Capítulo 18

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Gizelly só fechou os olhos depois que Marcela se aconchegou em seu corpo e adormeceu. Ainda assim, não conseguiu pegar no sono, porque não era apenas agitação de Marcela que a incomodava. O fato da própria vida se estender adiante, como uma estrada incerta, sem obrigações ou sem amarras, a fazia se sentir vazia por dentro, e aquilo estava lhe tirando o sono.

Devia ter acabado adormecendo, porque o despertador do celular a fez acordar em sobressaltado. Marcela se encontrava deitada de lado, de frente para ela. Gizelly sorriu quando ela descerrou as pálpebras.

-Como está se sentindo esta manhã?

-Eu me sentiria melhor se você se levantasse e desligasse o maldito despertador. –Ela tinha deixado o celular no sofá.

Gizelly revirou os olhos.

-Agora está querendo aproveitar da situação, eu hein Marcela. –Disse, embora já estivesse se levantando para pegar o celular. -Uma tal de comadre Mariane mandou um monte de emoji pra você.- Falou assim que pegou o telefone.

-Está bisbilhotando meu celular?

-Não dessa vez. –Brincou Gizelly. –Tá aqui na tela, você que não abriu a mensagem dela.

-Falei com ela ontem, Mariane é minha prima-irmã, mora na França e está vindo, sou até madrinha do filho dela.

Gizelly girou na direção da cama e congelou. Marcela a fitava, com olhos sonolentos e os cabelos espalhados pelo travesseiro. Um sorriso curvou aqueles lábios macios e Gizelly se descobriu retribuindo.

"Deus! Aquela mulher definitivamente era estonteante, mesmo desgrenhada, com uma camiseta velha e tudo mais parabéns otariazona, você tá apaixonada."

-Estou com fome. –Disse a loira antes de espreguiçar.

Ok. Marcela era linda até se esticando como uma gata.

-Quer que eu traga café na cama pra você?

-Como em um serviço de quarto?

-Não sei... –Gizelly deu de ombros. –Não sei se você está em condições de descer ou ir trabalhar.

-Estou bem Gi. Você sabe que cólica não são o fim do mundo né... E depois, estou realmente bem.

-Sei lá, eu não tenho cólicas.

-Sinto inveja de você agora. –Gemeu Marcela.

-Tomo contraceptivos diariamente, justamente para ajudar controlar o período, e porque reduz as cólicas. E de quebra, não corro o risco de você me engravidar. Devia fazer o mesmo. –Brincou Gizelly.

Marcela riu.

-Agora estou até feliz de está assim. Significa que seus dedinhos mágicos não me engravidaram.

-Oh sim. Isso também me deixa aliviada. –Respondeu Gizelly numa preocupação fingida. –Bem, então já que a senhorita está bem, vou tomar meu banho.

-Vai lá. E depressa. Porque também preciso usar o banheiro.

***

Cat estava virando a primeira partida de panquecas de banana, quando Gizelly adentrou na cozinha.

-Bom dia. –Disse ela.

-Bom dia. Como está Marcela hoje?

-Melhor. Ela está... Uh... Naqueles dias. –Explicou Gizelly pela terminologia que Marcela usara na noite anterior.

-Ah! Isso não costuma afeta-la muito... Só em momentos de cólicas mesmo.

-Acho que ela também se deu conta de que você não ficará aqui por muito tempo.

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