serei eu ou você?

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Seja rimando, escrevendo ou chorando, eu ainda não consegui saber o que se passa na minha cabeça, e acho que talvez nunca consiga. Minha vida, minhas histórias e minhas lágrimas quem sabe um dia possam chegar as grandes telas de cinema, e já que parte dela já está nas pequenas telas de celular, só me resta ser grato. O que eu sei é: cada palavra vem com um toque de raiva, o amor fica por conta de vocês e quem sabe com a ajuda de vocês eu  consiga ser a pessoa amável e a companhia agradável que todos esperam.

De todos os sentimentos, a raiva é melhor do que não transmitir nada, pelo menos na minha visão. Eu sei que vocês não querem escuridão e trevas o tempo todo, por isso peço que me conduzam para a luz, que me conduzam a um lugar no mundo real que seja tão perfeito quanto é nos livros. Não falo de igrejas ou da Bíblia. Eu só quero viver um dia normal, um em que eu não fique pensando o tempo todo que a minha vida é um poço sem fim em que eu só me vejo em queda livre...

Se a vida é feita de fases, eu acho que na fase em que me encontro hoje eu tinha que seguir tudo isso aqui sem roteiro, sem plano, sem saber de nada e sem pensar em nada. Tinha que ser o retrato fiel de mim mesmo, alguém que continua igual aos capítulos anteriores, com uma leve melhora, mas que ainda segue inquieto e perturbado. As vezes parece que estou mesmo num filme ou numa série, mas que no meu caso o filme é de terror com uma série de crises e dias desperdiçados em que eu não vi sequer um passarinho cantar.

Apesar de já ter tentado fazer terapia  e ter falhado nisso várias e várias vezes, eu ainda me vejo sentado num sofá, enquanto vejo alguém segurar um caderninho e fazer anotações a medida em que vou falando. Diante disso vou tentar explicar a sensação: é como aquelas cenas de filme de guerra quando uma granada explode e tudo ao redor fica em câmera lenta, sabe? Imagino o som da caneta anotando tudo enquanto a minha curiosidade de saber o que está sendo escrito me mata por dentro. É quase igual a de um leitor que espera por um novo capítulo de uma obra. É como se eu pudesse ouvir nitidamente os meus, e os batimentos cardíacos da pessoa juntos, e  pudesse sentir cada gota de suor escorrer pelo meu rosto. É aterrorizante. Assim como é aterrorizante pensar que posso morrer a qualquer momento sem ter feito nada de útil a não ser escrever sobre os meus sentimentos, como se fosse uma espécie de memória em que as pessoas voltam ali só pra ver como eu me sentia e comecem a se perguntar porque não perceberam antes, e porque não fizeram nada.

E no meio dessa merda toda eu sigo sobrevivendo em meio ao caos, esperando que um dia alguém diga que o que Deus não me deu de funcionalidade nas pernas, me deu de sobra em inteligência pra poder deixar tudo mais claro pra vocês.
Com os anos talvez minha mente evolua enquanto minhas pernas definham  por não querer sair do quarto, ou quem sabe alguém mude o final desse capítulo. A curiosidade vem agora: será que vou ser eu (apesar de saber que toda mudança começa por nós mesmos) ou alguém vai me salvar de mim mesmo?

Escrevendo Em Busca De ÊxtaseOnde histórias criam vida. Descubra agora