Capítulo 10- I'm With You

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- Não! - respondeu brusco, virando-lhe a cara.
- Porque é que me estás a mentir? - questionou Rachel sentando-se a seu lado.
- Não estou a mentir, não te metas!! - vociferou, ao ver como a deixou triste arrependeu-se logo - Desculpa.
- Fala comigo... - murmurou Rachel colocando-lhe a mão no ombro, acariciou-o com o polegar - Não estás sozinho.

Lentamente, Jason virou o rosto para ela, como se aquele mísero olhar tão triste fosse a passagem que Rachel precisava para entrar no mundo dele, foi como se por fim o Robin a deixasse conhecê-lo de verdade

- Ele está ali, assim... Ele ia morrendo e ao contrário de contigo, não fui a tempo de fazer nada... - murmurou baixando a cabeça novamente - Sinto-me uma merda...
- Aviso-te já que estás errado. - declarou Rachel esboçando um sorriso que conseguiu que fosse retribuído, mas que desapareceu mal continuou a contar a história.
- A verdade é que se não fosse o Dick, já não estava aqui... Há um ano atrás quase me...
- Tu ias suicidar-te? - perguntou Rachel incrédula após momentos mudos.

E tais palavras foram como uma viagem no tempo para ele, dor, sofrimento e lembranças, lembranças de que a principal razão de ter estado prestes a tirar a própria vida, era a miúda sentada ao seu lado, preocupada com ele, por momentos ponderou não lhe contar, pois não a queria fazer sentir-se mal e tinha a absoluta certeza que era o que aconteceria.

- S-Sim... - sussurrou optando pela verdade - Foi aí que ele contou a história sobre a morte do irmão da Rose, para me impedir de saltar de lá de cima... E eu fui incapaz de o proteger, sou um fraco!
- Cala-te!! - berrou Rachel para espanto de Jason, tocou-lhe a mão sem sequer se aperceber - O Dick está bem e nós vamos descobrir quem é o desgraçado que nos anda à força toda a tentar destruir!

O rapaz foi se apercebendo que ela apertava a sua mão enquanto falava, aquilo acabou por se tornar mais reconfortante do que constrangedor, isto é, até a filha de Trigon se levantar e ser puxada de volta, foi só aí que entendeu que estavam de mãos dadas há um bocadinho, corou no preciso instante baixando a cabeça, ganhando coragem para lhe fazer a questão que dava mil voltas à sua mente.

- Desculpa-me se estiver a ser uma grandessíssima intrometida, mas... Porque é que te, que te ias matar...?

Ele parou por segundos e foi então que soltaram as mãos um do outro num silêncio tenso.

- Naquele momento sentia-me um peso morto, nada mais que isso... Parecia que de modo algum me encaixava aqui com vocês, na verdade sentia-me a razão para estarmos em constantes discussões, sentia-me a razão de todos os problemas... - murmurou sem procurar o olhar dela, aliás, escondendo o seu pois estava prestes a chorar em silêncio quando Rachel voltou a falar.
- Fui eu? Fui eu não fui...? - gaguejou. - Por te ter acusado, fui, fui eu...
- Não te preocupes com isso agora, não vale a pena! - afirmou trocando de assunto à pressa, pois esperava poder impedir que a culpa se voltasse a instalar nela.
- Vale... Vale sim... Para além de quase te matar, quase te matas-te por minha, minha... Sinto-me uma merda...
- Aviso-te que não o és. - e ao usar a frase conseguiu da mesma um risinho - Não estou a brincar, nem és uma má pessoa e muito menos uma aberração.

O sorriso nos lábios de Rachel cresceu e o rosa das suas bochechas também se tornou mais intenso, sentia o bater do seu coração a acelerar, ele tinha conseguido animá-la, nunca a mesma esperou que Jason pudesse ter tal habilidade.

- Sabes que mais... Vou lá. - afirmou o próprio, levantando-se.
- Acho que fazes bem. - respondeu - Demonstrares que te importas não é assim tão mau.
- Pois, talvez tenhas razão... - murmurou coçando a nuca, parecia nervoso. - Vens?
- Yha! - disse Rachel seguindo-o - Jason?
- Sim? - lá estavam eles, olhos nos olhos, antes de saírem do quarto.
- Obrigado... Obrigado por confiares em mim. - disse ela.
- Obrigado por te preocupares comigo, não esperava de todo que o fizesses, tendo em conta, pronto, a forma como nos dávamos, coo te tratava.
- Foi há um ano, as pessoas mudam e crescem... - suspirou após afirmar.

Sem entender muito bem porquê, Jason puxou-a pela mão voltando a envolvê-la num abraço.

Even if I hate you a lot of timesOnde histórias criam vida. Descubra agora