Hoje é um dia especial para mim. Não só por ter alcançado em cinco dias as tão esperadas mil leituras, mas por me ter estreado no mundo das criticas a pedido das autoras. Sim, esta crítica foi-me pedida pela @daisy_power sobre a sua obra Ella. Então, let the games begin!
Acho que, surpreendente e ironicamente, não achei esta capa larilas, apesar de ter a imagem de uma miúda com o cabelo pintado de cor-de-rosa em grande plano – é que eu detesto o rosa, desculpem. Adiante, o título tinha destaque sobre a imagem e pronto foi o suficiente para me puder chamar à atenção e para esta já ser considerada uma capa decente.
A sinopse, no entanto, foi uma deceção quase tão grande quanto o iceberg que afundou o Titanic há cerca de cem anos atrás. Antes de mais a sinopse não nos diz absolutamente nada acerca do que vai ser tratado ou sobre a história em si. É apenas um excerto e eu detesto esse tipo de descrições. Sou-te honesta, se tu não me tivesses pedido para ler a tua fiction eu nem sequer iria ter interesse na história, porque o excerto também nem é assim uma coisa doutro mundo.
Passando para a história em si, notei, essencialmente no primeiro capítulo, o uso de acrónimos ingleses utilizados na internet e que sem dúvida alguma não deveriam ser colocados em ficções adolescentes ou em qualquer outro género de literatura! Vou sublinhar uma passagem do teu texto que foi a que me deu comichão no útero: “[…]na sua ervilha (aka massa cinzenta)[…]”. Eu sei, é divertido parecer fixe e usar siglas inglesas em linguagem corrente, mas isto não é a conversa com a tua BFF é pois uma obra literária. Peço-te que respeites o seu estatuto. {Vou dar-te uma pequena sugestão, então e que tal alterares essa frase tão horrenda e indelicada para: “[…]na sua ervilha, também conhecida por massa cinzenta[…]”, posso apostar contigo o resto da minha caixa de Ferrerro Rocher’s, que todos os leitores preferem ler algo assim escrito.}
Outra coisa que notei é no teu incorreto e excessivo uso de aspas. Em todos os parágrafos tem de existir uma palavra circulada pelas aspas. Eu acho que o teu objetivo era dar um tom irónico à narração, mas tu nem sequer acertas-te no alvo. Bem que tentaste, mas esse uso de aspas apenas fez os meus olhos se fecharem pela incompreensão que sentia à medida que lia a tua história – sim, quando acabei de ler isto, eu parecia uma asiática. Porém nada temas, só para ti, eu andei a pesquisar e vi que as aspas são usadas nas seguintes situações:
1. Citar expressões.
2. Destacar palavras pouco usadas, por exemplo todas as palavras estrangeiras. [aparte da autora desta critica: podes utilizar o itálico para cobrires este último ponto, fica sempre mais bonito do que as aspas.]
Acho que, mediante a informação que te dei, poderás agora rever em que contexto utilizaste as tuas inverted commas e fazer alterações caso assim o queiras. Mas deixa-me que te diga, apesar das aspas serem algo aprazível ao olhar do leitor não devem ser usadas a torto e a direito, pois ao ler torna-se estranho, na minha opinião.
Então, pelo que entendi da tua história, estamos a falar de uma rapariga, de seu nome Ella, que estava a fazer Zapping e que pintou o cabelo sem a mãe saber/autorizar [eu não sei não foste explicita]. A nova cor de cabelo da nossa protagonista enervou a sua progenitora (mas apenas por breves segundos porque a cor de cabelo da filha fora de tal forma chocante que a mãe só teve tempo para dizer “Está rosa? […] Basta!”) e em consenso com o pai, ambos decidiram mandá-la para um instituto de correção.
Antes de mais, esta mãe não ofereceu qualquer resistência parental – uma moda do wattpad: Os pais são choninhas – tanto que a rebelde Ella continuou no seu ato de procrastinação a fazer zapping na televisão e a mãe continuou atónica sem saber o que dizer mais.
Mas o pior da história foi quando a personagem principal, revoltada com a notícia de ter de ir para um campo de correção, decide ir a correr para a praia (sem ser travada pelos progenitores – CHONINHAS ALERT AGAIN) e encontra uma amiga dela, Virgine, que aparece precipitadamente no meio da história - e sem qualquer apresentação feita na altura de narração, para que conste! É aqui que tudo se torna estranho, no mínimo…
Esta Virgine começa a dizer-lhe que a Ella deveria ir para o campo e dá-nos a entender que a própria é uma rapariga de vinte anos sem emprego, sem abrigo e drogada {Teoria minha: não sei onde ela arranja o dinheiro para a droga, mas eu cá acho que ela deve ter um cultivo caseiro de marijuana}. Porém, surpreendentemente e completamente afastado da nossa via láctea, é esta drogada que lhe dá a lição de moral e convence a Ella a afastar-se de si e a ser uma pessoa melhor, para não acabar como ela acabou. [Devo mencionar que a história só tem dois capítulos e o capitulo mais comprido tem duas páginas - Sim, a ação passa-se à velocidade da luz.]
Esta foi a história mais dramática que eu li em toda a minha vida. E acreditem eu já li Shakespeare e Almeida Garrett, foi tão dramática e tão precipitada, que eu nem sequer tenho palavras para descrever o quão eu precisava de sentir o sabor à açúcar debaixo da língua! Não sei o que posso dizer para tornar isto melhor… Ou talvez saiba! Faz as ações mais lentas (muito mais lentas). Eu tive de reler a tua história duas vezes, para conseguir entender o que raio se estava a passar!
Em suma, temos as personagens que são demasiado dramáticas, que não têm mão nos filhos e que não têm qualquer motivação. Temos os diálogos que são tão realistas quanto a existência do Chupa cabra e, acrescentando também à lista de características dos diálogos, são estúpidos, heis porquê: “-Tu também, Virgine? Tu és exatamente como eu! Lel” Isto é o excerto de uma das falas da Ella, personagem principal, antes de mais parabéns à escritora por ter utilizado corretamente o itálico, no entanto retiro os meus parabéns pelo simples facto de esta ter utilizado “Lel” no meio da história. É que eu já estava no ponto em que só me apetecia terminar de ler esta coisa e ainda tive de aturar com vocábulos provenientes da internet.
Conselho da Octávia: Não há grande coisa a ser dito, porque eu fiquei completamente abismada com a tua história. Acho simplesmente que ainda não estás preparada ou ainda não tens a maturidade suficiente para escrever histórias longas. Inicia a tua jornada no wattpad com coisas mais pequenas do género Short Stories ou então One Shoot Stories, estas aqui têm tanta relevância e importância quanto aquilo que estás a “tentar” escrever e ao menos sempre podes narrar mais rapidamente os acontecimentos e caís com menos facilidade a possíveis erros. Aconselho VIVAMENTE a que optes primeiro por escrever algo mais pequeno e se fores bem-sucedida e se te achares capaz de escrever algo grande, passa para algo mais complexo.
SUMÁRIO DA OCTÁVIA
Título -> Simplório e pequeno.
Sinopse -> Pouco sugestiva, não é cativante.
História -> Precipitada.
Personagens -> Pãezinhos sem sal.
Diálogos -> Muito pouco terra à terra.
Escrita -> Simples, mas que precisa de ser um pouco mais trabalhada.
Apreciação Final -> Por favor escreve outra coisa. Eu detesto dizer isto mas antes de escreveres essa história precisas de amadurecer.
P.s.: O "VIVAMENTE" estava sublinhado no word, mas infelizmente isto aqui perde sempre os sublinhados.
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criticando com gosto || wattpad fanfiction
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