Capítulo 9: Convite

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         Acordei não me recordando, que dia da semana era. Vi Diego do meu lado, nossas roupas no chão, inclusive minha blusa do Tas, a qual Pedro, sempre tirava e dobrava por que dizia que era bonita.
          Me sentei na cama, pensando no que havia rolado ontem, eu não tinha realmente transado com Diego, tivemos apenas preliminares. Não foi?
         _ Bom Diaaa!
         _ Ah,Oi!! Bom dia
    Diego se espreguiçou e bocejou de forma que seu braços, pareciam maiores do que realmente eram.
       _ Você quer comer alguma coisa? Podemos pedir algo, mas não prometo que será tão bom quanto o meu café da manhã.
     _ Nossa que convencido.
    Seus olhos verdes, se espremem quando deu aquele largo sorriso.
      _ Isso eu sou. E muito, hehe!
      _Bobão.
  Ele sorriu de novo, e nos deitamos com os rostos um de frente para o outro.
      _Então... O que você vai querer fazer hoje?
     _ Por que você está sussurrando?
     _ Eu não estou sussurrando, Diego.
     _Está sim
   Coloquei minha mãe nas suas costas e empurrei ele pra mais perto de mim. Agora, podia sentir mais ainda sua respiração.
       _ E agora? Eu estou sussurrando?
    Ele ficou vermelho. Seu rosto ficou corado rapidamente, e até mesmo eu, havia ficado impressionado com minha atitude. Eu geralmente não era tão ativo assim, nas minhas decisões no meio amoroso.
       _ Agora eu fiquei sem palavras!
   Rimos juntos, nos olhamos juntos. Tudo com ele, parecia sincronizado, com tempo exato de início, transição e término.
       Assim, depois de uns segundos nos olhando, ele me beijou. Assim, sem aviso prévio, só foi, chegou perto e me  beijou.
        _Desculpa, e-eu não... Não devia ter feito isso, perdão.
        _ Não não, tudo bem.- Eu estava tranquilo com tudo o que estava rolando. Só achava que não era 100% certo, aquilo tudo estar acontecendo, porém provavelmente não era só eu que estava me divertindo.
         _ Filho da puta!
         _ O que? O que foi que eu fiz?
         _ Não, não, não! Não é com você Diego, é o desgraçado do Paulo.
          _ Você tem o número dele?
          _ Não, mas ele pegou o celular de Pedro, e me mandou uma mensagem dizendo que algumas manutenções serão feitas no hotel hoje, devido uma festa que terá aqui. Como assim? Ele não podia dar esse comunicado, reunindo todos, ou mandando panfletos, por debaixo da porta? Que cara insuportável.
          _ Duas coisas que temos que conversar.
          _ O quê?
          _ Olha o status no WhatsApp de Paulo. - Diego, me mostrou uma foto, que estava presente em seu celular. Era uma foto de Pedro, dormindo e na legenda estava escrito:" Bom dia na melhor companhia".
         _ Eu vou matar essa cara!
         _ Eu te ajudo.
         _Nossa, que ódio do caralho! PUTA MERDA!
         _ Ei, cuidado pra gritar essas horas.  Não são nem nove ainda.
         _ Aí perdão! Eu não tinha me tocado disso.
         _ Tudo bem, foi só um aviso.- Ele parecia ter ficado triste.
         _ Enfim... Qual era a outra coisa, que você queria falar comigo?
         _ Ah sim, bem...
         _ Sim???
         _ Você deseja ir a esta festa comigo?
        Dei um pulo da cama, como se um fantasma estivesse na minha frente. Aquilo foi muito inesperado, por que de fato, era quase IMPOSSÍVEL tudo aquilo estar acontecendo.
          _ Espera...
          _ Se não quiser tudo bem, eu vou entender.
          _Calma! Eu não disse nada disso.
          _Ok.
          _É que, eu nunca sei como reagir a convites assim. Ninguém nunca havia me convidado antes.
         _ Pedro nunca te convidou pra uma festa?
         _ Não necessáriamente. Ele sempre me convidava na hora. Tipo faltando mesmo horas, para tal "festa" acontecer.
         _ E assim, você aceitava por que era algo que já estava muito em cima da hora, certo?
         _ Sim...
         _ Então, pensa só. Não é um máximo isso? Você pode ter a oportunidade de querer ir! Ter o privilégio de escolher, se vai ou não.
Pode parecer que eu também esteja te obrigando a ir, porém eu vou entender sua decisão, seja ela positiva ou negativa.
          _ Eu tenho quando tempo, pra pensar sobre sua proposta?
          _ Você tem o tempo que for necessário. A festa acontece daqui... Pera hoje é quinta? Certo.A festa acontece daqui dois dias.
           _ Ótimo.
           _ Eeee! Aguardo a resposta.
   Assim deitamos de novo na cama.
        _ Ei.
        _ Sim?
        _ Essa festa tem algum tema?
        _ Nossa, como eu pude me esquecer disso. Bem, hum hum, vamos lá! O tema da festa é a cor vermelha
        _ Mas que merda ein!
        _ Shiiu.- Ele levou o dedo a sua boca, como um sinal persistente de que eu devia fazer silêncio naquele momento. - A história é interessante.
        _Ok. - Me sentei na cama, com perninha de índio, pronto pra prestar atenção em sua história.
        _Bem, o hotel, amanhã faz 150 anos, e a festa tem esse tema, por que esse terreno aqui, tinha uma fundação de barro, bem BEM vermelho. Chamava a atenção, por sua cor bem chamativa que pra quem olhasse de longe, achava que uma chacina tinha sido feita por aqui. Mas enfim, o dono achou um bom local, comprou e construiu isso aqui, onde vossa pessoa está hospedada.
          _ Uau... A história é simples, porém foi interessante.
          _ Não disse? E sobre essa manutenção- ele fez aspas com os dedos- é apenas uma troca de luzes no hotel que começa amanhã ou horas antes da festa.
          _Troca de luzes? Como assim?
          _ É uma tradição decorrente dessa festa. Os funcionários do hotel passam nos quartos e perguntam se os hóspedes querem fazer a troca de luzes, dando lugar a luzes vermelhas ou ultravioleta. Mas geralmente, a maioria que escolhe, pega luzes vermelhas.
           _Eu quero!!!
           _Calma skks, no dia certo, eu mesmo pego uma, e coloco aqui no quarto.
          _Agora sim.
     Eu e Diego rimos , e voltamos a deitar na cama.
      Hoje, queria passar o dia todo, deitado com ele, falando ou fazendo qualquer coisa. Porque o importante, era ter ele do meu lado.

° ° °

      _ Uma festa com tema de cor?
      _ Sim Pedro. É uma tradição do hotel! Faz parte da história, desse lugar.- Paulo abotoava a camisa de seu uniforme, já que tinha que estar na Recepção até às 8:50 no máximo. Já eram 8:35.
        _ A, eu não sei... Possa ser que João vá, e não tô afim de nenhum clima desagradável. Além disso, essa festa não é só pros funcionários?
        _ Até uns trinta anos atrás, era sim. Porém, o pai de Hector, o senhor Valdéz, aboliu essa regra.
         _ Hector? Quem é Hector?
    Com um sorrisinho malandro no rosto, Paulo lhe responde:
        _ Hector é meu noivo.
        _ O QUÊ? EU NÃO ACREDITO NISSO!! COMO VOCÊ PODE SER TÃO PODRE ASSIM?
        _ Ei, EI! Não precisa ofender assim não. Além disso, você não me deixou  terminar.
        _ Pois então, prossiga com sua história, para que eu me sinta, pior do que já estou me sentindo.
          _Eu e Hector temos um relacionamento aberto. Assim ele fica com quem ele quer e eu fico com quem eu quero.
        _ Mas você sabe que não foi só uma ficada. Nós dois transamos Paulo. E foi mais de uma vez.
         _ Eu sei disso. Porém só fiz o mesmo que Hector faz comigo.- ele parou de se arrumar.- Ele também transa com outros caras. Ele finge não fazer nada disso, mas eu sei de tudo. Ele não disfarça tão bem assim. Aliás, nem eu.- Ele se levantou, vestiu as calças, calçou os sapatos e enfim estava pronto. Ainda tinha algum tempo ali, a sós, com Pedro, mas não aproveitou muito.
       _ Bem... Depois do expediente, eu posso vir dormir aqui se quiser, e te conto mais sobre isso.
        _ Claro...
    Paulo deu um beijo da bochecha de Pedro, olhou pra ele, deu um sorriso e saiu.
      Pedro mal podia imaginar, que enquanto ele pensava, Paulo, saia chorando pelos corredores do hotel, até chegar ao elevador, conter o choro e ter que encarar os hóspedes, os casais e toda a felicidade alheia.
      Paulo nunca foi feliz de verdade. Ele sempre preenchia buracos, causados por situações que ele vivia todos os dias. Mas doía. Ele por mais podre, persuasivo e insuportável que ele fosse, Paulo também era sensível. Ser aquele Paulo, geralmente era difícil. Mas ele se tornou assim, ele se permitiu ser assim. 
     E agora, tudo o que restava, era viver no piloto automático. Deixar que a vida o levasse, até que tudo se resolvesse. Da melhor... Ou pior forma.
         As portas do elevador se abriram, e Paulo deu de caras com as meninas.
         _ Meninas!! Sejam bem vindas!- Ele disse, disfarçando todo o choro e lágrimas que caiam anteriormente.- Que bom que vocês já voltaram!
        Lúcia, Sofia e Maria, estavam todas com suas malas nas mãos, e com cara de poucos amigos! Provavelmente, elas haviam brigado ou algo tipo.
Porém, alguém estava atrás dela, um rapaz que Paulo não havia reconhecido logo de cara.
        _ Olá, meu bem!
        _ Oi, Hector. - disse disfarçando um sorriso.
        As coisas a partir daquele momento, seriam um tanto mais difíceis.
     
        

         

       
       
     

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