A porta número 1 e informações de Carlos

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Estamos em novembro, quase no final do ano escolar, consegui manter notas boas agora, continuei minhas artes marciais, e minhas amizades do clube. Os professores perceberam minha diferença nas notas e me elogiaram bastante, se soubessem o que eu faço fora da escola...

Hoje teve uma prova de geografia e uma de história antes do intervalo, nós acabamos cedo e ficamos já lá em baixo no pátio conversando e zoando entre nós e outros alunos. Eu definitivamente amo escola, adoro aquele ambiente, as conversas...

Mariana nesse dia nos disse para irmos ao clube direto depois da escola, mas nem ela, nem Larissa iriam. Elas nunca me disseram o que foram fazer, mas ela me passou a missão junto a Carlos e Jhon de limpar e finalizar a porta número 1. Uma aparente simples missão, que me trouxe pesadelos.

Mas antes, nós depois do intervalo fomos direto para a sala, havia uma nova aluna na sala, Vanessa, uma menina parda, de cabelos muito longos, um pouco magra, um pouco forte, aparentava fazer academia, e ela tinha um sorriso contagiante. Essa menina tinha entrado em outubro na escola, eu já estava criando uma amizade com ela, mesmo com os ciúmes de Larissa. Mas nesse dia, nos tempos depois do intervalo teve um trabalho em dupla, Mariana puxou Larissa, Jhon fez com Carlos, e eu fiquei com essa nova aluna.

Ela e eu conversamos bastante, muitas risadas, percebi diversas vezes os olhares de Larissa com ciúmes, no meio dessa conversa Vanessa disse para nos encontrarmos fora da escola, e disse que no dia de amanhã de manhã eu podia vê-la pelas 9 da manhã, mas isso eu conto depois, mas será crucial tudo isso.

No final da aula, Larissa veio rapidamente em minha direção pegou minha mão e me puxou, mal pude me despedir da menina, e ela me disse do lado de fora da sala:

— Olha se você já enjoou de mim avisa logo, que nós terminamos.
— Só estava conversando com ela... Nada demais. Para disso.- respondi em tom calmo.
— Hummm...- sua única resposta bastante brava.

Em seguida Mariana nos chamou e disse para nós 3 irmos sozinhos lá e limparem tudo naquela noite, ela só ia explicar tudo depois. Mas falou para nos prepararmos que iríamos ver coisas pesadas, e disse que tinha inimigos do pai dela lá. A operação tinha que ser feita a todo custo.

Eu, Carlos e Jhon despedimos das duas, Larissa não quis nem me abraçar, e fomos andando. Carlos parecia estar muito apreensivo, estava tenso no caminho, como se já soubesse o que vinha pela frente, tentei mudar de assunto, estava convertendo ele para o lado das artes marciais, o mesmo já estava acompanhando competições de luta, e disse que iria começar a praticar judô comigo, e fomos o caminho conversando. Chegando na porta galpão, percebi que Jhonathan também estava muito apreensivo pude perceber em sua feição, Carlos então nem se fala, ele estava muito tenso. Mas no instante que ele foi abrir a porta do galpão, eu senti uma energia de fora, como se alguém estivesse nos observando, eu olhei para trás e tentei verificar se tinha alguém, e nada. Não havia ninguém, mas pode ter se escondido.

Não fui atrás de saber se foi paranoia ou não, entramos no galpão do clube e trancamos a porta. No momento todos estavam em silêncio, Carlos levantou o alçapão do porão, em baixo da mesa, e ele foi andando com uma triste expressão em direção a porta 1 e ele soltou um:

— Se preparem...- e abriu a porta.- Entrem- disse ele fazendo sinal com a cabeça.

Naquele momento eu e Jhon ficamos tensos demais, a tensão pairava sobre todo o canto daquele galpão. Quando ele nos disse para entrar fomos em passos lentos, conforme nos aproximávamos da porta, sentíamos um terrível odor de coisa podre, e quando entramos finalmente na sala, eu arregalei os olhos, meus pelos corporais todos se levantaram, senti meu coração quase saindo pela boca, foi a cena mais bizarra e horripilante que já vi.
3 homens presos em um estado péssimo de condição, e corpos mortos, alguns apodrecidos, e os homens estavam comendo a carne desses corpos. Os homens aparentavam terem sido arranhados diversas vezes, quando entramos um deles nos olhou, em seguida os outros 2, todos sujos de sangue se levantaram na grande com uma feição de desespero e falaram:

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