-Ma, se acha que, se olhar para aquelas árvores tempo suficiente, elas vão murchar e desaparecer?Marcela se esforçou para focar a atenção em Gizelly e longe do problema em questão.
-O que?
-Está olhando para aquele local há meia hora.
Marcela estava sentada na escada dos fundos da casa de veraneio olhando para uma determinada parte da propriedade, onde fora chamada para fazer um orçamento.
-Não estou olhando para árvores. O problema são as raízes expostas e a drenagem total...
Gizelly se encostou a uma árvore, com uma das mãos segurando uma garrafa de água e a outra enfiada no bolso da calça.
-Ah ta... E olhar ajuda? –Perguntou a morena franzindo a testa.
Marcela ignorou o tom de ironia.
-Sim. –Ela se levantou e sacudiu a poeira da calça jeans. –Está vendo aquele local onde as folhas mortas estão espessas em decomposição? Significa que a água empoça lá durante o degelo de inverno e as chuvas de primavera. A drenagem está sendo prejudicada, em parte por causa dessas raízes expostas de árvores, e a água parada é um problema que precisamos resolver antes de começar o projeto de paisagismo.
-O proprietário quer a sombra ou você pode derrubar as árvores?
Marcela meneou a cabeça e pegou o telefone no bolso. Já havia tirado uma dúzia de fotos da propriedade, mas tirou algumas a mais a partir daquele ângulo.
-Não podemos derrubar as árvores. Este litoral é mais regulamentado do que os resíduos nucleares.
-Nem mesmo as raízes?
-Elevado ao fator de erosão. Terei, digo, teremos que trabalhar em torno delas. –Não havia mais nada que pudesse fazer no local. Tinha as fotos e as medidas para colocar em seu programa de computador gerando impressões e estimativas para o dono da casa considerar.
-Acho que terminamos por aqui. –Concluiu Marcela enquanto guardava sua agenda.
-Certo Boss. –Disse Gizelly, dando-lhe uma piscada enquanto se afastava da árvore.
-Ah, com certeza. Agora sou a chefe né. Como é que nunca sou chefe quando quero dirigir minha picape?
Gizelly não respondeu, mas Marcela pôde ver um sorriso brincando em seus lábios, quando Gizelly desapareceu em uma das esquinas da casa. Após guardar o celular no bolso, Marcela a seguiu e não ficou surpresa ao encontrá-la já sentada no assento do motorista.
-Para onde vamos agora? Casa? –Perguntou Gizelly assim que a loira afivelou o cinto de segurança.
-Sinto muito em decepcioná-la, mas não vamos para casa, vire à direita e depois à esquerda assim que pegar a estrada principal. Os Johnson me pediu para dá uma olhada nas árvores da propriedade, não querem pagar um serviço de poda sem necessidade.
-Pensei que seus clientes não se importassem em gastar.
-Esses importam. Foram meus primeiros clientes, e não são ricos.
-Tudo bem... Só vai me mostrando o caminho, por favor.
-Se me deixasse dirigir meu próprio carro, não precisaria te servir como um GPS ambulante.
-Se você não dirigisse como uma "mulherzinha" talvez eu te deixasse dirigir. –Provocou Gizelly.
-Sério que está me dizendo isso? Só te lembrando que você é mulher. –Ela suspirou. –Uma mulher bem filha da puta, mas ainda sim uma mulher... Otária.- Marcela fez um bico involuntário que Gizelly não pode deixar de rir, ela adorava provocar a loira.
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MADE FOR YOU
FanfictionNESSA DIVERTIDA ADAPTAÇÃO MARCELA MCGOWAN PRECISAVA DE UMA NOIVA DE MENTIRA. GIZELLY BICALHO TINHA MUITO TEMPO PARA MATAR E NINGUÉM PARA IMPRESSIONAR. A SITUAÇÃO ESTAVA TODA CERTA PARA DAR ERRADO