Capítulo 20

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Vó, pode vir para casa? Acabei de me tornar mãe.

-Que porra é essa Marcela?





***

-Eu não posso acreditar que Mariane... – Cat estava atordoada após Marcela contar tudo que sabia. –Céus... Coitada. E o menino? O que será dele?

Marcela gesticulou alguma coisa para dizer, mas não conseguiu simplesmente recomeçou a chorar.  Cat a puxou para si fazendo-a deitar no sofá com a cabeça em seu colo. Por uns segundos nada disse, apenas acariciou os cabelos da neta permitindo-a chorar.

-Querida... Vai ficar tudo bem. Eu prometo. –Falou Cat tentando acreditar em suas próprias palavras.

-Vó... O que eu faço? Stéfano só tem a mim, e eu não faço ideia como ser a pessoa que ele precisa... Eu concordei em ter a guarda legal dela caso Mariane viesse faltar, mas a gente nunca esta pronta para isso. A última vez que o vi, ele tinha sete anos, eu mal o conheço... O que vou fazer?

-Sabe o que crianças e até mesmo bichinhos de estimação tem em comum?

Marcela não respondeu.

- Eles não vêm com manual de instruções. Lembra quando seu avô lhe comprou o seu primeiro cachorrinho?

-O Bob. –Respondeu Marcela sem se mexer.

-Sim, o Bob. Geralmente as garotinhas de sete anos quando ganham um cachorrinho, vibram de felicidade. Mas você assim que o pegou no colo me olhou preocupada. Lembra da primeira coisa que disse quando o segurou?

Marcela virou o rosto para a avó ainda deitada no sofá.

-Não exatamente...

-Ah, mais eu me lembro. A primeira coisa que disse foi "e se eu não conseguir cuidar dele vovó? E se ele não gostar de mim?" Ma você desde muito menina, sempre foi muito racional e atenta as suas responsabilidades, mas também sempre se sentiu insegura com o novo. O fato é, você e Bob se tornaram inseparáveis. Aquele cachorro te esperava chegar da escola na porta da sala todos os dias e foi assim até ele partir. Entende onde eu quero chegar?

Marcela tentou um sorriso.

-Que eu devo encarar Stéfano como se fosse meu novo cãozinho?

-Marcela!

Ela se levantou e deu um beijo no rosto da avó.

-Obrigada vovó. Vou tentar fazer tudo isso dar certo.

-Oi... –Era Stéfano parado no final da escada. –Eu... Estou com sede... –Ela apontou o indicador para o rumo que imaginou ser a cozinha. –Será que posso... –Antes que a menino concluísse Marcela se levantou do sofá e o chamou.

-Venha aqui Stéfano, você se lembra da minha avó?

Ele se aproximou ficando lado a lado com Marcela.

-Não muito. Vagamente. –Respondeu o menino timidamente.

-Minha nossa senhora! Esse menino é sua cara Marcela!

-Se fosse meu filho não parecia tanto, ate a pintinha na bochecha ele também tem. –Concordou marcela beijando a cabeça do menino.

Stéfano corou, não era a primeira vez que ouvia isso, a mãe sempre lhe dizia a mesma coisa.

         -Ei... Me lembro bem do bebê gordinho e bochechudo que você era. –Disse Cat.

Stéfano mexeu nos cabelos da nuca, gesto que evidenciava sua timidez.

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