Fechei a porta e fui apressada para a entrada da garagem, onde o carro de Lipe estava parado. Eu ficava vigiando da janela do quarto para ver o exato momento que ele chegaria, assim ele não precisaria entrar e conhecer a minha mãe.Pulei para dentro do carro.
- Oi.
- Oi. Eu queria ter tocado a campainha.
- acredite em mim, é melhor assim- respondi, de repente morrendo de vergonha.
Como era possível passar horas e horas falando com alguém ao telefone, nadar com essa pessoa e, mesmo assim, sentir que não a conhecia?
- Então. Esse cara, Dias, é meio estranho, mas é gente boa- Comentou Lipe, dando ré. Ele dirigia bem, era cuidadoso.
- Ele vende metanfetamina?- Perguntei, casualmente.
- Hum, não que eu saiba- Respondeu Lipe, sorrindo.
Ele tinha uma covinha na bochecha direita. Eu não havia reparado nela na outra noite. Era fofo.
Relaxei.
Agora que a história da metanfetamina tinha sido eliminada, só faltava uma coisa. Rodei a pulseira que usava várias vezes, então perguntei:
- Sabe aquele caras com quem eu estava lá na fogueira? Lucas e Pedro?
- Seus irmãos de mentirinha?
- Isso. Pode ser que eles deem uma passada nessa festa. Eles... Hã... Conhecem o Dias.
- Ah, é? Legal. Quem sabe assim eles não vêem que não sou um mau elemento.
- Eles não acham que você é um mau elemento. Quer dizer, eles meio que acham, sim, mas pensam isso de qualquer cara com quem eu fale, não é nada pessoal.
- Eles devem gostar muito de você, para serem tão protetores.
Será?
- Nem tanto. bem, o Lucas gosta, mas com o Pedro é mais uma questão de respeito. Ou costumava ser. Ele deve ter sido um samurai em outra vida, sei lá.- Olhei de relance para Lipe.- Desculpa, estou sendo chata?
- Não, pode continuar falando. Onde aprendeu sobre os samurais?
Cruzei as pernas, me sentando sobre elas, e respondi:
- Com a Srta. Luana Pedrosa, a professora de história no nono ano. Tivemos um módulo inteiro sobre o Japão e o Bushido. Fiquei obcecada com o conceito de seppuku.
- Meu pai é metade japonês- comentou ele.- minha avó mora no Japão, a gente vai todo ano lá, para visitá-la.
- Uau!
Eu nunca tinha ido ao Japão nem a nenhum lugar da Ásia. Minha mãe, nas viagens dela, também nunca viajara para lá, embora eu soubesse que ela tinha vontade.
- Você fala japonês?
- Pouco- disse ele, coçando a testa- mas entendo bem.
Assobiei. Meu assobio era algo de que eu me orgulhava. Meu irmão, Henrique, tinha me ensinado.
- Então você fala inglês, francês e japonês? Isso é incrível. Você é tipo um gênio né?- debochei.
- Também falo latim- lembrou ele, rindo.
- Ninguém fala latim. É uma língua morta.- retruquei, só pra ser do contra.
- Não é uma língua morta. Está presente em todos os idiomas ocidentais.
Ele parecia meu professor de latim do sétimo ano, o Sr. Júlio.
***
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𝐶ℎ𝑜𝑖𝑐𝑒𝑠
Любовные романы𝑪𝒉𝒐𝒊𝒄𝒆𝒔 (𝒆𝒔𝒄𝒐𝒍𝒉𝒂𝒔) "𝑵𝒐𝒔 𝒕𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒂 𝒎𝒂𝒏𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒏𝒐𝒔 𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒅𝒆𝒓 𝒅𝒂 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒆 𝒔𝒂𝒃𝒐𝒕𝒂𝒓 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒑𝒓𝒊𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂. 𝑨 𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒔𝒆 𝒂𝒎𝒆𝒅𝒓𝒐𝒏𝒕𝒂, 𝒔𝒆 𝒂𝒑𝒂𝒗𝒐𝒓𝒂 𝒆 𝒏𝒂𝒐 𝒔𝒂...