Cap. 3 - Caminho da Perdição - Parte 3

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Capítulo 3 – Caminho da Perdição – Parte 3

Draco segue pelo caminho que leva a Hogsmeade. O tempo está frio, mas sem neve, as nuvens carregadas denunciam que a chuva não demora muito. Segue a certa distância o casal que caminha lado a lado, mas sem sequer tocar as mãos. Harry parece completamente sem graça e a garota, tímida, apesar de lembrar muito bem de suas palavras quando falava sobre o beijo.

"Eu adoraria estragar esse momento fofo!" – Pensa seriamente, mas não sabe como.

Sente o toque de Pansy em seu braço, sempre pendurada, mas... Isso lhe dá uma ideia! Cochicha algo no ouvido dela, que reúne outras meninas slytherins e correm para ultrapassar o casal. Sorri ao vê-las caçoando dos dois.

Ele os segue e entra sorrateiro em uma casa de chá, tão exageradamente decorada para a ocasião, tão... Malfoy não encontra uma palavra açucarada e nojenta o suficiente para definir tudo aquilo. Senta-se em uma mesa nos fundos, de onde pode ver a mesa onde estão os dois, mas só pode ser visto se quiser. O ambiente carregado combina com os casais se amassando por todo canto, todos exceto aquele que vigia. Harry parece cada vez mais sem graça. Percebe que sabe o que se espera dele neste momento, mas que é mais do que desejava fazer nessa representação. Pelo menos o loiro espera que sim.

"Se ele a beijar... Não sei do que sou capaz!" – Espanta a proprietária que lhe oferece mais chá.

Mas de repente o encontro parece desandar. A garota se descontrola, demonstra a falta de caráter que Draco observou naquele dia, fala coisas sem nexo e deixa Harry cada vez mais corado. Todos o observam, inclusive o loiro, logo sendo visto por ele, que lhe dirige um olhar duro. Isso lhe provoca um ataque de riso silencioso, quase cai da cadeira, delicia-se com o rostinho indignado e o ciúme idiota da garota por causa da Granger. Tudo desculpa esfarrapada de uma menina fútil.

Quando ela sai, chega a ter pena de Harry, tão encabulado que se confunde com o cor-de-rosa da decoração. Ele logo se levanta e sai, irritado, provavelmente atrás da 'cabeça oca' que o deixa escapar. Quer segui-lo e provar que sabe todo o valor que ele tem, mas sabe que não deve.

Sai daquele lugar enjoativo e se depara com a chuva forte que cai, amaldiçoando a decisão de Harry de sair com 'aquela'... Praticamente o obrigou a sair também e enfrentar esse tempo horrível. Vê o moreno entrar no Três Vassouras, então sabe que não alcançou a 'falsa ex-namorada'. Decide voltar para Hogwarts, nada mais tem a fazer nesse lugar.

Entra na Sala Comunal ainda amaldiçoando o tempo e o caminho, reclama como sempre é de seu costume. Ela está em um profundo silêncio, o que o deixa satisfeito. Afinal, pode ter a Casa toda para si. Acomoda-se no sofá, estica as pernas e se aquece diante da lareira acesa. Pensa no encontro frustrado de Harry, mas... Não pode deixar de pensar em si mesmo. Tudo o que pensou sobre Cho e... Não pode se dizer melhor do que ela. Talvez até seja pior, pois a garota queria apenas impressionar as amigas, mas ele o vai levar para a morte. Mas um ruído o tira de seus pensamentos.

- Quem está aí? – Se levanta depressa, na defensiva.

- Sou eu... Crabbe. – Ele aparece da passagem que leva ao dormitório masculino.

- Que foi? – A lembrança das palavras do pai sobre um espião o deixa furioso. – Estava me espreitando?

- Esprei... O quê? – Ele realmente não conhece o significado dessa palavra. – Eu estava deitado... Tive uma dor de barriga e não pude...

- Me poupe do seu relatório. – Volta a se sentar, balança a cabeça, sente-se bobo por pensar que um idiota desses pudesse espioná-lo.

Crabbe se aproxima dele, meio sem jeito, com um aspecto horrível, mas completamente vestido.

A Teia da AranhaOnde histórias criam vida. Descubra agora