Capítulo 4

420 44 26
                                    


Assim que Marcela abriu a porta, as sete e vinte, Gizelly notou que ela devia mesmo ter passado tanto tempo quanto ela se revirando na cama. Tinha um ar cansado e os lábios juntos de um modo que a fazia parecer um pouco mal humorada.

-Eu estava correndo, alguns minutos atrás. –Disse Marcela. –Você quer um café?

-Claro. –Gizelly a seguiu até a cozinha e, quando ela acenou na direção da cafeteira, antes de se sentar à mesa, Gizelly concluiu que estava por conta própria.

Marcela preferiu deixá-la se virar, afinal ela tinha que aprender esses pequenos detalhes. Gizelly não teve dificuldade para achar nada, aparentemente Marcela organizara a cozinha de um jeito que fazia sentido para ela. Após colocar o leite e o creme de volta na geladeira, Gizelly puxou uma cadeira e se sentou em frente à loira. Marcela a ignorou, tomando seu café, enquanto folheava uma enorme agenda com capa de couro. Em seguida, ela pegou o telefone e discou um número.

-Alô, é Marcela. –Disse ela, após uma pausa. – Os Fuller decidiram que não gostam muito de cobertura de solo preta, ou melhor, a Sra. Fuller não gosta... -Seguiu uma longa pausa, enquanto ela esfregava a testa. -Posso utilizar outros produtos... Mas vou precisar do cedro amarelo para os Fuller. E sim! Eles sabem o quanto isso vai custar...

Gizelly se desligou da conversa, pegou a caneca de café e saiu da cozinha. Não parecia muito educado perambular pela casa, mas a avó dela poderia suspeitar que algo está acontecendo, se ela tivesse que pedir informações de onde ficava o banheiro por exemplo.

Passou pela sala de estar onde encontrou uma foto de si mesma e Marcela. Levou uns minutos para descobrir que a substituída da vez fora Chloe. Havia tirado em um breve período de licença e fora ver a priminha em seu aniversário, porque suas longas e engraçadas cartas, mensagens de texto significavam o mundo para ela durante sua preparação.

Além do lavabo e uma sala de jantar formal, ela achou um escritório. As paredes eram cobertas por estantes cheias de livros de literatura britanica, jardinagem e atualidades, uma poltrona que parecia convidar a um repouso e, no lado oposto tinha um aquecedor a lenha. Também tinha uma escrivaninha com notebook e pilhas de pastas e papéis em todo canto da mesa.

Ainda podia ouvir a voz de Marcela vinda da cozinha, pousou o café em uma mesa de canto e subiu a escada. Ela enfiou a cabeça em todas as portas que se encontrava aberta enquanto caminhava ao longo do corredor. O primeiro quarto que viu, julgou ser da avó dela, ao julgar pela decoração mais retrô. Não era o que estava procurando, então continuou.

À frente parecia uma combinação de quarto de hóspedes e depósito. O banheiro do corredor era grande, mas bem antigo. Por fim, no final do corredor, à direita, ela descobriu o que seria ser o quarto de Marcela. O que seria agora dela. Era uma suíte máster, que além de uma cama que parecia enorme e a mobília habitual de um quarto, havia uma área de estar com uma mesa de canto e um abajur cercado por mais livros, uma televisão grande fixada a parede e um aconchegante sofá branco que provavelmente Marcela dormiria no próximo mês. Mesmo sendo um quarto parcialmente grande, não havia mais de três metros de distancia entre a cama e o sofá. Apesar de ter aprendido no exercito a dormir sob qualquer condição, aquele arranjo ia ser estranho. Intimo.

Havia uma porta na esquerda da pequena área de estar. Ela enfiou a cabeça e encontrou um banheiro. Ciente de quantos minutos gastara explorando a casa, Gizelly voltou para cozinha e pegou seu café no caminho. Chegando à cozinha encostou-se na bancada e pois a observar Marcela fazendo umas anotações na agenda.

-Desculpe por te deixar por ai... Mas tenho que resolver isso meio que rápido. –Disse ela sem parar de escrever na agenda.

-Tudo bem... Então... Paisagismo né... Como isso funciona? Digo o mercado nesse ramo ainda me parece machista.

MADE FOR YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora