Primeiramente, desculpas pela demora.
Marcela estava rasgando as folhas de alface para a salada e olhando Gizelly lavando a área dos fundos para almoçarem lá, através da janela. Ela estava com uma mangueira tirando o excesso de poeira que a ventania da noite anterior trouxera. Estava com um boné, short jeans curto e uma regata. Também estava aérea a tudo que se passava à sua volta causa dos fones de ouvido. Cat se incumbira de cortar os tomates, o que, sem dúvida era o mais prudente, já que usar uma faca prestando atenção em Gizelly fazendo faxina ao mesmo tempo, era perigoso para ela.
-Ei, Vó, você se importaria se Gi e eu saíssemos algumas horas no sábado?
-Claro que não meu anjo.
-Alguns dos Bicalho vão fazer um passeio de quadriciclo, e Gui e Gabi nos convidaram para irmos juntos. Mas se você quiser passar o dia com a gente, eu posso... Nós podemos deixar para outra vez.
-Tudo bem, na verdade, eu tinha meus próprios planos.
Algo na voz da avó a fez parar de admirar a maneira como Gizelly se movimentava para rapar a água do chão.
-Oh, é mesmo?
-Samuel vai me levar para jantar e, em seguida, vamos dançar na escola primária. Eles vão dar uma festa beneficente para o lar infantil local. Queremos ajudar.
-Oh, claro. Vocês são tão bonzinhos. - Marcela percebeu que estava transformando as folhas de alface em confetes e jogou-as na tigela. –Parece divertido.
Cat percebeu que algo ali não estava bem.
-Preciso lhe explicar que um encontro com Samuel não muda o fato de amar seu avô e sentir a falta dele todos os dias?
-Não. –Ela pegou mais alface nos só para manter as mãos ocupadas. –Talvez.
-É verdade. Ninguém substituirá seu avô no meu coração. Mas estou sozinha há tanto tempo desde a última vez que tive um corpo quente para esfregar meus pés frios embaixo das cobertas... Catorze anos...
Marcela não queria pensar em Cat embaixo das cobertas com ninguém, quanto mais com Samuel. Ela abandonou a salada e sentou se ao lado da bancada com as mãos no queixo apoiados sobre a bancada, esperando parecer atenta a avó, mas principalmente querendo esconder o calor que podia sentir nas bochechas.
-Mas é mais do que isso. –Continuou a avó. –Quando leio algo interessante no jornal, não tenho ninguém para compartilhar. E quando estou assistindo um filme de suspense, não tenho ninguém para dizer quem eu acho que é o assassino.
Marcela estava prestes a lhe dizer que ela podia voltar para casa e que as duas descobririam juntas quem era o assassino na trama, mas engoliu as palavras. Não apenas porque a avó se sentia feliz na Flórida, mas porque ela sabia que não seria o mesmo. Cat não queria alguém só para conversar. Queria um companheiro para compartilhar a vida.
-Ele parece um bom homem vó. –Disse. O que pareceu ridículo, mas não conseguiu pensar em nada melhor.
-Ele é. Gosto da companhia dele.
-Isso é bom vó. –Estava sendo sincera e esperava que a avó percebesse.
Gizelly entrou com detergente na mão, em seguida, estacou, como se seu radar tivesse detectado o nível de drama familiar ali na cozinha.
-Tudo bem? –Perguntou ela colocando o detergente na pia.
-Claro que sim. –Cat despejou o tomate picado dentro da tigela de salada. –Marcela estava dizendo que vocês vão andar de quadriciclo no sábado.
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MADE FOR YOU
FanfictionNESSA DIVERTIDA ADAPTAÇÃO MARCELA MCGOWAN PRECISAVA DE UMA NOIVA DE MENTIRA. GIZELLY BICALHO TINHA MUITO TEMPO PARA MATAR E NINGUÉM PARA IMPRESSIONAR. A SITUAÇÃO ESTAVA TODA CERTA PARA DAR ERRADO