Stay For Me (Jenlisa)

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Fiquei andando nos corredores até o sinal tocar, não sabia de fato o que estava fazendo. Ela havia sido uma idiota comigo e mesmo assim, lá estava eu indo encontrá-la.

Quando o sinal bateu, me misturei entre os demais alunos entrando na quadra de depois trancando as portas duplas principais com um rodo que estava ali aleatoriamente. Andei até a arquibancada, e esperei. Esperei por um longo tempo.

- Você é uma idiota mesmo, Manoban.- murmurei para mim mesma, pegando a minha mochila e desistindo de esperar, eu levaria uma bronca se alguém me visse ali.

- Hey, onde vai?

- Voltar para a sala, você me deixou aqui plantada.

- Mas aqui estou eu, não me vê?

Não tive tempo para responder, Jennie me empurrou até uma bancada mais próxima, acabei não me importando  com o impacto que aquilo deu nas minhas costas, apenas a agarrei para que se sentasse ao meu lado.

- Não posso simplesmente terminar com o Kai, Liz, também não posso o tratar com indiferença... preciso que tenha paciência...

Não poderia fazer nada em questão aquilo tudo, talvez apenas aceitar como eu sempre fazia perante a tudo que se dizia respeito a minha vida. Muita coisa se passava na minha cabeça, dês de como Jennie havia me tratado sobre a história que Minnie sentia algo por mim. Ela era uma menina bonita, claro que era, atenciosa e muito carinhosa, gostava dela também. Sempre me tratou muito bem e fazia de tudo para me ver bem. Além de me passar as respostas nas provas de matemática.

Mas eu gostava da Jennie. Eu era muito manipulável, por todos, mas em questão a ela. Era extremo.

- No que está pensando?

- Não sei ao certo. Acho melhor você terminar com ele, para depois tentarmos algo de verdade, Jennie. Não me sinto bem com isso...

Acho que eu não tinha muita opinião perto dela, quando estava com ela no caso. Já não me surpreendia que depois do meu "pedido" ela me beijasse mais uma vez. Não queria reclamar, não tinha do que reclamar quando aquela boca estava junto a minha. Eu não conseguia nem pensar direito.

Ela tinha uma habilidade grande em fazer com que a sua língua se perdesse junto a minha, e eu apenas acompanhava o ritmo, entrelaçando os meus dedos nos seus fios bem cuidados. A senti sorrir em meio aquilo quando me aproximei um pouco mais dela, deixando a minha mão livre em sua perna. As vezes a apertando as vezes apenas a permanecendo ali. Como ela havia feito comigo, minha boca foi até o seu pescoço, não o marcando, pois Kai poderia desconfiar e mesmo eu querendo mais que tudo o término deles, deixaria isso por conta de Jennie. Deixando beijos molhados e algumas mordidas leves ali. A escutei suspirar quando a minha mão subiu como se tivesse vida própria até a sua coxa, e achei mais uma vez que aquilo não era o certo.

Uma coisa que eu já sabia, é que adorava aquele carinho que ela fazia em minha nuca, me sentia aliviada e leve. Só ela me proporcionava aquilo, era por isso que eu precisava tanto dela na minha vida, perto de mim. Sendo minha.

- Infelizmente não vou poder te acompanhar até o café hoje. Meu pai irá me buscar para resolvermos algumas coisas.

- Não se preocupe.

- Gosto da sua voz suave, Liz, você me acalma.

Ela se aproximou deitando a cabeça em meu peito, e ficamos assim até o sinal bater novamente. Saímos dali pelo o vestiário, assim não chamaríamos tanta atenção e quando voltei pra sala, fui acertada por um estojo bem no meio da minha testa.

- Perdeu a aula de química! Onde estava?

- Ai, Yeji, isso dói. Estava passando mal, fiquei na enfermaria.

- Ai, Lisa, desculpa pensei que tivesse matado aula sem chamar a gente.

- Como se sente agora, Lisa?

- Melhor, Minnie não se preocupe.

Acabei dormindo na aula de biologia com os carinhos de Minnie em meu couro cabeludo. Não me preocupei se a professora me viria, estava deitada no colo da minha amiga, e aquele carinho acabou me deixando com sono, e eu me entreguei depois que Minnie tirou o seu casaco e colocou em cima de mim, como uma coberta. Eu achei o seu ato gentil.

Não encontrei Jennie na saída, e sabia que ela não falaria comigo se caso a visse. Recuperei aos poucos o trabalho que havia perdido na cafeteria e inventei qualquer desculpa para o gerente. Um pouco antes das seis corri até a farmácia encontrando como se fosse o destino, Minnie.

- O que faz aqui, Lisa? Está tudo bem?

- Oi, vim deixar o meu currículo, quero a vaga. E você o que faz aqui?

- Minha mãe trabalha aqui, vem, acho quem posso te ajudar com isso.

Conversei com a gerente, com a ajuda de Minnie consegui uma entrevista de emprego no sábado. Aquilo já era um grande avanço. Caminhamos juntas até a minha casa, e o caminho inteiro fui agradecendo ela sobre aquilo. Ela estava me ajudando muito.

- Sério, Minnie, muito obrigada por isso. Acho que nunca vou saber te agradecer o bastante.

- Não foi nada, Lili, amigas ajudam amigas. Mas porque quer outro emprego?

- Bom, se der certo, prometo que você vai ser a primeira a saber!

- Vou aguardar por isso então. Te vejo amanhã.

- Até.

Aquela noite aguardei pela ligação de Jennie, que não veio. Acabei perdendo a fome por causa daquilo, tomei três comprimidos sendo que o receitado para mim era um, e como uma pedra eu caí na cama em um sono profundo não sabendo ao certo se acordaria a tempo de ir para a escola no dia seguinte.