1690 » chaesoo

3.1

1690-

Quando Roseanne atravessou o espelho, imediatamente reconheceu o campo em que se encontrava, o mesmo de seu sonho algum tempo atrás, de longe conseguia observar as paredes enormes do castelo, bem como o grande muro que o cercava. Olhou uma única vez para trás apenas para constatar a existência de nada, não havia mais nada atrás de si, nenhum espelho, nenhuma clareira, nenhum parque, sem Jisoo.

De repente flashes de tudo que passou nas semanas em que ficou na Kim começaram a passar pela sua cabeça enquanto a mesma andava em direção ao castelo, a forma como Jisoo a abrigou sem contestar em sua casa, mesmo sem saber quem era, não sabia nem de onde a princesa era e ainda assim a acolheu, a paciência da coreana em lhe explicar tudo detalhadamente, lhe auxiliar nas tecnologias modernas com as quais nem sonhava que poderiam existir. Sentiria falta da garota e já pensava em meios de retornar, mas primeiro precisaria conversar pelo menos com seu irmão, gostaria de compartilhar sua vivência com o outro.

Quando a entrada do castelo se fez em foco, a garota respirou fundo dando passos lentos adentrando o jardim do mesmo, e logo já se aproximava dos grandes portões de ferro que eram guardados por diversos guardas, esses que a conheciam desde criança e apenas deixaram suas bocas caírem ao avistarem a princesa pela primeira vez em semanas, o desaparecimento da garota era algo que já estava deixando todos sem noites próprias de sono. 

Assim que passou pelos portões que a muito não via, percebeu todos os olhares dos funcionários que estavam no jardim e voltarem para si, principalmente quando todos começaram a sorrir e falar animados que a princesa havia retornado, a garota nunca gostou de ter tanta atenção voltada para si, mas se permitiu apreciar esta visto que realmente faziam semanas que eles não a viam, e até então suas mentes já poderiam estar lhe pregando peças, criando as mais diversas teorias sobre o paradeiro da princesa. 

Como qualquer castelo que se preze, logo a fofoca de que a princesa havia retornado se espalhou como praga pelo mesmo, e assim que a garota chegou ao último degrau e os portões principais estavam prestes a serem abertos pelos guardas em sua frente, um vulto saiu de dentro do palácio assim que as portas se abriram o suficiente para passar, e Roseanne foi recebida em um abraço forte e de tirar o fôlego, logo reconheceu os grandes braços como os de seu irmão que fazia questão de não a soltá-la nem por um milímetro se quer.

- Jimin você irá me sufocar. - Roseanne comentou com leve dificuldade em virtude do abraço apertado seu irmão que apenas riu de leve finalmente se afastando o suficiente para poder analisar cada milímetro de sua irmã, franzindo levemente as sobrancelhas ao notar suas vestes mas logo tornou a abraçá-la novamente.

- Onde você estava? Quase morri de preocupação. - O garoto afastou-se novamente e a garota apenas sorriu também feliz em ver novamente seu irmão. - E que vestes são essas? Venha precisa trocar isso de uma vez. 

- São apenas panos que achei em algum lugar. - Se seu irmão notou sua mentira deslavada, não comentou nada a respeito, apenas segurou em sua mão a guiando para dentro do castelo, imediatamente o frio que o enorme local exalava foi de encontro ao corpo da princesa que foi recebida por diversas memórias nostálgicas.

No entanto a menção da garota necessitar de trocar suas vestes a incomodou levemente, afinal eram as roupas de Jisoo que pegou emprestada quando acordou mais cedo naquele dia, e tudo sobre as roupas exalava a Kim, desde o cheiro até o estilo, talvez seja por isso que a princesa tivesse decidido usá-las naquele dia. 

Foi informada de que seus pais estavam em uma reunião então apenas subiu até seu grande quarto se encontrando com Ryujin durante o percurso, e enquanto a mais nova ia lhe contando todas as novidades de sua ausência, a mente da princesa estava bem longe daquele lugar, mais especificamente em uma garota baixinha de cabelos negros e senso de humor duvidável, era incrível como havia partido há apenas algumas horas e já sentia uma enorme falta da mais velha.