capítulo 6

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Noah

Any gabrielly. Esse era o nome dela.

Foi isso o que Teresa disse: " Sua monitoria não pôde vir hoje. A única que sobrou dessa matéria foi Any gabrielly, mais ela é do terceiro período. Não tem como dar monitoria pro quinto."

É claro que ela reconsiderou essa ideia depois de alguma insistência, então ali estava eu, escutando "wings" no último volume pelo fone de ouvido, preste a admitir que precisava da ajuda da garota que estragou minha festa no dia anterior.

Maravilha!

Por um segundo considerei sai pela porta que tinha entrado, mais não levei essa ideia a diante.

Não que eu fosse burro ou algo assim, mas estudar sozinho não era comigo. Nessas horas eu me pegava até contando os azulejos do meu quarto! Tirando o fato de que eu tinha uma última prova antes das férias, e se eu não fosse bem nela poderia facilmente ficar de dependência, e, sinceramente, essa ideia não me agradava nem um pouco.

Tirei os fones de ouvido e contei mentalmente até dez depois que vi a garota na frente dela se levantar e sair, então respirei fundo e caminhei ate sua mesa.

Vamos la, Noah. Você pode fazer isso.

Quando ela levantou seu olhos pra mim, sua surpresa foi perceptível. É claro que ela não esperava me ver ali.

- Ora, ora, se não é a marretinha destruidora de festas... - Eu disse com meu melhor sorriso.

Ela vacilou por um segundo antes de se levantar bruscamente.

- Você só pode estar de brincando se acha que eu vou te dar monitoria.

- Bem... dizem por aí que alunos bolsistas monitores são meio que... obrigados dar monitoria a quem precisa. - Eu me sentei na cadeira na frente da sua mesa.

- Você se lembra que foi você quem aumentou o volume do som quando eu pedi educadamente pra que abaixasse porque eu tinha que estudar?! - Seu humor parecia variar entre extremamente irritante e extremamente inconformada.

- Hm... sim. É foi você que chamou a Polícia dois minutos depois. Por onde a gente começa?

- Você se acha o bonzão, né? Já que é assim, tão espetacular, por que precisa da minha ajuda?

Ótima pergunta.

Olhei pra ela e sorri. Sorte a minha que eu sabia pensar rápido.

- Eu estou aqui te fazendo um favor, meu anjo. Aposto que há muito tempo você estava querendo um momento sozinha comigo.

Ela balançou a cabeça e começou a juntar os livros.

- Quer saber? Eu não sou paga pra aturar tipos de pessoas como você.

Um leve pavor surgiu em mim, mas eu o ignorei. Ainda tinha uma carta na manga.

- Pare de se fazer de difícil, garota. Você sabe que estará em maus lençóis se me negar monitoria.

- Eu não sou obrigada a ajudar você, playboyzinho dono do mundo! Contrate um professor particular.

Tentei encontrar um outro argumento enquanto ela juntava os livros e se virava pra sair, mais pela primeira vez, uma garota conseguiu me deixar sem palavras.

Ela jogou os livros no balcão de Teresa, que a olhava curiosa.

- Sabe, dona Teresa... acho que vocês deviam escolher melhor a quem se oferece monitoria. Certos garotos idiotas não merecem esse privilégio.

Teresa piscou surpresa com sua audácia e eu quase podia ver a pergunta se forma em sua mente: " Que garota em plena consciência fala assim sobre Noah Urrea?"

- Any! - Eu a chamei quando ela se encaminhou para a porta.

Eu não podia deixar ela ficar com a ultima palavra. Nenhuma garota nunca me deixou sem argumentos antes, a não seria a primeira.

Ela parou e se virou pra mim novamente.

- O numero de garotas querendo ir pra cama comigo estar bem grande... você não acha que é melhor marcar logo seu nome na lista?

Ela rangeu os dentes e levantou seu dedo do meio pra mim.

- Babaca.

- Marrenta.

Eu não tenho certeza se ouviu minha ultima palavra. Ela já estava fora.

- Cara, me fala que aquela garota não era sua monitoria. - Josh disse se aproximando atrás de mim.

Ele também tava recebendo monitoria, o que me fez acreditar que no mínimo metade da sala ouviu minha discussão com a marretinha.

Eu ainda estava olhando para porta por onde ela havia passado quando sorri.

- Ela devia ser, mais agora parece que me odeia.

- Noah, você tem alguma noção do quanto você precisava da ajuda dela?

Esse era o Josh. Parecia meu irmão mais velho, apesar de ser um ano mais novo que eu. Eu acho que era por isso que éramos amigos: o juízo que me faltava, sobrava nele.

Olhei pra ele e sorri.

- Ela vai me ajudar.

- Ah, é mesmo? Ela parecia esta disposta a taca fogo em você quando saiu daqui.

- Pode aposta Josh... - olhei a porta novamente. - Ela ainda vai implorar pra mim ajudar.

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o preço da felicidade; (versão noany)Onde histórias criam vida. Descubra agora