capítulo 1

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Any

-Você devia pensar em se divertir um pouco... -sabina disse se sentando no sofá de pernas cruzadas com seu pijama de flanela, segurando uma caneca de chocolate quente com ambas as mãos.

Larguei meu lápis sobre o caderno e passei a mãos na cabeça.

- Será que esses imbecis não sabem que noite de domingo não é uma boa hora pra fazer festa num prédio?!

- Bem...  de qualquer forma você precisa admitir que a música e boa.

Suspirei.

Há dois anos eu moro nessa República com Sabina - oque fez se torna minha melhor amiga -, mas nunca antes havia testemunhado uma festa ali.

- Boa ou não, eu tenho que dar monitoria amanhã! Como posso estudar assim?

-Sei lá - Sabina encolheu os ombros. - pelo menos agradeça que Belinha tenha um sono pesado.

Olhei o relógio na parede 01:13 da manhã

- Chega. Eu preciso estudar.

- Espera oque você vai fazer?. - Sabina pulou do sofá quando eu abrir a porta.

- Vou fazê-los entender que nem todo mundo tem a vida ganha como eles.

Sai pisando firme, quase sem ouvir os apelos dela pra que eu voltasse.

Subir as escadas de dois em dois degraus e soquei a porta do apartamento 501, mais ninguém atendeu. Claro. A música estava tão alta, que eu podia jurar que estava atrapalhando até o descanso dos móveis.

Soquei de novo e continuei batendo, até que a porta se abriu quase me fazendo cair de cabeça lá dentro.

- Wow... - Noah sorriu e me segurou - já bebeu antes de vim?

Merda!

Olhei pra ele por um momento sem saber oque responder.

Há um ano e meio eu admirava sua beleza de longe, mais nunca, nem em mil anos  imaginei que poderíamos tão perto... senti-lo tocando meu braço...

- Não é festa do pijama.- Ele me informou apontando com o queixo pra minha roupa.

Olhei para baixo e...

Dupla merda! Percebi que tinha saído de pijama!

Não, espera... any foco!

- Eu preciso estudar. -  Falei firme, com uma expressão concertada.

Ele levantou as sobrancelhas, um sorriso brincalhão se formando em seus labios.

- Então sinto informar, mais você veio ao lugar errado.

Sorri irônica

- Que engraçadinho... quero que vocês desliguem o som.

Ele pensou um pouco.

- Eu tenho uma ideia melhor. Que tal você entrar e a gente se divertir um pouco?. - Ele deu um passo para trás, me dando espaço.

- Por favor deligue, ou abaixe o som.

Ele inclinou a cabeça e estreitou os olhos.

- E se eu negar?

- Olha só e plena madrugada de segunda-feira. Pessoas trabalham e estudam amanhã. Será que podem ter um pouco de consideração.

Ele riu alto.

- Isso é uma festa, meu anjo. Não existe sem música alta.

- Primeiro. Eu não sou seu anjo. Segundo, se vocês não abaixarem vou ter que tomar minha providências.

- Tipo oque? Vai chama a Polícia?

Não respondi. Na verdade, essa ideia não me parecia muito pior do que sair do meu apartamento com um pijama incapaz de cobrir sequer metade de minha pele e começa a discutir com o cara mais cobiçado da faculdade por causa de um maldito som alto.

- Vá em frente.- Ele me desafiou

- Não me provoque, noah.

Suas sobrancelhas se ergueram.

- Parece que meu nome e domínio público... mais qual é o seu?

Eu não precisei de mais de um segundo pra saber que não era uma boa idéia me apresentar.

- Olha, eu só quero que abaixem o som. Oque custa?

- A diversão

- Eu posso acabar com isso em dois tempos.

- Tentar a sorte.- seu tom de voz soou baixo e ameaçador, sem humor, mais eu não me intimidei.

Bufei, dei as costa pra ele e desci as escadas pisando firme.

Se ele acha que eu sou como as garotinhas ingênuas e alienadas que ele costuma levar pra cama, dispostas a abaixa a cabeça e fazer obedientemente tudo que ele as ordena e conscentir sem discutir com tudo oque ele diz, ele com certeza esta terrivelmente enganado.

- Eii... achei que você os faria abaixa o som.-  Sabina riu, enquanto eu percebia que o volume havia aumentado vários gráus.

- Eu vou. - Peguei o telefone

- Any...

Tarde demais. Sem hesitar, digitei 190

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o preço da felicidade; (versão noany)Onde histórias criam vida. Descubra agora