Escrevendo Em Busca De Êxtase

entre o bem e o mal

Digo ao meu demônio parasita: "o que queres de mim? Me afundar em momentos falsos enquanto vivo esperando a luz?"

Quem nunca se perguntou como é a guerra que acontece dentro de nós? Como será que ela se desenrola?
Bem, a arte de saber responder a essa pergunta com precisão não está no número de vezes que temos êxito naquilo que queremos, mas sim quando caímos repetidas vezes em busca de um objetivo fixo. Somos flexíveis e essa guerra requer força, somos como cabos de guerra entre anjos que prometem paz e demônios com sede de sangue.
Viver por si só já diz muito sobre nossas escolhas, não queremos sofrer mas não procuramos a paz, seres humanos tem essa necessidade de buscarem ser loucos pra satisfazer o ego, sempre querendo viver um degrau acima do outro, sempre querendo ser mais que o outro.
Eu admito que a adrenalina me excita, é um ciclo vicioso sem fim e quanto mais vivemos nela mais queremos viver.
Seja na adrenalina de um momento, de um gesto ou de uma droga, no fim é só adrenalina!
Comecei sozinho, hoje tenho um exército de mentes constantemente aceleradas junto comigo, ninguém quer ceder, ninguém quer largar o êxtase dessa sensação. O mundo inteiro vive numa onda sem fim e eu me pergunto: será esse o caminho da felicidade ou isso realmente nos levará a perdição? Enquanto estamos vivos nada disso importa, mas será que depois da morte eu vou desejar ter pedido perdão a Deus por viver dessa forma? Alguém me dá um significado pra viver, a adrenalina é tanta que eu já não consigo me conter, e eu me pergunto se nos meus últimos momentos ainda vou ter tempo pra me arrepender e fazer uma oração: "Deus, eu vivi como eu quis, vivi a vida que me fez mais feliz, não me senti tocado a seguir igreja ou religião mas e agora, qual será o destino da minha alma então? Seria eu um filho que teve várias chances de viver bem e não se identificou com a tal paz que me foi apresentada? Que agora tem que pagar por tal escolha com o sofrimento eterno e vai direto pras profundezas do inferno? Oh pai, eu não quis ir contra tua lei, mas o senhor sabe que eu não me sentia bem no meio de toda aquela gente, de toda aquela paz que era pregada e eu não conseguia encontrar, eu espero um dia ser perdoado porque eu sinceramente vivo uma vida da qual os moralistas e conservadores dizem ser errada, mas sinceramente prefiro essa do que uma vida na igreja de "fachada"
Eu ouvi uma vez que poetas são rebeldes natos, anjos caídos mais marginais que qualquer bandido. Parei pra pensar e conclui que isso soa muito contraditório, o único anjo que caiu tem ódio pela humanidade, mas na letra poetas são descritos como anjos caídos apesar de plantarem o bem, talvez porque pra viver como um poeta é impossível ser cristão ou ter religião, pra viver de poesia um poeta precisa ter fé, fé no mundo e nas pessoas, mesmo que apesar da fé ele tenha consciência do demônio que existe dentro dele e da confusão em que ele vive. Um "santo" não conseguiria escrever poesia, ele só iria conseguir enxergar o bem, mas a verdade é que um verdadeiro poeta se encontra nas costas da bondade, não me entenda mal, ele é bom no que faz, em espalhar sua arte e entrar nas mentes, mas a bondade nunca deu inspiração pra boas histórias, a maldade também não. Calma, vou explicar. nenhum desses dois lados se completou sozinho, o que deu ênfase foi justamente a junção dos dois, um poeta fala do bem mas não finge que o mal não existe, até porque pensar assim seria muita burrice, é preciso sair da mesmice e isso acontece quando ele se encontra em uma rima, com toda sua arrogância ele é capaz de escrever uma história divina.