As contradições de um escritor

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Não sei como mas de alguma forma juntei praticamente o livro todo em um único capítulo, minhas contradições passaram diante dos meus olhos e agora vejo que elas são parte indispensável desse livro.

O jeito como as coisas mudam pode ser muito impressionante, não é mesmo? Eu disse no capítulo 3 que não existiam personagens fictícios nessa história, mas no decorrer de tudo eles começaram a aparecer, não só personagens mas séries também, como Californication e supernatural por exemplo. A mudança é sobrenatural, igual a série, quando pronunciada no português.

Usei atores cantores e produções, tudo isso para se referir a mim e as minhas ações, olha como ficou tudo em harmonia, são as loucuras de quem pensa demais, e isso tem um certo perigo, perigo que se chegasse perto do homem aranha, nem com o sentido aranha ele estaria vivo, o demolidor tem um certo ego, mas como ele escaparia desse perigo sendo ele um homem cego? Os outros sentidos não ajudariam já que o perigo vem de forma silenciosa e não tem cheiro, talvez esse perigo possa ter um paladar, e quem sabe assim ele não possa chamar o John Constantine pra ajudar? Tento fazer texto mas tô fazendo rima, a doideira é tanta que chega dar ódio, tô ficando que nem Thomas Shelby no último episódio. Dai vem a questão: "será que esse moleque não tem nenhum pensamento original?" E isso tudo não é?

Juntar todas as loucuras em um único capítulo, acho que nem Hank moody conseguiria tal feito. Deus, demônios, trevas e luz: a pergunta é: o que diabos me conduz? Falei da quarentena, da minha ansiedade, da morte dos meus pais e ainda conversei com eles em outro plano, mas nem que eu usasse 1kilo de palavras poderia descrever o que se passa dentro de mim, e afinal porque não falei sobre quando eles me adotaram? Não falei né? porra... Eles me adotaram com 45 dias de vida, tipo um gol do Flamengo aos 45 do segundo tempo já que quem leu o capítulo 3 sabe que eu sou flamenguista, e sou um flamenguista cheio de dores, dores que foram amenizadas quando ganhamos a libertadores.

Raul Seixas, Orochi, Ret, enquanto falo esses nomes chorão deve estar lá de cima se perguntando "como você fez essa junção pivete?" Eu queria responder pra ele que a minha mente pensa rápido mas que é quase sem querer, porque na verdade eu vivo mesmo é como uma máquina de escrever.
E te falo mais meu amigo, sua obra realmente é como pontes indestrutíveis, mas sua morte foi tão triste quanto assistir "por lugares incríveis" parece que nem sou eu escrevendo né? Doideira. Mas minha arte vai se espalhar por todo lugar e ser lida pelo mundo inteiro, e quando eu morrer cês vão lembrar de mim, que nem na música do funkero. Constantemente acelerado eu me sinto mesmo sem saber, e digo de novo o porque se deve viver como uma máquina de escrever, porque viver rápido é como correr em círculos enquanto usa cocaína, e lembrando da cocaína eu lembrei daquela mina, a encarnação da luxúria, imaginei de novo ela lendo meu livro e dizendo "isso que é arte, tipo de livro que eu não julgo pela capa."

Esse capítulo vai ser o 25º e de idade eu ainda tenho 22, não sei quem você é, garota mas espero que até lá, a palavra "estar a sós" se resuma a nós dois.

Lendo essa porra toda alguém pode até falar que eu levo jeito pra ser compositor, mas não. Prefiro falar de mim e da minha dor, a essência mais pura. eu não sei pra onde estou sendo guiado mas espero que quando chegar aonde eu quero, minha deficiência tenha cura. Eu tô escrevendo essa parada rápido demais, como o computador que eu já disse que nunca seria, provavelmente isso aqui deve ter alguns erros de ortografia. Não parei pra revisar os detalhes e nem ler devagar, a verdade é que eu ainda continuo boiando naquele mar, o mar de palavras que eu falei que não sabia o quanto elas poderiam me fazer afundar.

Escrevi pra caralho mas não tenho um título, nem sei onde foi parar a desgraça do meu título de eleitor, mas a única coisa que eu espero é que esse livro seja o começo da minha felicidade e o fim da minha dor.

Isso pode acontecer de um jeito rápido ou de um jeito lento, porque como diz aquela canção do Kansas, tudo que somos é poeira no vento.

Tenho fé que meus pais estão no céu, mas aqui embaixo eu sou apenas mais um desobediente deficiente de alma Revel, e vou terminar isso assim, usando referências pra falar de mim. E no final pedir um abraço de dez minutos, daqueles que a pessoa sabe da sua alegria mas entende que você já esteve em apuros.

Escrevendo Em Busca De ÊxtaseOnde histórias criam vida. Descubra agora