Capítulo 2

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Sou Marcela Mcgowan, sua falsa noiva.

-O que disse?

Marcela McGowan com certeza sabia como escolher uma falsa noiva. A verdadeira Gizelly Bicalho era linda, tinha um corpo lindo, uma cascata de cabelos cacheados presos num rabo de cavalo improvisado e tinha uns fios soltos, estava usando um short branco e uma regata azul, seus olhos possuíam o mais o mais belo tom de castanho amendoado que ela já vira.

Certo, talvez não fosse apenas desconfiança. Sua expressão deixava transparecer o receio de que fosse uma louca, que não tomara os remédios.

-Minha cara, helou né, primeiramente, nunca tive um noivo, que dirá uma noiva, falsa ou não. –Argumentou Gizelly, em um tom que fez os joelhos de Marcela enfraquecer. – E faz anos desde que fui a uma festa descente, se a tivesse pedido em casamento, tenho certeza que pelo menos me lembraria de seu rosto.

Aquilo era impossível.

-Na verdade, nunca nos encontramos.

Gizelly parou de fita-la e bufou:

-Deixe me adivinhar, trata-se de alguma brincadeira dos retardados dos meus primos? Muito bem, então... Há-há-há. Tenho mais o que fazer.

Gizelly começou a fechar a porta, mas Marcela a impediu.

-Sou amiga de Donna, sua prima por afinidade. –Explicou Marcela franzindo a testa.

-Oh sim, a mulher do Harvey... Olha talvez devêssemos começar essa conversa de maneira diferente... Pode começar pelo começo e se explicar melhor, porque convenhamos que isso está bem esquisito. –Falou Gizelly tentando entender aquela história toda.

Marcela respirou fundo e em seguida começou a falar:

-Minha avó me criou desde os quatro anos.

-Talvez não tenha sido há tanto tempo assim. –Ironizou Gizelly.

-Ela se aposentou e se mudou para Flórida anos atrás com alguns amigos, e eu fiquei cuidando da casa em que cresci. Mas ela não parava de se preocupar comigo e, quando começou a falar que voltaria só pra não me deixar sozinha, eu inventei uma namorada, já que seu inventasse um namorado ela jamais acreditaria porque sou muito lésbica. -Gizelly riu com o jeito atrapalhado da outra, mas nada disse. – Daí eu disse que já morava comigo, e que depois de um tempo ela a me pediu em casamento, e eu obviamente aceitei.

-Ok, tudo lindo, mas onde eu entro nessa história?

-Então, essa é uma boa história. –Marcela colocou os cabelos atrás das orelhas meio sem jeito. – Imagine você que eu tinha acabado de chegar de um almoço com Donna em que ela mencionou que tinha te mandado algumas coisas. Seu nome simplesmente surgiu na minha cabeça quando minha avó perguntou o nome de minha namorada.

Gizelly meneou a cabeça.

-Deixa me ver se estou entendendo, você disse para sua avó que uma desconhecida era sua namorada?

-Eu só queria que ela ficasse mais tranqüila... Se preocupasse menos.

-Talvez ela esteja certa em se preocupar com você.

-Eu não sou louca.

-Sério? Jamais pensei que fosse. –Mas uma vez Gizelly ironizou. –Tipo, supernormal inventar uma namorada de mentira.

-Tecnicamente você não é de mentira, só não tinham te informado que era minha namorada.

Gizelly não podia acreditar no que ouvia, estava tão passada com a situação que sequer esboçou um sorriso.

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