Cap. 5 - Enredado - Parte 2

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Capítulo 5 – Enredado – Parte 2

Preciso confessar que após a saída do Lorde e de seus asseclas no sábado me tranquei no quarto, desesperado com o desfecho do plano infalível. Algo dentro de mim sofria apenas ao pensar que Harry poderia ser morto ou capturado. Pela primeira vez, nos últimos meses, conseguia pensar sobre o que realmente sentia por ele. Com a maioria dos comensais fora em missão, não temia pensar... Permitia-me admitir para mim mesmo que a visão dele beijando a insossa Weasley mexeu demais comigo. Ainda sentia meus órgãos ferverem ao lembrar-me daquela carinha sardenta cheia de satisfação.

E por horas permaneci em suspense até ouvir a estrondosa chegada deles. Saí do meu quarto e do alto da escada observei-os. O Lorde das Trevas vinha esbravejando, gritava insultos para a varinha do meu pai em suas mãos, enquanto os demais comensais permaneciam afastados de forma segura, pois sabiam o quanto corriam perigo neste momento. Percebi que nem todos estavam presentes, talvez finalizando o serviço, mas... Algo estava claro... Harry Potter continuava vivo. Não pude deixar de sorrir ao chegar a essa conclusão e isso chamou a atenção do homem enlouquecido, que me encarou de repente com seus olhos vermelhos. Corri para o meu quarto, ainda ofegante e tranquei a porta.

Agradecia ao fato de não ter de voltar a Hogwarts, jamais seria aceito, e isso era bom, pois não veria as expressões acusadoras dos alunos que sabiam o que fiz. Não veria... Harry. Era melhor assim. Ele me odiava, sabia disso, e agora havia ainda mais ressentimento da parte dele... Para que? Já tinha dissabores demais por aqui.

Mas algum tempo depois dessa noite o Ministério caiu e Harry se tornou um proscrito, procurado por traição e outras mentiras que criaram. Queriam que as pessoas atemorizadas o entregassem para fugirem da 'caça aos sangues-ruins'. E ele quase foi capturado pelos comensais duas vezes, simplesmente porque o idiota se achava bom demais para deixar de pronunciar o nome do Lorde... Cada vez que o dizia... Sabiam exatamente onde ele estava.

Voldemort decide então que Draco deve voltar à escola, ser mais alguém trabalhando para eles do lado de dentro, já que o próprio Snape é o novo diretor. As despedidas dessa vez são breves, a privacidade quase deixa completamente de existir em sua própria casa. Toma o trem discretamente, isola-se em um vagão, sem o alarde que sempre provocava em sua chegada. A maioria dos alunos passa sem se importar, mas alguns o reconhecem e tratam de se afastar, mesmo slytherins. Não que ligue... A porta se abre e Pansy entra com uma expressão incrédula no rosto.

- Pensei que você não voltaria. – Diz sem cerimônia, mas tenta sorrir diante dos olhos tristes do loiro. – Mas é bom que tenha vindo... Agora com Snape na direção tudo vai ser diferente.

- Estou cansado... – Ele já vai fechando os olhos, deixa claro que não deseja conversar.

E ao chegar ele procura fugir do banquete inaugural, mas ela o carrega para a mesa que lhes cabe. A sua entrada os rumores se espalham por todo o salão, principalmente na mesa dos griffyndors. É incontestável que sua presença não é bem aceita pela maioria, apesar de alguns garotos da sua casa o observarem admirados. É por causa da 'marca', agora não mais um segredo. Mas alguns de seus companheiros já não o olham mais da mesma forma, os filhos dos comensais parecem saber demais sobre a nova posição dos Malfoys na hierarquia e... Do que houve...

Seus olhos evitam todos, se fixam em um pequeno amuleto que segura na mão. Sente então que um par de orbes está preso de tal forma nele que não pode evitar levantar a cabeça e os encarar. Ali está a ruiva, olha em sua direção com fogo. A atitude sem graça dele muda na hora, pois olhar para aquela menina desperta o ciúme, traz de volta o Draco sarcástico e sua eterna expressão de nojo.

"Ah... Como eu queria te transformar numa boneca de vodu, sua... Insossa!" – Pensa, enquanto lhe lança um sorriso falso. – "Você está se achando poderosa, não é?"

A Teia da AranhaOnde histórias criam vida. Descubra agora