "bondoso" eu e Jennie juntas, acho que tudo estava perfeito demais para mim. E olha que eu não tinha feito pacto nenhum.

- Entregue, Liz.

- Muito obrigada, Jen, não só por isso, mas por ter ficado ao meu lado no hospital.

- Só fiz o que deveria ter feito dês do começo, nunca sair do seu lado. Eu te ligo mais tarde.

Suspirei completamente apaixonada por ela e pelo o beijo de despedida que me dera. Com um gostinho provocante no final, mas ao lembrar que o meu padrasto provavelmente estaria em casa, tentei finalizar aquilo o mais rápido possível.

- Até mais.

Ao entrar naquele local mais uma vez, parece que tudo retornou, o sentimento ruim e pesado voltou, aquela casa sempre me fez sentir assim.

- Vovô! Que saudade do senhor, muito tempo que não te vejo.

- Nossa, Lili, como você cresceu, filha! Está tão linda! Está muito magrinha, a sua mãe não te alimenta? Como está se sentindo? O que aconteceu?

- Nada demais, eu apenas escorreguei.

- Vem, vem que eu vou fazer algo para você comer. Está muito magra, aonde já se viu?

- Só está o senhor aqui?

- Ah sim, Jisoo foi ao mercado com a sua mãe e o Rafael.

Eu não via muito o meu avô, ele era pedreiro e sempre estava em algum lugar trabalhando. Passava as noites fora, e voltava pra casa sempre no final do mês. Ele sempre me tratou muito bem, e eu sei que ele também sentia muita falta da minha avó. Ele acabou se mudando aqui para Las Vegas junto a minha mãe, pois ela apresentava um quadro de tuberculose muito forte e só aqui havia tratamento. Eu era pequena acho que tinha cinco ou seis meses quando ela se foi, e depois nunca mais voltou. Meu avô sempre ia nas férias passar pelo menos uma semana comigo e com a minha avó, nesse tempo, minha mãe já havia conhecido Rafael por isso não fazia questão de ir me ver. Acabei apagando qualquer lembrança dela só as relembrando quando a vi de novo com dez anos.

Gostava da presença dele ali, me lembrava muito a minha avó. Além dele me encher de comida.

- E esses olhinhos tristes? Está tudo bem, filha?

- Talvez quando o senhor voltar no próximo mês, eu e Jisoo não estaremos aqui.

- Oras, porque não?

- Vou alugar um apartamento, vovô. Quero sair daqui.

- Conte ao seu velho, o que tanto te incomoda?

- Eu não gosto dele... mamãe não é a mesma dês que se casou com ele. Não dá mais pra ficar aqui...

- Também nunca gostei do seu padrasto, filha, homem vagabundo que só quer ser sustentado. Esse tipo de homem merece morrer sozinho. Eu sei que você está certa da sua decisão, e teimosa que é igual a sua finada avó, não vou tentar te convencer a ficar. Diga pra mim, quanto precisa para a compra?

- Não, vovô. Não quero o seu dinheiro, posso conseguir isso sozinha. Só preciso de tempo.

- Sua avó deve estar muito orgulhosa da bela menina que se tornou, filha. Não deixe ele roubar a sua felicidade. Diga, ainda é feliz certo?

Acho que ninguém de fato havia feito aquela pergunta para mim, uma pergunta simples, mas tão difícil de responder. Eu não sabia. Acho que não era.

- Sim, vovô... eu acho que sim.

- Eu conheço esse olhar, filha. Sinto que algo bom aconteceu com você, mesmo não sorrindo, sei que bem no fundo você está feliz.

- Eu conheci alguém, vovô. Alguém incrível.

- Está namorando?

- Hum, não seria essa palavra a certa, estou conhecendo esse alguém.

- Na minha época não tinha isso, se gostava era pra casar! Vocês jovens de hoje em dia, complicam demais as coisas. É um menino? Ou uma menina?

- É uma garota, vovô...

- Quero que seja feliz, filha, não me importo se seja um homem ou uma mulher, o importante é a sua felicidade. Agora come, e me conte mais sobre essa garota.

Enfim me sentia em casa, com ele ao meu lado.

***

Oioi gente, desculpem pela falta de cap de manhã, meu sobrinho resolveu passar o fim de semana comigo, e oh menino elétrico viu. Prometo recompensar o perdido ☺❤

Stay For Me (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora