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Depois de conversarem um pouco no parque as meninas resolveram levar Roseanne para comer algo em alguma lanchonete, logo que entraram puderam sentir os olhares ( majoritariamente de garotos) em cima de si, principalmente em cima da loira, que andava elegantemente e possuía um rosto de porcelana.

- Por que estão olhando? - Sussurrou para Jisoo que andava ao seu lado em busca de uma mesa para as quatro.

- A princesa não gosta de atenção? - Respondeu no mesmo tom com um sorriso discreto, logo encontraram uma mesa e sentaram lado a lado, de frente para as outras duas garotas.

- Sinceramente, eu odeio esses garotos, aprecem um bando de urubus que não podem ver um rabo de saia. - Jennie murmurou irritada, e realmente odiava, sabia como os garotos de Nova York podiam ser insuportáveis e tornar as coisas desconfortáveis em questão de segundos, principalmente os jovens adultos.

- Ainda não entendi porquê estão olhando.

- Porque você é bonita Roseanne. - Lisa se pronunciou enquanto olhava para o cardápio em sua mão. - Eles não estão acostumados a verem meninas bonitas, então quando encontram uma parecem animais. - Ainda mantinha os olhos no cardápio quando terminou sua fala. - Nini o que vai querer?

- Qualquer coisa, mas que não tenha muito leite, to começando a achar que sou intolerante a lactose.

- Acho que você está paranóica.

- Tanto faz Jisoo, não é seu estômago que fica dando voltas depois de você comer chocolate. - Agora tinha a cabeça deitada no ombro de Lisa que lhe fazia um carinho, eram esses pequenos gestos que faziam a pequena Roseanne admirar o casal, e se sentia livre e feliz por algum motivo, nunca viu tanta demonstração de afeto entre seus pais quanto entre as garotas em apenas um dia de convívio.

- Talvez você esteja grávida. 

- Não é assim que a biologia funciona bebê.

Antes que Jisoo pudesse retrucar a mais nova e antes que Lalisa pudesse entrar na zoação contra a namorada, um garoto alto de cabelos negros se aproximou das quatro, Jennie o olhou de cima a baixo em um claro sinal de julgamento e recebeu um beliscão de Lisa em resposta, Jisoo não estava tão diferente de Jennie e Roseanne estava curiosa.

- Pois não? - A Manoban foi a primeira a se manifestar, apenas para cargo de educação.

- Ah, oi, perdão. Enfim, meu nome é Cameron, e aquele meu amigo ali atrás. - Apontou para um garoto em uma mesa próxima que encarava aflito o que acontecia. - Ele é um marica, e queria que eu te perguntasse se você pode dar seu número pra ele. - Se virou para Roseanne que estava muito confusa com tudo que estava acontecendo.

- Eu..

- Foi mal amigo, não vai ser dessa vez. - Jisoo, percebendo o nervosismo da mais nova colocou um braço ao redor de seus ombros e piscou para o garoto.

- Ah claro, foi mal aí gente. - Dito isso o garoto se retirou e andou em direção ao amigo rindo da cara do mesmo ao chegar lá, antes de contar o que havia acontecido.

- O que? - Se antes ja estava confusa, agora então sua mente estava rodando em 360 graus, no entanto, não se sentiu desconfortável com o braço de Jisoo, que permanecia em seus ombros.

- Nada Rosé, apenas garotos sendo garotos destrambelhados. - Jennie respondeu revirando os olhos.

- O que ele quis dizer com dar meu número?

- Lembra disso aqui? - Jisoo mostrou seu celular para a garota que concordou com a cabeça. - Então, cada pessoa tem um número aqui dentro, e você usa esse número para ligar para as pessoas, e aí vocês conversam.

- O garoto tava dando em cima de você. - Lisa respondeu direta e levou um tapa da namorada.

- Ele parecia legal. - A loira comentou e as outras suspiraram.

- Só parecia meu bem. - Jennie comentou olhando para a mesa dos rapazes que agora estavam entretidos em brincar com batatas fritas.

- O garoto que chegou aqui é o Cameron, é um ano mais velho que eu e a Jisoo, ele estudava na nossa escola até terminar no último ano ano passado.

- E o garoto que pediu seu número é o Aaron, são dois babacas de primeira categoria, só querem levar as meninas pra cama, tentaram com a Lisa quando ela entrou na escola dois anos atrás, tentaram com a Irene, uma amiga nossa, com a Momo, e a lista não para.

- Eles não prestam, essa é a verdade, - A tailandesa ja estava de saco cheio daquela dupla dinâmica. - Fora que ja acabaram com a vida de várias meninas com toda aquela bobagem que eles falam pra tentar ganhar algo.

- Eu te amo. - Jennie falou com uma voz de deboche.

- Ou o clássico "é diferente dessa vez". - Jisoo disse com o mesmo tom.

- E não esqueça do "nunca vou te abandonar". - Lalisa.

- É a santa trindade, e homem ainda jura que a gente não pode generalizar eles, fala sério - Jisoo sabia que se continuassem nesse assunto Jennie provavelmente iria para a mesa dos meninos e encheria ambos de porrada.

- E as meninas aceitam? Digo, ir pra cama com eles? - Chaeyoung estava visivelmente desconfortável para trazer o assunto a tona, mas era uma garota curiosa, o que poderia fazer certo?

- Aham, a maioria aceita apenas por oportunidade, elas querem algo que eles também querem, então um ajuda o outro. 

- Ainda me surpreende que não esperam até o casamento, não que os homens realmente esperem, vocês sabem. - Comentou com a cabeça baixa, tudo que estava vivendo, aonde estava e como essa nova sociedade funciona parecia um sonho para a princesa, era quase a utopia que ela sempre desejou, casar com quem e quando quiser, ir e vir quando quisesse, não ter milhões de tarefas para fazer. Era como se ela não quisesse nunca sair dali.

- Eu entendo meu bem, mas olha só, dessa mesa você é a unica virgem. - Dito isso Jisoo e Lisa começaram a tacar coisas na Kim mais nova para que ela fechasse o bico. - Mas não se sinta excluída, acho fofo esse negócio de esperar até o casamento, claro que eu morreria se a Lalisa tivesse feito voto de castidade.

- Mas eu fiz.

- Calada meu bem, essa história ja foi esquecida.

- Obrigada, eu acho. - Comentou e deu um sorriso tímido para a mais velha. - Mas não é bem por uma questão de querer esperar até lá, é só, conveniente. 

- Conveniente pro homem né,  mas vou te falar, não tem graça nenhuma transar com virgem, - E mais uma vez Jennie fora atacada enquanto Roseanne apenas ria, ela se sentia bem em falar sobre essas coisas sem qualquer tipo de filtro ou repreensão, o máximo que chegou a falar sobre foi quando perguntou para seu irmão se ele ainda era puro, mas depois nunca mais falou com ninguém sobre, era um tabu, um assunto indiscutível, e era do jeito que era.

Pouco tempo depois pediram suas comidas e comeram em meio a histórias que a viajante contava para as três, que ficaram chocadas ao descobrirem que ela não era nenhuma flor indefesa, e que na verdade estava sempre se metendo em confusões pelo reino, contou das vezes que fugiu do castelo com sua melhor amiga apenas para nadar em um lago, e das vezes que apostava corrida de cavalos com seu irmão, pelo primeiro momento desde que chegou sentiu saudade dos momentos. Mas ao mesmo tempo estava feliz de estar ali, era como se um mundo novo tivesse sido aberto para ela.



1690 » chaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora