Gizelly recebeu a intimação que tanto temia sob forma de mensagem de voz deixada em seu celular, enquanto ela juntamente com Cat e Marcela lutava para acomodar o novo forno no carro.
-Gizelly Bicalho, é a tia Márcia. – Gizelly revirou os olhos. Como se qualquer outra pessoa em sua vida usasse aquele tom de voz com ela. –Não sei que tipo de jogo está fazendo, mas quero vê-la. Hoje. Sozinha. E não me faça procurá-la mocinha! – Ela respirou fundo. Sim, estava em apuros. E a maldita culpa era sua, porque deveria saber que os primos não conseguiriam manter a boca fechada. Principalmente Felipe. Era sempre o primeiro a dar com a língua nos dentes.
Gizelly contou a Marcela e a Cat uma história longa e complicada sobre ter prometido à tia que lhe daria uma mão para fazer uns docinhos para o mesversário de Laura, filha de Jonas e partiu como uma criminosa a caminho do tribunal para enfrentar o juiz. Aquele juiz, porém, lhe daria um bom corretivo com utensílios de cozinha se não gostasse de suas respostas.
Sentia-se exausta, e um confronto com sua tia era a ultima coisa que desejava. Márcia se encontrava na cozinha, como de costume, quando ela chegou Tio Leo a cumprimentou com um beijo no rosto e sem dizer uma palavra desapareceu na sala e fechou a porta.
-Covarde. –Sussurrou Gizelly apenas para si mesma.
O sermão começou no instante em que a morena cruzou o limiar da sala de estar.
-Acho que me enganei ao seu respeito todos esses anos. Sempre te achei uma mulher inteligente e bem resolvida, mas vejo que tem o cérebro de uma ameba.
-Tia Márcia?!
-Não me venha com merda nenhuma de "tia Márcia" Gizelly! Eu deveria te bater com uma colher de pau pra ver se coloco algum juízo nessa sua cabeça estúpida.
Gizelly tentou manter a expressão em algo mais próximo de arrependimento. Não que a tia fosse notar, mas ela se esforçou assim mesmo.
-Só estou a ajudando por algumas semanas...
-Ajudando-a mentir para a avó criatura! Odiaria que fizessem isso comigo.
-Eu sei que soa mal, mas...
-Gi, você teve uma boa criação.
Gizelly sabia que não seria fácil, mas esperava pelo menos terminar duas frases,
-Posso falar? Por favor?
-Quando tiver algo sensato a dizer.
Gizelly fez uma pausa de uns segundos e começou:
-Lembra aquela vez no colegial que destruí minha motocicleta e lhe disse que fiquei com apenas algumas escoriações?
-Sim.
-Eu tive a motocicleta destruída porque um caminhão me tingiu na estrada, sofri uma grave contusão e tive quatro ossos quebrados.
A expressão de Márcia congelou por alguns segundos, mas então Gizelly viu a compreensão em seus olhos, seguido por um brilho de raiva.
-Você, sua ingrata. Por que fez isso?
-Não queria que se preocupasse. Não teria acreditado que eu estava bem. Deixaria sua família para vir tomar conta de mim, e Donna estava prestes a dar a luz.
-Você também é minha família filha, não se esqueça disso.
-Teria ficado nervosa sem motivo, porque não havia nada que pudesse fazer. Eu não queria que isso acontecesse, então disse aos outros para mentirem por mim. É mais ou menos a mesma situação que Marcela se encontra.
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MADE FOR YOU
FanfictionNESSA DIVERTIDA ADAPTAÇÃO MARCELA MCGOWAN PRECISAVA DE UMA NOIVA DE MENTIRA. GIZELLY BICALHO TINHA MUITO TEMPO PARA MATAR E NINGUÉM PARA IMPRESSIONAR. A SITUAÇÃO ESTAVA TODA CERTA PARA DAR ERRADO