9° Capítulo.

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Rio de Janeiro.

Valentine Santiago.

Eu nunca fui uma pessoa dramática, por circunstâncias que passei em minha vida sempre fui realista, mas também sempre me esforcei para conquistar tudo. Cada papel que atuei em Hollywood representando umas das melhores escolas de lá foi porque eu agarrei com garras, e fiz de tudo para primeiramente ganhar com meu talento, mas algumas vezes tive que fazer uma forcinha, não sei se vocês irão me entender.

Mas eu nunca tinha passado por algo tão doloroso, eu queria poder abrir um buraco e me meter ali. Eu sempre perdi pessoas, mas foi porque elas quiseram, bom... Elas não morreram, eu acho... Não sei nada sobre minha mãe, pois minha "avó" disse que a minha família que me criou nos poucos anos que eu tinha de vida, não era realmente minha família. Portanto, eu não posso dizer que estão todos meus familiares vivos, porque eu não os conheço, tampouco imagino como é minha mãe, será que ela é loira? Possuí olhos azuis, como os meus dois rubis? Será que ela ao menos tem esse amor que eu tenho pela arte, ou mesmo tem a mesma facilidade que eu tenho? Eu não consigo a imaginar. Mas todas as outras pessoas que passaram em minha vida escolheram me deixar, desde meus pais adotivos, a minha avó, eles não foram arrancados da minha vida como Maria Eduarda foi.

Eu sei bem que ela se despediu, eu conhecia minha amiga melhor que ela mesma, cada palavra dela vai ficar cravado na minha memória. Eu sempre a amarei, mas do que qualquer um.

Jogo a rosa vermelha que carrego em minhas mãos, após alguns homens colocarem o caixão que carrega minha amiga, minha única amiga e família, na cova aberta.

Limpo algumas lágrimas solitárias que caem sobre meu rosto. Ela se despediu, mesmo nos suas últimas horas de vida ela se lembrou de mim, se lembrou de se despedir.

Eu estou sozinha!

Eu irei fazer de tudo para me tornar uma médica, e seguir o sonho de minha amiga. O sonho de ajudar pessoas.

É engraçado eu me submeter a realizar os sonhos de Maria Eduarda, logo eu que não pensaria duas vezes para machucar alguém para alcançar meus objetivos.

- Você está bem?— Aline pergunta ao meu lado, assim que o caixão é coberto por terra.

Logo após eu descobrir quem era realmente Victor, eu recebi a notícia que Maria Eduarda tinha nos deixado. Com os últimos acontecimentos eu não pude ao menos pensar em Victor. Eu o vi algumas vezes ao lado de Diego que passou a noite no velório de Madu. A casa em que Maria foi velada estava cheia, muitos a amava.

Ela estava igual um anjo, sua pele branca estava maravilhosa, como sempre. Parecia que ela estava dormindo, o acidente não conseguiu afetar seu rosto angelical.

- Sim, querida.— Tento força ao máximo minha voz, tentando me recompor, e não mostrar fragilidade, Aline é minha inimiga!

Um a um foi se despedindo de Augusto e Roberta, que estavam incrivelmente abalados com a morte da única filha, e foram deixando o local.

- Vamos?— Aline perguntou.

- Me espere no carro, sim?— Olhei para ela com um sorriso amarelo.

- Tem certeza?

- Absoluta.— Me virei para o túmulo de Madu.

A louca.- O Destino. (2 Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora