36. Borboletas

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— JOSHUA BEAUCHAMP

EDMOND — CANADÁ

11 : 13 — AM

Vou adentrando a cozinha, o aroma está extremamente delicioso, quando fui pegar Any na Inglaterra os meninos me contaram que ela adorava cozinhar, então eu pedi para minha cozinheira vir menos vezes até Any se sentir a vontade para cozinhar aqui.

Any já havia pensado em fazer faculdade de gastronomia, ela queria abrir um restaurante na França...teve esse sonho aos dezoito anos, mas Carlos a impediu, disse que ela envergonharia o nome tão bem sucedido da família.

Que era uma vergonha isso, que não a levaria a lugar nenhum. Então ela desistiu e voltou a fazer o que seu pai queria. Confesso que estava ansioso para vê-la cozinhar e obviamente para experimentar a comida dela.

Deve ser ótimo, tudo que ela faz é bom.

Assim que a dentro a cozinha vejo Any, ela está com um shorts de pijama e com uma blusinha fina.

Eu já disse que tenho a esposa mais gostosa do mundo? Pois eu tenho e
ela é magnífica.

— Oi amor — digo me sentando na cadeira da ilha da cozinha.

— Oi — diz se virando e sorrindo para mim.

Tem algo de errado, não pelo fato dela estar sorrindo, mas esse sorriso está forçado.

— Aconteceu algo? — pergunto a olhando confuso.

Ela engole em seco e fica uns minutos me olhando meio apavorada. Sim, aconteceu algo, essa reação dela diz tudo.

— Não — exclama com uma voz baixa, quase não escutei — não aconteceu nada, gosta de lasanha? — pergunta tentando mudar de assunto.

Que porra foi que aconteceu aqui?

— Gosto sim amor — digo ainda meio confuso. Olho para sua mão.

Ela está tremendo e esta sem aliança,
ela nunca tirou desde o dia do casamento, nem mesmo quando estávamos afastados — Que porra.

— Any — digo me levantando e indo até ela que me olha atentamente, a pego pela cintura e colo seu corpo ao meu.

— Conte-me — digo esfregando meu polegar em sua bochecha e analisando seu perfeito rosto que aparenta ter sido esculpido pelos anjos — confie em mim linda, o que aconteceu?

Ela finalmente olha em meus olhos, seu olhar demonstra pânico, está extremamente assustada e perturbada com algo.

Jesus! O que poderia ter acontecido neste pouco tempo que fiquei fora?

— Nada amor...— diz com a voz embargada.

Meu estômago vira um campo de borboletas novamente, é a segunda vez que ela me chama assim...mas tenho coisas mais importante agora, adimirarei isto mais tarde.

— Não aconteceu nada — volta a dizer desviando o olhar e abaixando a cabeça.

— Any! — exclamo levantando seu queixo — não minta para mim!

Digo em um tom de voz elevado, não era para ter saído tão grosseiramente. O peito dela está prensado sobre meu tórax, consigo sentir seu coração,
ele está acelerado.

Que porra foi que aconteceu?

Não é possível que algo de tão horrível tenha se desencadeado, temos muitos membros da máfia rondando a nossa casa vinte e quatro horas por dia.

Ela continua sem dizer nada, somemte me olhando, o olhar dela é como se ela estivesse pedindo socorro. Mas de que? De mim? Ela está assim por minha causa?

Eu pensei que havíamos dado um passo a frente, pensei que já estávamos nos acertando.

— Amor...— imploro a ela que está muito próxima de mim.

Então eu a abraço.

— Amor, por favor! — começo — diga para mim o que está acontecendo...você se arrependeu? Não queria ter tido aquela noite? Desculpa então, só não fique assim, eu jur...— antes que eu continue ela me interrompe.

— Não! — diz prontamente — não é você querido, e-eu não me arrependo de nada, foi ótimo...

Sorrio com sua declaração. Mas então o que houve? Me separo de seu abraço, eu não queria, mas preciso saber.

A encaro.

— E-eu — ela começa mas não termina, abaixa a cabeça e se apoia em mim.

— Confie em mim...— falo acariciando seus cabelos — não precisa ter medo linda, eu estou aqui.

Então ela me abraça novamente, mas com força, como se estivesse desesperada — Então sussurra em um fio de voz.

— K-ketherine.

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IG: _lettersbyIsa

— Isabela 🍒

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