Capítulo 7

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Gizelly bufou impaciente.

-Olha só Ma, se soubesse que hoje iríamos apenas nos sentar e observar as plantas crescerem, teria trazido meu livro.

Marcela desviou a atenção das mil folhas que estava verificando e se voltou para Gizelly.

-Desculpe. Eu estava distraída. Você terminou de colocar malha contra ervas daninhas?

-Sim. Não entendo porque eles querem que o caminho até a praia seja em pedras brancas. Não se costuma voltar para casa descalço? –Gizelly não entendia bem aquela lógica.

-Não este casal. Para eles, o que importa é a aparência, não a praticidade.

-Que seja... Mas levaremos um bom tempo para assentar o resto dessas pedras, então desça das nuvens e mãos a obra.

Marcela sentiu vontade de mandá-la para o inferno, porque ela era a chefe, ou pelo menos mostrar-lhe o dedo do meio, mas não tinha energia. Viver uma vida de casal falsa era muito mais desgastante do que imaginara.

Não queria sequer pensar na dificuldade de tentar dormir todas as noites com sua companheira de quarto estupidamente sexy, alias, Marcela ficava até frustrada às vezes, Gizelly mesmo querendo ser feia acabava ficando bonita. Até trabalhando de camisa e jeans era uma loucura, e no cotidiano a fazia suspirar cada vez que aparecia com aqueles cropped's ou um simples jeans. Isso era um problema.

Para desviar seus pensamentos da morena, resolveu direcioná-los na avó, que naquele momento deveria está a caminho da cidade. A cidade que ouvira rumores sobre seu noivado, mas nunca realmente vira sua noiva. Se a avó voltasse da cidade ainda acreditando que ela e Gizelly estavam prestes a subir no altar, seria um milagre.

-Você me parece cansada. - Comentou Gizelly, e Marcela se conteve para não lhe dá com a pá na cabeça. A morena por sua vez estava suada, tinha prendido os cabelos em um rabo de cavalo improvisado a camisa xadrez estava com os três primeiros botões aberto mostrando parte do sutiã, enquanto pegava uma pequena porção de pedras com a pá.

-Impressão sua. Estou bem acostumada com isso sabia, e depois quando chegar em casa posso descansar em meu sofá confortável. –Ironizou a loira.

-Deve esta acostumada mesmo porque não faz uma pausa sequer, a não ser esses momentos para analisar as plantas crescerem.

Marcela riu enquanto dava um nó na barra da camisa jeans deixando parte da barriga a mostra.

-E aquele sofá nem é tão confortável assim. Sorte minha que fiquei com aquela cama inteira para mim. –Provocou Gizelly rindo.

Marcela sentiu tentada em esganá-la.

-Me acostumo fácil.

-Há espaço de sobra na cama sua boba.

Marcela esforçou para manter a pá de pedras no carrinho de mão. Se não a olhasse, não teria que constatar em seu rosto se ela estava falando sério ou não. Se não estivesse, ela teria que golpea-la com a pá. Se estivesse...

-Péssima idéia. Não é necessário.

Gizelly riu.

-Péssima idéia é você ter enchido esse carrinho a ponto de não conseguir move-lo, como acabou de fazer.

-Oh droga! –Marcela colocara uma pilha tão grande de pedras que teria que despejar a metade para mover o maldito carrinho.

-Eu levaria pra você, mas não sou tão forte assim.

-Eu não te pediria isso.

-Como pode fazer isso por tanto tempo sozinha? –Perguntou Gizelly enquanto ajudava-a a maneirar um pouco o carrinho.

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